O prefeito Fernando Haddad (PT) vai fechar a Feira da Madrugada, centro de compras que reúne cerca de 4.000 boxes de comerciantes e atrai 25 mil pessoas por dia ao Brás, no centro da cidade.
O fechamento, por tempo indeterminado, foi confirmado pela prefeitura e é motivado por uma recomendação do Ministério Público, que detectou alto risco para a segurança dos frequentadores. Não se sabe a data do fechamento, mas isso deve ocorrer nas próximas semanas.
Uma equipe montada por Haddad ainda estuda locais que possam abrigar temporariamente os comerciantes que atuam no espaço, considerado o maior shopping a céu aberto da América Latina.
"A feira não tem equipamentos contra incêndio, os hidrantes não têm mangueira do tamanho correto, extintores não funcionam", disse o promotor César Dario Mariano da Silva, que pediu o fechamento. Ele diz que há alta concentração de materiais inflamáveis no espaço.
"Se acontecesse qualquer tipo de incêndio ali, o que vimos no Sul seria brincadeirinha de criança, seria uma catástrofe inimaginável", afirmou, em referência ao incêndio na boate Kiss, que matou 241 pessoas em Santa Maria (RS), em janeiro passado.
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Movimentação na Feira da Madrugada, na região central de São Paulo; prefeitura confirma fechamento |
A feira é realizada desde 2004 num galpão de 137 mil metros quadrados da União --que cedeu o espaço provisoriamente à prefeitura.
corrupção
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Em 2011, uma investigação constatou esquemas de corrupção dentro da feira. Boxes eram vendidos por até R$ 500 mil, segundo a Polícia Civil.
O ex-prefeito Gilberto Kassab (PSD) chegou a fechar a feira para cadastrar todos os comerciantes que trabalhavam ali --havia 6.000 boxes.
Após o cadastramento, restaram cerca de 3.500 boxes. Porém, muitos que foram retirados por falta de documentação conseguiram voltar por meio de liminar na Justiça.
A prefeitura diz que "compôs um grupo de trabalho para estudar e organizar os procedimentos necessários para garantir a segurança do centro de compras e executar a ordem de fechamento".
A Folha apurou que nos últimos dois dias integrantes da prefeitura e da Polícia Militar se reuniram para estudar formas de uma remoção pacífica dos trabalhadores.
Uma campanha deve ser feita em veículos de comunicação para informar os frequentadores sobre o fechamento da feira, que recebe clientes de vários Estados.
Em novembro passado, a prefeitura anunciou que construiria ali um shopping popular com hotéis no entorno.
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