Na prospecção para viabilizar a candidatura à Presidência em 2014, o governador de Pernambuco e presidente nacional do PSB, Eduardo Campos, encontrou-se com o ex-governador José Serra (PSDB) na última sexta-feira, em São Paulo. A aproximação com o tucano ocorre num momento estratégico para Campos, em que o presidenciável do PSDB, Aécio Neves (MG), é obrigado a administrar descontentamentos internos do próprio Serra que ameaçam seu projeto eleitoral em 2014.
Os movimentos de Campos em direção a Serra provocaram fortes reações no PT e na ala do PSDB ligada a Aécio Neves.
Ainda que o PT tenha o conforto da popularidade da presidente Dilma Rousseff (63% aprovam a gestão e 79% aprovam a petista, segundo o CNI/Ibope), candidata à reeleição, petistas sabem que a disputa em dois turnos é incerta e trabalhosa. Tanto o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva quanto Dilma tiveram de enfrentar segundos turnos com o PSDB para chegarem ao poder.
Segundo aliados do governador pernambucano, não há como ele medir as condições para se lançar candidato em 2014 sem considerar os passos da oposição. Um auxiliar de Eduardo Campos resume assim a ofensiva: "Para os tucanos, é bom que ele se candidate. Para ele, é bom flertar com o PSDB".
Campos já disse aos tucanos que tem interesse na manutenção da candidatura de Aécio. O presidente do PSB acredita que o nome do tucano na urna ajuda a afastar a imagem de que ele seria um candidato de oposição a Dilma, papel que será ocupado pelo PSDB.
Aécio soube nesta semana sobre o encontro de Campos e Serra, e teria ficado "estupefato", segundo um correligionário. Chegou ao mineiro a informação de que o encontro fora intermediado pelo ex-senador catarinense Jorge Bornhausen (PSD). No PSDB, o episódio foi interpretado como mais um passo de Serra para pressionar Aécio. O ex-governador se articula para ganhar maior espaço e visibilidade no partido. Lideranças tucanas ligadas a Serra pediram que ele ocupe a presidência do PSDB. O tucano reagiu e disse que ninguém pode negociar em seu nome no partido.
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