Você já viu janelas que mudam de cor para se ajustar à quantidade de luz e calor que entra na sala? Essa tecnologia existe e está em exposição em no W Hotel, em São Francisco, na Califórnia. As janelas eletrocrômicas ou “janelas inteligentes” são produzidas pela startup de tecnologia View e prometem economia de energia.
O mecanismo de funcionamento da janela é simples. O produto tem um painel duplo que contém dois filmes óxidos condutores “recheados” por uma camada de armazenamento de íons, um eletrólito e uma camada eletrocrômica. A aplicação de baixa tensão ao óxido condutor empurra os íons para fora da camada de armazenamento e através do eletrólito para se reunir à camada eletrocrômica. O material eletrocrômico, que contém óxido de tungstênio, absorve ou reflete a luz, deixando o ambiente mais escuro ou mais claro, dependendo da direção da voltagem.
A tecnologia também torna possível resfriar ou aquecer a sala, o que diminui os custos com ar-condicionado ou aquecedor. O problema é o preço do produto. "Como as janelas eletrocrômicas não são amplamente utilizadas, custam cerca de 50% mais do que as convencionais janelas de painel duplo com revestimentos que filtram parte da radiação ultra-violeta", diz Rao Mulpuri, CEO da View.
“Mas isso é mais do que uma janela, é um sistema inteligente que elimina a necessidade de cortinas ou controladores de temperatura”, afirma. A empresa calcula que o uso da janela reduziria os custos de ar-condicionado de um prédio comercial em 20% no primeiro ano. A economia, no entanto, varia de acordo com fatores como localização do prédio e das janelas e número de sensores.
A startup construiu sua primeira fábrica para produção em massa no Estado do Mississippi e começou a contatar os clientes no terceiro trimestre deste ano, releva Mulpuri. Fundada em 2007, a empresa antes chamada de Soladigm vale hoje US$ 124 milhões.
Mulpuri não divulga a capacidade de produção da fábrica, por isso, é difícil estimar a demanda pelas janelas. Ele também preferiu não identificar os clientes, mas afirmou que a fábrica tem espaço para expansão caso os pedidos aumentem muito.
A View tem clientes americanos e está investindo no mercado europeu. Mulpuri acredita que o Velho Continente tem um grande potencial para janelas eletrocrômicas porque os custos de produção de energia lá são altos e eles são mais dispostos a pagar caro por produtos que reduzem a emissão de dióxido de carbono.
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