O Facebook anunciou o lançamento de seu esperado mural de empregos na manhã desta quarta-feira. Com ele, a rede social inaugura uma nova era do recrutamento on-line e o que parece ser uma nova fonte de renda para a empresa.
Depois de um ano de parceria com o Departamento de Trabalho dos Estados Unidos e outras agências, o Facebook abriu hoje o programa Social Jobs Partnership (www.facebook.com/socialjobs), com mais de 1,7 milhão de vagas e empresas de recrutamento como Work4 Labs, BranchOut, Jobvite, DirectEmployers e Monster.com.
Mesmo que um representante da empresa insista que o Facebook não pretende entrar no mercado de recrutamento, essa declaração parece duvidosa visto o tamanho do formulário. A página permite que os usuários procurem por trabalho separados por localização, indústria ou tipo, candidatem-se diretamente por lá e dividam as vagas por meio da rede social.
Seus parceiros também acreditam que a rede está mostrando claramente quais são as suas intenções. “O Facebook está lançando uma página de recrutamento dentro da sua própria rede, é uma grande ruptura”, afirma Stephane La Viet, CEO do Work4 Labs.
Um post publicado no blog da própria rede mostram algumas estatísticas sobre a capacidade da plataforma. Segundo a empresa, metade dos empregadores dos Estados Unidos usa a rede social no seu processo de recrutamento. Deles, 54% pretendem intensificar o uso da ferramenta.
Le Viet resume que o formulário é uma versão inicial para que as pessoas saibam que a rede social também oferece um meio de achar emprego agora. O Social Jobs Partnership foi criado para ser um consórcio para orientar a oferta das empresas de recrutamento.
Esse anúncio seria, então, o fim do LinkedIn? A variedade dos dados demográficos do Facebook difere muito dos do LinkedIn, que tem usuários de formação superior. Le Viet reconhece essa realidade. Além disso, a ferramenta de recrutamento LinkedIn Recruiter é o negócio principal da rede. Assim, eles têm três anos de experiência e um produto que já pegou entre os recrutadores.
No entanto, o tamanho da base de dados do Facebook significa que é possível separar as coisas de diversas formas. Mesmo que apenas 22% dos usuários tenham mais de 45 anos, já são 220 milhões de pessoas, mais do que toda a plataforma do LinkedIn. E a rede de Zuckerberg já se mostrou muito eficiente em recrutar trabalhadores de baixa formação. Apoio na extremidade inferior do mercado pode servir como um bom ponto de partida para mover o resto e engolir o negócio do LinkedIn. Os usuários mais novos, com perfis nas duas redes, não se importarão com o local de onde o trabalho veio.
É certo que os tradicionais murais de emprego on-line, como o Monster.com, estão saindo de cena. Enquanto Monster viu a sua cota de mercado e preço das ações despencarem nos últimos anos, o LinkedIn disparou. O futuro do recrutamento é decididamente social.
As 777 milhões de ações do Facebook fecharam hoje com uma alta de 8%.
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