A Mesa do Congresso Nacional divulgou nesta sexta-feira, 20, a lista
dos parlamentares que assinaram o requerimento de criação da CPI mista
do Cachoeira. Foram 72 dos 81 senadores e 396 dos 513 deputados. Em uma
investigação com tanto apoio, chama mais atenção quem não rubricou o
requerimento. Neste grupo que não respaldou o pedido de investigação
estão alguns personagens de outros escândalos.
Dois réus no
processo do mensalão em andamento no Supremo Tribunal Federal não
assinaram o pedido: Valdemar da Costa Neto (PR-SP) e Pedro Henry
(PP-MT). O deputado paranaense Zeca Dirceu (PT-PR), filho de outro réu, o
ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, foi outro que não assinou. O
ex-ministro prestou consultoria à empresa Delta, uma das envolvidas no
escândalo que levou à prisão do empresário Carlos Augusto Ramos, o
Carlinhos Cachoeira.
A última deputada a ser salva pelos colegas
foi outra a não apoiar a investigação. Jaqueline Roriz (PMN-DF) foi
absolvida em plenário mesmo depois de um vídeo no qual aparecia
recebendo um pacote de dinheiro de Durval Barbosa, o operador do chamado
mensalão do DEM.
Um parlamentar envolvido em outro mensalão, o
mineiro, não rubricou o requerimento. O tucano Eduardo Azeredo (PSDB-MG)
não deu sua assinatura. Réu em algumas ações no Supremo Tribunal
Federal (STF), o ex-governador Paulo Maluf (PP-SP) também não apoiou a
investigação.
Entre os que ficaram de fora da lista está ainda o
deputado Sérgio Moraes (PTB-RS). Ele ganhou fama ao dizer que 'se lixa'
para a opinião pública quando era relator do processo contra o ex-colega
Edmar Moreira, o deputado do castelo que gastava recursos da Câmara com
uma empresa de sua propriedade.
O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), que está internado no Hospital Sírio Libanês, em São Paulo, também não assinou.
Parentes
de ministros também não rubricaram: Garibaldi Alves (PMDB-RN), pai de
Garibaldi Alves Filho (Previdência), e Lobão Filho e Nice Lobão, filho e
esposa de Edison Lobão (Minas e Energia).
Na Câmara, o presidente
Marco Maia (PT-RS) e o líder do governo, Arlindo Chinaglia (PT-SP), já
tinham avisado que não assinariam o requerimento devido aos cargos que
exercem. O presidente do Conselho de Ética da Câmara, José Carlos Araújo
(PSD-BA), e o presidente da CCJ do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE),
foram outros a não assinar.
Dos parlamentares citados no escândalo
que levou a prisão de Carlinhos Cachoeira apenas o senador Demóstenes
Torres (sem partido-GO) não rubricou o requerimento. Carlos Alberto
Leréia (PSDB-GO), Jovair Arantes (PTB-GO), Rubens Otoni (PT-GO), Sandes
Júnior (PP-GO) e Stepan Necerssian (PPS-RJ) apoiaram a abertura da
investigação.
Na 'bancada dos famosos' apenas o deputado Acelino
Popó (PRB-BA) ficou de fora. Romário (PSB-RJ) e Tiririca (PR-SP) deram
apoio à investigação.
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