Deputado tucano diz que não é investigado pela PF e nega ter recebido propina de Cachoeira
"Deputado teria recebido propina em embrulho de jornal"
O deputado Carlos Alberto Leréia (PSDB-GO) reagiu nesta quinta feira, 26, às denúncias de que tenha recebido propina do contraventor Carlinhos Cachoeira, como aponta relatório da Polícia Federal sob guarda do Supremo Tribunal Federal (STF). Em nota oficial, o parlamentar afirma enfaticamente que 'jamais colaborou ou envidou esforços para beneficiar qualquer questão relacionada à prática de jogos ilegais, e muito menos recebeu propina ou usufruiu do resultado destes'.
Leréia é citado em dossiê da PF intitulado 'transações financeiras' envolvendo-o com o contraventor. O dossiê relata as atividades de Cachoeira e suas ligações com políticos. O fato de esses políticos terem prerrogativa de foro levou a PF a encaminhar cópia dos autos ao STF, instância competente para eventual abertura de investigação sobre parlamentares.
Amparada em interceptações telefônicas que tinham Cachoeira como alvo, a PF assinala que o contraventor mandou Geovani Pereira da Silva, seu contador, 'passar dinheiro para o deputado Leréia, não sendo possível identificar a que título'. Os grampos da PF flagraram diálogos entre Cachoeira e Leréia.
Também caiu na escuta o contador Geovani, foragido. O contraventor o chama de Geo e pede que providencie pagamentos em dinheiro a Leréia. Em 1.º de agosto de 2011, Cachoeira recomenda a Geovani entregar R$ 20 mil em dinheiro para Leréia 'embrulhados em jornal'.
Nesta quarta-feira, 25, procurado pela reportagem, Leréia não deu retorno. Nesta quinta feira, 26, o gabinete do deputado emitiu nota oficial em que contesta ter recebido dinheiro do contraventor preso pela Operação Monte Carlo. Leréia repudia 'todas as inferências levianas e irresponsáveis veiculadas'.
A nota do gabinete do parlamentar afirma categoricamente. 'A verdade é que o deputado federal Carlos Alberto Leréia sequer é objeto de qualquer investigação, seja da Polícia Federal, da Procuradoria Geral da República e muito menos do Supremo Tribunal Federal.'
A assessoria de Leréia destaca que seu advogado 'requereu vistas do mencionado inquérito, sendo-lhe negado pelo STF sob a alegação de que este (Leréia) não era investigado'. 'Os supostos diálogos (gravados pela PF) são nitidamente reproduzidos fora do contexto, e serão devidamente esclarecidos em momento oportuno pelo deputado', diz a nota. O texto assinala que 'não restam dúvidas' que o recebimento de propina pelo deputado Leréia 'é ilação'.