Gilmaci Santos*
O Brasil mostrou sua capacidade esportiva nos Jogos Pan-Americanos de Guadalajara, no México. O país ganhou 141 medalhas, sendo 48 de ouro, 35 de prata e 58 de bronze. Nós ficamos atrás apenas dos EUA (236) e de Cuba (136) em números de medalhas de ouro. Mas colocamo-nos à frente de México (135) e Canadá (119). Os jogos deste ano aconteceram entre os dias 13 e 30 de outubro, contando com a participação de 42 países.
O Pan-americano vem sofrendo, já há algum tempo, com o estigma de competição menor em um universo de eventos poliesportivos. Isso se deve à ausência visível das estrelas que estariam representando as principais potências nas modalidades. O Brasil, no entanto, assim como outros países, costuma enviar alguns de seus melhores nomes.
Novas normas, no entanto, poderão mudar um pouco essa perspectiva de competição pouco importante, já que quase metade dos esportes olímpicos programados é classificatória, ou contará pontos que poderão, eventualmente, conquistar vaga nas Olimpíadas de Londres, em 2012. A boa pontuação brasileira com certeza nos renderá vagas no próximo evento esportivo.
Outra mudança que promete trazer destaque ao Brasil nas competições que virão é a promessa de investimentos pesados por parte do governo, de forma a melhorar o rendimento, especialmente pelo fato de que, em 2016, o país será sede dos jogos Olímpicos, no Rio de Janeiro. Para isso o governo federal triplicou a verba destinada aos atletas de alto rendimento " em 2010 foram gastos cerca de R$ 68 milhões, mas em 2011 o valor superará os R$ 210 milhões. O dinheiro será destinado às confederações e aos clubes formadores de atletas.
O desempenho dos atletas tem mostrado o índice de superação do país. A Seleção Brasileira feminina de vôlei venceu Cuba, em vitória suada, por 3 sets a 2. O resultado foi histórico, já que o Brasil não conquistava o torneio de vôlei feminino no Pan desde Winnipeg-1999. Na natação, Cesar Cielo teve 100% de aproveitamento, com quatro títulos em quatro provas, e Thiago Pereira entrou para a história ao conquistar a 12ª medalha de ouro. Foram tantos os destaques e superações neste Pan, que é difícil citar todos.
O desempenho desses profissionais tem inspirado os que estão começando a ingressar em alguma modalidade. Nossos esportistas vêm mostrando que é possível, sim, alcançar o patamar dos países de primeiro mundo. O Brasil será, em pouco tempo, não apenas uma superpotência econômica, mas também esportiva. O esporte é um ótimo caminho: além de fazer bem ao corpo e à alma, é uma maneira efetiva de envolver a juventude em atividades produtivas, afastando-a da criminalidade e da violência.
A transmissão desta edição do Pan também se mostrou uma feliz surpresa aos brasileiros. A exclusividade da Record é a grande aposta para 2011, maior até que "A Fazenda", reality show da emissora. Para isso, foram realizados investimentos em tecnologia e equipamentos, além da contratação de profissionais qualificados. Creio que essa também foi uma grande vitória para o país, que por décadas sofria com o monopólio de informações.
Somente o tempo dirá se a aposta dará certo, mas, enquanto isso, a comunicação brasileira ganha com investimentos mais altos em coberturas esportivas, além da abertura de novas vagas e da movimentação de profissionais entre emissoras, algo nunca antes visto. A disputa entre empresas de comunicação, assim como em outras áreas, está fervendo. É algo positivo para a economia, para o próprio meio e, principalmente, para a população, que não ficará engessada a apenas um ponto-de-vista.
O Brasil realmente obteve muitas vitórias neste campeonato, e creio que outras, maiores, estão por vir. Parabéns à Record pelas belas imagens exibidas nos últimos dias, e a todos os nossos atletas, que deram um show neste Pan.
*Gilmaci Santos é deputado estadual pelo PRB e presidente estadual do partido.
Nenhum comentário:
Postar um comentário