O outro lado: com futebol do Fla em alta, marketing passa por crise interna
Novo diretor assume departamento rodeado por pedidos de demissão, denúncia de tentativa ilegal de aumento e mal-estar
O Flamengo anunciou na semana passada Marcus Duarte como gerente de marketing do clube. Se no departamento de futebol a situação é de calmaria, com total controle da comissão técnica e da diretoria, o setor responsável por arrecadar novas receitas não acompanha a tendência: pedidos de demissões, casos controversos e poucos dividendos dão o panorama.
O clube está há sete meses sem patrocinador principal e patina no lançamento de produtos de Ronaldinho. Mesmo assim, o vice de marketing, Henrique Brandão, sugeriu que o coordenador Cláudio Fontenelle, de quem é amigo de longa data, recebesse reajuste salarial.
Protótipo do boneco de Ronaldinho divulgado pelo marketing: supercola evitou problema
(Foto: Divulgação / Site oficial do Flamengo)
O pedido foi negado pela presidência. No entanto, de acordo com denúncia feita internamente e repassada por uma fonte, Fontenelle não desistiu do objetivo. Enquanto Patrícia Amorim curtia férias em Miami, o funcionário redigiu uma comunicação interna datada do dia 25 de julho para reajustá-lo - com direito a salário retroativo a junho de 2011 – de R$ 4,2 mil para R$ 6 mil. Na leva também estavam os nomes de Talita Challub, responsável pela área de licenciamentos, e outros dois funcionários.
Em casos corriqueiros, as CIs são redigidas pelas secretárias e entram direto na intranet do clube. Desta vez, porém, o documento não foi registrado na rede. Para ser oficializada, a CI precisava da assinatura de Henrique Brandão e do presidente em exercício, Hélio Ferraz, que não sabia do veto de Patrícia no mês anterior.
O plano foi frustrado porque vazou. Na noite do dia 25, o marido de Patrícia, Fernando Sihman, foi informado por telefone e incumbiu o vice de finanças, Michel Levy, de travar o aumento. A família retornou ao país no fim de semana e Patrícia confirmou que não houve reajuste.
O plano foi frustrado porque vazou. Na noite do dia 25, o marido de Patrícia, Fernando Sihman, foi informado por telefone e incumbiu o vice de finanças, Michel Levy, de travar o aumento. A família retornou ao país no fim de semana e Patrícia confirmou que não houve reajuste.
- Ninguém no Flamengo pode dar aumento de salário a não ser a presidente. Portanto, nem ele (Fontenelle), nem qualquer outro funcionário receberam aumento algum – garantiu Patrícia.
Fontenelle se defendeu e classificou as informações como truncadas.
- Não existe nada disso, não é verdade. Quem foi que te passou essa informação? Ela está truncada. Só a presidente autoriza aumento no Flamengo e tudo seria feito quando ela voltasse dos Estados Unidos.
- Não existe nada disso, não é verdade. Quem foi que te passou essa informação? Ela está truncada. Só a presidente autoriza aumento no Flamengo e tudo seria feito quando ela voltasse dos Estados Unidos.
O episódio deflagrou ainda mais a crise no departamento. Fontenelle chegou ao clube há cerca de um ano e desde então quatro funcionários pediram para sair por não concordarem com seus métodos e não se sentirem valorizados. O último foi o designer Rafael França, que deixou a equipe na semana passada. Antes dele saíram Alexandre Oliveira, Fernando Lima e Rodrigo Sabóia.
Supercola salva boneco de R10
Supercola salva boneco de R10
A conta não inclui o diretor-executivo Harrison Batista. Ele trocou o clube pela Traffic em julho por não concordar com a gestão de Henrique Brandão. A relação entre os dois, que nunca foi excelente, tornou-se insustentável desde a chegada de Ronaldinho.
Harrison foi o grande responsável pela operação e despertou ciúme no setor. Logo após a chegada do camisa 10, o ex-diretor deu uma longa entrevista para explicar os bastidores da negociação, mas ao ser informado que desagradaria Brandão, pediu que a matéria não fosse publicada.
A pressão criada desde a chegada de Ronaldinho ajudou a piorar o clima. Quando o GLOBOESPORTE.COM publicou a reportagem sobre a falta de produtos, a responsável pelo setor de licenciamento Talita Challub resolveu contragolpear. Pegou um protótipo do boneco de Ronaldinho na mesa de Harrison e tirou uma fotografia para enviar à parte da imprensa. Detalhe: a miniatura tinha um dos braços quebrados. Ela teve de recorrer a uma supercola para disfarçar o problema.
- A nota foi divulgada para informar que fechamos o contrato. Realmente usamos um protótipo para a foto porque a produção em série do produto não tinha começado – explicou Fontenelle.
- A nota foi divulgada para informar que fechamos o contrato. Realmente usamos um protótipo para a foto porque a produção em série do produto não tinha começado – explicou Fontenelle.
Na nota divulgada no dia 20 de julho o clube prometia o lançamento do boneco, da toalha e de uma pulseira do equilíbrio do jogador para setembro. Mas...
- Flamengo é Flamengo... tem uma demanda muito grande e a empresa está produzindo em larga escala. Ainda não tem data (para o lançamento) – disse Claudio Fontenelle.
Ou seja, já são oito meses sem qualquer campanha de marketing decente, honesto e de qualidade...
INCOMPETÊNCIA + INOPERÂNCIA + DESONESTIDADE + LADROAGEM + CAIXA 2 = A PREJUÍZO AO CLUBE DE REGATAS DO FLAMENGO E A SUA NAÇÃO.
Mas, como não sairá do bolso deles o ressarcimento aos cofres do clube ...
Agora na hora de "sair na foto" ao lado do R10 e cia, eles aparecem com um entrosamento e velocidade ...
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