— As pessoas me olhavam, acho que pensando: “Como ela botou uma legging em vez de estar em casa chorando?”. A pessoa enlutada também se cobra. Eu estava na esteira pensando: “Para que vou me cuidar se a razão da minha vida foi embora?” — conta a atriz, que está vencendo essas dúvidas com terapia e trabalho.
Quis o destino que a personagem que a trouxe de volta à TV fosse Augusta, dona de um spa, elegantérrima, no núcleo cômico de “Morde & assopra”.
— Até eu conseguir botar um vestido e uma joia vai demorar. Esse figurino é da Augusta. Mas eu estou voltando. Quando o Walcyr Carrasco (diretor) me convidou, o Rafa tinha acabado de fazer a passagem. Era um sonho meu fazer novela dele, mas não sabia se teria forças.
A energia, diz ela, veio dos parentes, amigos e fãs. A prioridade da atriz era continuar com a peça “Doidas e santas”, que voltará a ser apresentada, a partir de 1º de abril, no Teatro Vanucci.
— Eu morria ou trabalhava. Esse espetáculo que me curou, me salvou. E o trabalho é meu combustível, é o que hoje dá algum sentido à minha vida.
Segundo a atriz, atuar no teatro e na TV foi a melhor forma que encontrou para dizer obrigada.
— Esse carinho do público foi tipo uma transfusão de sangue. Agora, posso retribuir um pouco desse amor.
E Cissa já começou a provocar o riso de muita gente nas cenas em que Augusta bota ordem no spa.
— Ela é muito rígida, mas é over. Tenho medo dela (risos). Dentro da comédia, há uma crítica ao culto ao corpo. Nunca precisei de spa, porque sempre fui magrinha, faço ioga e musculação. Fiz botox, coloquei silicone, mas minhas rugas estão todas aqui — afirma a atriz de 53 anos.
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