— Estela é a sua primeira protagonista na TV. Até pouco tempo, você dizia que não havia se decidido inteiramente pela carreira de atriz. E agora, é definitivo?
— Eu era muito nova quando estreei nessa profissão. Seria um caminho natural, por causa dos meus pais, mas acabei caindo de paraquedas. Já quis ser de um tudo, até marceneira! As coisas foram acontecendo sem eu procurar, e fui tomando gosto. Não sei se isso é dom, mas de alguma forma deve estar no gene. Antes, me sentia constrangida de falar "Eu sou atriz", porque não estudei o ofício. Hoje, atuar é uma grande paixão. Fala com a minha alma, me equilibra, me transforma. É algo necessário na minha vida. Hoje eu consigo dizer "Sou atriz e amo o que faço".
— Gloria Pires é uma referência para milhões de brasileiros. Você também a considera um ídolo?
— É muito engraçado isso... Sempre fui superprotetora com minha mãe. Mesmo! Morria de medo de alguma coisa acontecer com ela, queria ligar para saber onde ela estava, com quem ela estava, que horas ia chegar... Se ouvisse alguém falar alguma coisa dela, eu virava uma onça! Por isso, quando eu era pequena, ela me chamava de "mamãe", de zoação, e eu ficava louca de vergonha. Acho que na nossa relação não tem espaço para idolatria. Tem admiração, troca. É uma história de amor.
— Vocês acompanham a novela uma da outra, trocam figurinhas?
— Minha mãe é a mulher mais ocupada do mundo, parece a presidenta do Brasil! Raramente vê "Araguaia". E eu deixei de assistir a "Insensato coração" até a personagem dela aparecer dando a volta por cima. Não consigo acompanhar porque sofro com ela, fico desesperada.
— Mas é de mentirinha...
— Eu sei, eu sei (risos). Mas é a minha mãe ali... Quando ela é má eu acho ótimo, quando ela é sexy eu acho ótimo. Agora, quando ela é a coitada...
— E como está sua relação com seu pai, Fábio Jr., atualmente?
— Olha... está como sempre foi. A gente sempre foi mais afastado, e isso nunca foi um problema. Nosso amor sobrevive e cresce nesse esquema. É que meu pai Orlando (Orlando Morais, cantor) chegou muito cedo na minha vida. Então, não tive espaço para cobrar a ausência do Fábio.
— Você disse que era superprotetora com sua mãe. E com seu pai? Já sentiu ciúme do Fábio com as mulheres?
— Nada! Eu era sempre a primeira a ficar amiga. Sempre acolhia as namoradas, enquanto minhas irmãs ficavam assim-assim. Gosto de convivência, gosto de gente. Se alguém que eu amo traz alguém novo para a nossa vida, vou acolher com o maior prazer. E não sofro com o fim dos casamentos dele. Sei que vai começar e acabar dali a pouco tempo... Nem me envolvo.
— Como Orlando e Fábio lidam um com o outro? Eles se dão bem?
— É uma relação civilizada. Eles não são amigos, nunca foram, mas se respeitam.
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