— A fama de metida te incomoda?
— Ah! Ouvi isso a minha vida inteira... Mas entendo. Tenho uma cara de traços muito fortes, talvez seja isso. Também não sou a simpaticona. Levo um tempo para conhecer a pessoa, me enturmar. Num primeiro momento, sou educada, mas não distribuo sorrisos. Grandes amigas minhas me contaram que tinham medo de se aproximar, que eu parecia séria demais.
— Não seria timidez?
— Isso é muito controverso, até para mim. Sou de fases. Quando criança, eu era a pessoa mais dada do mundo. Dormia no colo de estranhos, era completamente solta. Aí tive uma fase mais introspectiva na adolescência. Ao mesmo tempo, era muito afrontadora: gostava de coisas que ninguém gostava, vestia roupas diferentes das que as meninas da minha idade usavam. Elas queriam ser Barbies, e eu usava cueca aparecendo, catava a calça do meu pai, botava o cinto amarrado perto do joelho... Hoje em dia, me considero observadora.
— Teve experiência com drogas?
— Eu já vivi tudo o que quis (ela fixa o olhar e se cala).
— E...
— Tudo o que eu tenho vontade de fazer, eu faço, eu procuro meios para poder fazer. Sempre foi assim (outra longa pausa).
— Qual é a sua tribo?
— Não tenho tribo, sou do "Bloco do eu sozinho". Acho raso você rotular alguém. A gente está sempre em transformação, então, não se pode fechar as possibilidades. E eu "me pinto para a guerra" todo dia.
— Você já teve uma banda, não?
— Já. Uma banda de rock, a Seadless. Era ótimo! Eu amo cantar! Amo, amo, amo de verdade!
— Que tal gravar com um de seus pais ou mesmo com seu irmão, Fiuk?
— Existe vontade, sim, mas nada concreto. Quando você tem a oportunidade de trabalhar no meio que os seus pais trabalham, dá vontade de fazer junto para ver como vai ser, como é que a gente vai se portar, o que é que a gente vai trocar.
— Quando posou nua, Fiuk brincou: "Quem manda ter irmã gostosa?". Muita gente da família deu palpite?
— Minha avó, mãe do meu pai Orlando, me ligou e falou: "Achei ótima a sua decisão. Se eu tivesse a sua idade, faria o mesmo!". Ela é muito moderna, sempre faz o que quer fazer e ponto. Foi a primeira mulher a dirigir em Goiânia, a primeira mulher a usar calça jeans lá. Ela é danada!
— Você guarda a sua "Playboy"?
— Tenho várias em casa! Quando algum amigo de fora vem me visitar, faço uma dedicatória e dou de presente.
— Ficou mais vaidosa depois do ensaio nu?
— Não... Sempre fui uma vaidosa saudável. Quero estar bem, com a saúde em dia. Não gosto de nada fake, por isso nunca fiz plástica. Gosto do meu corpo magro porque é mais prático. Comer menos me faz dormir melhor, me exercitar melhor, trabalhar melhor. Não tem essa pressão de ficar gostosa para me dar bem na TV.
— Como lida com a inveja, num meio de batalha de egos?
— A inveja é de quem sente. Já percebi que rola, mas não pego nada para mim. Tenho mais o que fazer. Andaram falando que eu e a Mariana (Rios) estávamos nos estranhando. A gente não é amiga, mas sempre se respeitou, sempre se admirou. Ela é uma menina doce, talentosa, agradável, hilária! Não sei por que teríamos problema uma com a outra.
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