Quem sempre sonhou em comprar um pedaço do Caminho Niemeyer, agora pode. A garantia é o chamariz da propaganda que começou a ser distribuída, por e-mail, a um círculo fechado de empresários de Niterói por corretores da Patrimóvel antes mesmo de o projeto ser apresentado e discutido pela sociedade. A prefeitura confirmou que a obra está em fase de licenciamento na Secretaria de Urbanismo. Os mais novos equipamentos do Caminho Niemeyer serão duas torres de 26 andares cada — dez pavimentos a mais do que o gabarito permitido para o restante do Centro. Numa delas será instalado um hotel da rede Accor com mais de 240 suítes e 140 flats; noutra, um centro comercial com 440 salas.
No e-mail encaminhado pelos corretores, eles ressaltam que as salas do centro comercial são o único projeto de Oscar Niemeyer que será vendido ao consumidor final. “... talvez a última chance de adquirir uma obra de arte do maior arquiteto brasileiro de todos os tempos”, diz o texto.
A prefeitura nega qualquer tipo de irregularidade na obra e diz que a lei que delimitou a Área de Especial Interesse do Caminho Niemeyer prevê liberdade total para as propostas do arquiteto. A oposição é contra o projeto e alerta para o impacto ambiental e no sistema viário da região.
— Se o Oscar Niemeyer aprovou a construção das torres e fez o projeto é porque ele entendeu que a obra vai valorizar o conjunto arquitetônico do Caminho. As torres serão mais um elemento de revitalização dessa região — afirma o prefeito Jorge Roberto Silveira (PDT).
Contudo, a reclamação pode parar no Ministério Público. A oposição quer a discussão pública sobre a construção do empreendimento.
— Como se vende algo que nem existe ainda? A relação de promiscuidade entre o interesse privado e o público tem que ser investigado pelo Ministério Público — diz o presidente do PSOL, Paulo Eduardo Gomes.
Por meio de sua assessoria de imprensa, a Patrimóvel afirmou que a proposta de venda não é oficial e que os e-mails enviados pelos corretores não são de responsabilidade da empresa. Já o presidente-executivo do Caminho Niemeyer, Selmo Treiger, explicou, também por meio de assessoria, que a execução do projeto não precisa ser discutido pela sociedade.
Em meio à polêmica, a prefeitura apresenta, amanhã, no Conselho Municipal de Política Urbana (Compur), um projeto que cria regras especiais para a construção de hotéis na cidade. A proposta prevê aumento de gabarito em diversas áreas da cidade, como na Praia de Piratininga e em Camboinhas, com a justificativa de investimentos do setor de turismo que virão com a realização da Copa do Mundo em 2014 e das Olimpíadas do Rio 2016. Um grupo de conselheiros prepara uma ação judicial caso a proposta passe pelo Compur.
Não só no amor transcorreu a apresentação de Vagner Love. Depois da solenidade num salão, a recepção para o público reservou momentos de desabafo. A torcida hostilizou o meio-campo Thiago Neves, que optou por jogar no Fluminense, e até o vice de finanças Michel Levy participou do coro: "Thiago Neves, vai se f...o meu Flamengo não precisa de você", cantou o dirigente, que ainda participou de um trenzinho com Vagner Love, de quem não desgrudou um só minuto.
O dirigente saiu como grande vitorioso após costurar o acordo financeiro para trazer o atacante. A presidente Patricia Amorim confirmou ontem que a Olympikus ajudará com o pagamento do jogador.
Pai de Love barrado
Outro que saiu com moral elevada foi o ex-dirigente do clube Marcos Braz, demitido do cargo de vice de futebol em 2010 por Patricia Amorim. A presidente exaltou a participação de Braz na volta de Love, que ele contratou na ocasião.
O próprio jogador agradeceu ao ex-dirigente. Na ocasião da saída de Marcos Braz, anunciada pela mandatária, o atacante saiu do vestiário batucando e reclamando: "Brincadeira!". A homenagem gerou uma saia justa para o diretor Luiz Augusto Veloso.
Outra gafe foi a barração do pai de Love, Seu Ivan, que precisou apresentar identidade para entrar.