GACC - Grupo de Assistência à Criança com Câncer

GACC - Grupo de Assistência à Criança com Câncer
Desde o início de suas atividades, em 1996, o GACC - então Grupo de Apoio à Criança com Câncer - existe para aumentar a expectativa de vida e garantir a oferta e a qualidade global do tratamento oferecido integral e indistintamente a crianças e jovens com câncer, diagnosticados com idades entre 0 e 19 anos incompletos, independente de sexo, cor, religião ou posição socioeconômica.

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Estudo da Unicamp rompe mitos sobre “Ubachuva”

Um estudo do pesquisador João Paulo Macieira Barbosa, da Universidade de Campinas (Unicamp) revelou que o apelido de Ubachuva não faz mais jus às condições climáticas registradas no município. De acordo com os dados coletados durante três décadas por estações meteorológicas espalhadas ao longo do Litoral Paulista, a região Norte do Estado apresentou diminuição no número de dias com chuva em todas as suas estações, seguindo a tendência já observada nas outras repartições.
O Litoral Norte foi coberto através de quatro postos de medição e os Litorais Sul e Central por dois postos cada um. Os dados trabalhados abrangeram um período de no mínimo 30 anos, seguindo os critérios da World Meteorological Organization. A periodização das medições de chuva é fundamental para dar base científica às conclusões. O cientista adverte que “todos os resultados só poderiam ser corretamente interpretados se o tratamento inicial dos índices -chuvas diárias- para cada estação fosse criterioso”. Foram geradas planilhas eletrônicas, uma para cada estação, com a distribuição diária de chuvas entre janeiro de 1970 até o início do ano 2000 (dezembro de 1999.)
Macieira mostra que não apenas Ubatuba, mas toda a “região do litoral paulista é uma área de clima tropical úmido com montantes anuais acima dos 3.000 mm de chuva em algumas regiões e médias mensais que superam facilmente os 300mm no verão e os 120 mm no inverno. Entretanto verificou-se que “94% das chuvas diárias estão concentradas na faixa entre 0,1 e 49,9 mm, ou seja, a faixa habitual de precipitação”. O foco central dos estudos de Macieira foi para avaliar eventos extremos, mas ele concluiu que a maior precipitação em Ubatuba aconteceu em 1996 com 359,4 mm no ano e em 1998 com 291 mm.
Nas suas conclusões Macieira deixa claro que não há nada que indique mudanças de comportamento climático durante essas décadas todas. Há, sim, aumento no número de eventos com impactos de maior e menor intensidade. E já que o Litoral Norte em todas as suas estações apresentou diminuição no número de dias com chuva seguindo a tendência já observada nas outras repartições, a partir de agora, do ponto de vista científico, definir a cidade como “Ubachuva” fica, definitivamente, para o folclore.

Estudo x Petrobras

A constatação científica ganha importância diante de polêmica criada pela Petrobras em audiência pública realizada em Ilhabela no dia 2 de agosto, quando técnicos da empresa alegaram ter descartado o uso do aeroporto de Ubatuba como apoio logístico às operações do Pré-sal diante do “mau humor climático da cidade”. O vereador Rogério Frediani (PSDB), de Ubatuba, encaminhou documentos ao Ministério Público, à Petrobras, ao Ibama, Ministério das Minas e Energia e também ao governador Geraldo Alckmin com dados contestando as conclusões da Petrobras sobre a não operacionalidade do aeroporto local em razão de fatores climáticos. O vereador mostra que a opção da empresa pelo campo de Itanhaém não se justifica uma vez que, pelos estudos, a ocorrência de dias de chuva naquela cidade é maior do que em Ubatuba num quadro climático similar para todo o Litoral paulista. E mais: Itanhaém fica cerca de 90 km mais longe das plataformas do que em Ubatuba. e tabulados pelo cientista da Unicamp, conclui-se que “a ocorrência de dias com chuva é maior em Itanhaém, destacando-se a década de 90 com 2.037 dias com chuva. Mesmo a década de 80, que apresentou o menor valor, é superior a qualquer período de qualquer estação do litoral norte”.
Porém, segundo o levantamento da Unicamp, Em Itanhaém a soma de ocorrências chegou a 403 mm em 1973, em 83 com 340,2 mm e em 1980 com 338,9 mm. Isso refere-se a altura máxima diária por ano na média. Em Ubatuba o número de eventos acima da média no mês de maior ocorrência (janeiro) atingiu mais de 50 registros, mas 70% desses episódios estão entre os 50mm/24hs e 80mm/24h. Nenhum deles ultrapassou o valor médio de 152,4mm.
Já em Itanhaém, a ocorrência de dias com chuva é maior, destacando-se a década de 90 com 2.037 dias com chuva. A década que apresentou o menor valor, correspondendo a década de 80, já é superior a qualquer período de qualquer estação do Litoral Norte, ainda que a média histórica das máximas anuais, de 139,6mm/24h, venha a ser inferior ao de outros postos na região. Os dados mostram que no Litoral Sul os dias com chuvas são ainda maiores. Iguape apresentou valores muito próximos a 2.000 em todas as décadas, ultrapassando esse número na década de 80. Cananéia, a estação mais ao sul do litoral, apresentou mais de 2.000 dias de chuva em todas as décadas e a exemplo de Iguape, a década de 80 apresentou o maior valor, correspondendo a 2.382 dias com chuva.

Fundação Social é invadida pela quarta vez seguida na Zona Oeste da cidade

Ubatuba - A sede da Fundação Alavanca de Ubatuba, com mais de dez anos de atuação no município, foi invadida e roubada novamente. Esta é a quarta vez em pouco mais de um ano que o prédio da entidade é saqueado e danificado durante a noite. Desta vez, foram levados um computador e um cortador de grama. Além disso, os delinquentes teriam quebrado portas e janelas e ainda revirado diversos cômodos do imóvel.
De acordo com a funcionária Milena Franceschinelli, a fundação conta com uma área extensa, mas nem toda ela cercada. No entanto, os lugares que foram alvos da invasão, depredação e furto ficam fechados e trancados com cadeados. Ela explica que ainda não realizou o boletim de ocorrência, alegando a demora para a realização do procedimento policial. “Nas outras vezes fizemos o B.O., mas sabemos que além de todo o trâmite necessário, fica difícil descobrir a autoria por ser um lugar mais isolado e só percebermos no outro dia. O que estamos preparando é um mutirão para colocar tudo em ordem e, em paralelo, buscando recursos para manter, ao menos, um vigia no horário da noite”, explica a funcionária. A Fundação Alavanca de Ubatuba fica no bairro da Figueira, localizado na Zona Oeste de Ubatuba.

Agudos recebe quarta unidade do projeto Quero Vida no Estado

O Quero Vida, projeto do Governo de São Paulo para idosos, inaugurou sua quarta unidade no Estado. Ela fica no município de Agudos, região de Bauru, na Rua Miguel Leão, s/nº, esquina com a Rua Rubens Venturini, Vila Avato.
O Quero Vida é coordenado pela Secretaria de Desenvolvimento Social - Seds, que apoia municípios para a implantação de espaços de acolhimento, proteção e convivência de idosos semidependentes, com idade igual ou superior a 60 anos que se encontram em situação de vulnerabilidade social, cujas famílias não tenham condições de prover cuidados durante todo o dia ou parte dele. Ao oferecer melhores condições de vida ao idoso, o projeto evita abrigamentos desnecessários.
Em Agudos, o Quero Vida funcionará de segunda a sexta-feira, das 7h30 às 18h30, e tem capacidade para atender 50 pessoas com mais de 60 anos selecionados pela Prefeitura. O projeto oferecerá alimentação, higiene pessoal, lazer, cultura e recreação, assim como transporte para os que não o possuírem.
Para a escolha dos idosos, foi realizada inicialmente uma busca ativa em parceria com os agentes de Saúde. Em setembro, será feita a seleção dos beneficiários por meio de análise dos cadastros. A unidade disponibilizará assistente social, enfermeira, auxiliar de enfermagem, cuidadores, professor de Educação Física, auxiliar de limpeza e cozinheira para atender este público.
Cecília Ramos dos Santos, 64 anos, esteve na unidade para conhecer o equipamento e as instalações. “Achei muito bacana aqui. Se eu for selecionada, quero voltar a estudar, fazer aulas de crochê e jogar baralho”. Anunciata Momo, 83 anos, é de Lençóis Paulistas e também foi conhecer o espaço. “Achei uma beleza e espero poder vir pra cá”.
O Governo do Estado liberou cerca de R$ 224,5 mil, que foram usados na construção da obra. A contrapartida da Prefeitura, de cerca de R$ 97 mil, custeou os equipamentos necessários para seu funcionamento. A manutenção do local também será de responsabilidade da gestão municipal. O equipamento será supervisionado pela Diretoria Regional de Assistência e Desenvolvimento Social - Drads, órgão ligado à Seds.
Simone Bortolli, secretária de Assistência Social de Agudos, agradeceu o empenho da equipe do município, bem como o apoio da Drads de Bauru e do secretário Rodrigo Garcia. Na ocasião, reforçou ainda o compromisso de sempre melhorar a Política de Assistência Social, visando a melhoria de vida da população da cidade.
Sobre a inauguração, Garcia afirmou: “É obrigação do Estado prover cuidados àqueles que tanto contribuíram com a nossa sociedade. O Quero Vida proporciona, além de cuidado, atividades de lazer, bem-estar, convivência com outras pessoas e tudo isso sem a necessidade de abrigamento desses idosos. No final do dia, eles voltam para seus lares, para suas famílias”.

Futuridade

O Quero Vida é mais uma ação que integra o Futuridade - Plano Estadual para a Pessoa Idosa, cujo objetivo é criar instrumentos que possibilitem e incentivem a promoção de ações voltadas a este público e a sensibilização em relação ao processo de envelhecimento no Estado de São Paulo, de forma a cumprir o Estatuto do Idoso e o Plano de Ação Internacional para o Envelhecimento.

Aposentados com mais de 60 anos podem ficar isentos do Imposto de Renda

Comissão de Assuntos Sociais do Senado aprovou, em agosto, projeto que isenta aposentados e pensionistas do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) com mais de 60 anos do pagamento do Imposto de Renda.
A proposta, que ainda precisa passar pela Comissão de Assuntos Econômicos do Senado antes de ser encaminhada à Câmara, estabelece a isenção a partir do mês em que o beneficiário do INSS completa 60 anos de idade.
“O objetivo da proposta é contribuir para minimizar a perda dos aposentados e pensionistas, que têm visto seus rendimentos sendo achatados ano a ano”, afirma a senadora Ana Amélia (PP-RS), autora do projeto. A comparação feita pela senadora é com o rendimento do salário mínimo, que tem reajuste diferente daquele dado à aposentadoria.
O relator do projeto, senador João Vicente Claudino (PTB-PI), concorda com os argumentos de Ana Amélia, de acordo com informações da Agência Senado. “Estou convicto da validade e relevância das mudanças pretendidas”, disse. Pela regra atual, aposentados e pensionistas com mais de 65 anos já pagam menos IR que os demais trabalhadores porque têm limite de isenção maior. Assim, só pagam IR os aposentados com essa idade ou mais se receberem mais de R$ 3.133,22. Se o projeto entrar em vigor, quem ganha mais que isso não irá precisar pagar o imposto. (Por: Anisia Spezia, do Portal da Terceira Idade)

Dirceu diz que espera rapidez no julgamento do mensalão pelo STF

O ex-ministro José Dirceu disse ontem que espera que o julgamento do processo do mensalão pelo Supremo Tribunal Federal (STF) ocorra com a maior rapidez possível. “É a única coisa que peço, mais nada. Que me julguem nos autos. Porque juízo político já tive na Câmara dos Deputados, e eu fui cassado sem provas. Como, aliás, o tempo está mostrando”, afirmou. Dirceu é réu no processo do mensalão, em que é chamado pelo procurador-geral da República, Roberto Gurgel, de “chefe da quadrilha”.
Em palestra no seminário sobre petróleo produzido pela Câmara de Comércio e Indústria Brasil-China, o ex-ministro afirmou que “um país da dimensão do Brasil não pode deixar de ter um poder militar defensivo tecnologicamente avançado”. Apontado por engano como representante da Casa Civil no programa do seminário, ele fez elogios aos governos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que “transformou o Ministério da Defesa em realidade”.
Dirceu cobrou do governo da presidente Dilma Rousseff mais investimentos nas Forças Armadas. Ele defendeu a modernização do Exército e da Marinha. Disse ainda que o Brasil precisa fabricar “mísseis de defesa” e voltar a produzir caças de guerra para a frota da Aeronáutica.
“A indústria de defesa nacional está sendo recriada. Temos que ter uma defesa própria regional do Atlântico Sul. Temos que proteger nossa riqueza do pré-sal com uma Marinha (atuante) em águas azuis. Temos que ter Força Aérea produzindo caças no Brasil. Tem tecnologia para produzir não só aviões, como mísseis de defesa”, discursou para cerca de 200 conferencistas estrangeiros, do quais 80% estrangeiros. O presidente da Câmara, Charles Tang, o apresentou como uma espécie “de primeiro ministro” do governo que estruturou o processo de desenvolvimento brasileiro.
Para Dirceu, o Exército brasileiro precisa ser “totalmente” modernizado, porque o país necessita de “uma Força Armada defensiva”.
“Nós não temos nenhum problema fronteiriço, nenhum litígio político com nenhum país da América do Sul. Somos como a China, uma força em desenvolvimento. (...) A China é o principal fator de moderação de paz no mundo de hoje”, afirmou.

Educação

Além da cobrança de mais investimentos nos setores militares, Dirceu criticou o quadro educacional vigente no país. Segundo ele, a educação é “uma tragédia”. “Ela (a educação) ainda está no século passado”, complementou ele, para quem “o Brasil tem que eliminar a pobreza até 2022”, pois “é uma vergonha um país com riqueza e desenvolvimento ter ainda o índice de pobreza que temos”.

“Valorizando Pessoa Idosa” realiza almoço festivo na Costa Sul de São Sebastião

O prefeito Ernane Primazzi acompanhado da secretária do Trabalho e Desenvolvimento Humano, Roseli Trevisan Primazzi, participou na última semana, em Boiçucanga, Costa Sul de São Sebastião, de um almoço festivo realizado pela equipe do projeto “Valorizando a Pessoa Idosa”.
O evento ocorreu no Recanto Pérola da Mata, cedido pela proprietária Vera Lúcia Carvalho Mesquita, que também serviu de palco para uma apresentação de canto sob a regência da agente cultural Ana Maria Sierra. A mostra serviu como uma prévia do que ocorrerá na XV Edição do Revelando São Paulo”, na capital paulista.
Desenvolvido pela Setradh, o projeto conta com cinco núcleos. O de Boiçucanga concentra 80 idosos, dos quais, dez são acamados e recebem o atendimento da equipe em casa.
A unidade ainda mantém um programa sócioeducativo, onde o grupo recebe orientações sobre os direitos dos idosos, artes, canto, teatro, alfabetização, yoga e atividades esportivas, estas, com apoio da Seesp (Secretaria de Esportes). “Anteriormente, a noção que as pessoas tinham dos idosos era de serem inertes, inativos, improdutivos; atualmente, a realidade é outra, pois são bastante participativos e muito ativos”, disse o psicólogo do grupo, Rodrigo da Costa Bezerra.
Há dois anos no projeto, Maria Carvalho da Silva, 78, afirmou gostar das atividades oferecidas pela Administração. “É tudo maravilhoso. Gosto de tudo, principalmente das aulas de artesanato, yoga e educação física”, revelou.
Alice Moreira, aos 84 anos de idade, dos quais 11 em ativa participação dentro do projeto, relembrou que no início – o “Valorizando a Pessoa Idosa existe há 13 anos – eram seis as pessoas que desfrutavam das atividades. “Hoje há uma grande quantidade participando”, disse. “A amizade que fizemos lá, incluindo os funcionários, é muito especial”.
De acordo com Mercedes Coutinho, 60, no projeto há seis meses, se a idade permitisse, teria entrado para o grupo há muito mais tempo. Para a proprietária do recanto, Vera Lúcia, o “Valorizando a Pessoa Idosa” é saudável, importante e essencial para as pessoas não se sintam sozinhas e inúteis. “É muito bonito ver a relação de amizade do grupo”, observou. O prefeito Ernane e a primeira dama Roseli, aproveitaram o momento para conversar com os idosos e na despedida agradeceram ao convite e ao carinho com que foram recebidos.

Ministra pede votação da Comissão da Verdade em 2011

A ministra dos Direitos Humanos, Maria do Rosário, foi ao Congresso Nacional ontem pedir ao presidente da Câmara dos Deputados, deputado Marco Maia (PT-RS), a votação, ainda em 2011, do projeto de lei que cria a Comissão Nacional da Verdade. A ministra entregou uma carta aberta aos deputados com a assinatura de todos os outros ministros de Direitos Humanos (dos governos Fernando Henrique Cardoso, Lula e Dilma Rousseff) apoiando o projeto de lei que trata do assunto.
“Nós estamos maduros para votar essa matéria. O Brasil já está pronto”, disse Maria do Rosário, que foi à reunião com Marco Maia e outros deputados acompanhada de ex-ministros de Direitos Humanos. “A presidente Dilma acredita que esse é um projeto que não é de governo nem de oposição, é um projeto do Brasil. Ele fortalece todos os empenhos, todos os momentos que a sociedade brasileira lutou para construir uma democracia. Acreditamos que o Congresso Nacional oferecerá uma aprovação a essa matéria para estar coerente inclusive com a sua história”, defendeu a ministra.
A Comissão da Verdade pretende “examinar e esclarecer” as violações de direitos humanos ocorridas entre 1946 e 1988. Deverá ser composta “de forma pluralista” por sete membros indicados pela Presidente da República, o que é que criticado pelo Democratas, que questiona a escolha dos representantes, alegando temer que a comissão sirva de palanque para alguns grupos.
“Não entramos nesse mérito (quanto à composição da comissão) sobre o projeto, mas a importância da Comissão da Verdade. Já conversei com o ACM Neto, todos os líderes, tivemos aceitação muito positiva, não vejo que qualquer detalhe impedirá a aprovação da matéria”, disse a ministra.
Para o jurista José Gregori, que foi ministro de Direitos Humanos de 1997 a 2000, durante o governo Fernando Henrique Cardoso, a presidente Dilma saberá quem colocar na comissão. “Tenho certeza que serão nomes que gozam da imagem de equilíbrio, de prestígio e isenção necessária para uma comissão como essa ser um instrumento de ajuda à democracia brasileira”, afirmou.
“Ela é uma pessoa equilibrada e que conhece a pluralidade que é necessário manter nesse País. É possível que na mocidade tenha vivido momentos em que as opções eram muito radicais e que a opinião de outros não contava, bastava a consciência. Mas de lá para cá há toda uma biografia que foi construída em cima da realidade brasileira, e a realidade brasileira é pluralista”, disse Gregori.
Na opinião do líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP), a Comissão da Verdade tem de ser uma comissão do Executivo. “Não é uma comissão do Legislativo, o Legislativo não precisaria fazer parte de uma comissão dessas, estamos criando uma comissão do Executivo para ser a Comissão da Verdade. É a chefe de Estado do Brasil quem vai montar a comissão”, completou.

Kassab cria braço sindical do PSD

Em meio à pressão dos opositores para impedir a liberação do registro do Partido Social Democrático (PSD) junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, lançou ontem o braço sindical da nova legenda. De olho na capilaridade dos movimentos sociais e na força das entidades sindicais, Kassab assinou a ficha de filiação de Ricardo Pattah, presidente da União Geral dos Trabalhadores (UGT), considerada a terceira maior central sindical do País. Com a entrada de Pattah - e mais 20 sindicalistas ligados à entidade, além de representantes de movimentos sociais -, Kassab se alia às bases que deram origem ao PT e segue o exemplo do PSDB, que recentemente criou um núcleo sindical para estreitar suas relações com a base dominada até então pelos petistas.
Como presidente da UGT, Pattah comanda 1.013 sindicatos que representam mais de 7 milhões de trabalhadores. No PSD, o sindicalista presidirá o núcleo responsável pelas políticas sociais do partido e terá à disposição 50% dos recursos da sigla provenientes do fundo partidário. “Será uma organização de mobilização, de ação”, explicou Kassab. De acordo com o prefeito, idealizador e presidente nacional do partido, 25% dos recursos do PSD serão destinados à direção executiva e os outros 25% para formação doutrinária, esta última sob a responsabilidade do vice-governador de São Paulo, Guilherme Afif Domingos. “É um passo consistente que o partido dá para ter representatividade. Isso mostra a importância que estamos dando para os movimentos sociais”, comemorou Kassab, ao dar as boas-vindas ao sindicalista.
Até pouco tempo, Pattah orgulhava-se de não ter vínculos com nenhum partido e de presidir uma entidade sindical pluripartidária. Após ser procurado por vários partidos, ele mudou de ideia quando o prefeito de São Paulo ofereceu a coordenação das ações sindicais e sociais, mais duas vagas na executiva nacional da sigla. Pattah argumenta que fora da política, a força da UGT ficava limitada. “As centrais tem um papel importantíssimo, mas se elas não estiverem trabalhando com os entes (Congresso e governos), sempre terão limites para a aprovação de projetos importantes. A participação no mundo político é fundamental”, justificou.
Pattah, que diz não ter interesse em disputar eleição, reclamou à plateia de sindicalistas e representantes do Sindicato dos Comerciários de São Paulo (a maior entidade ligada à UGT) do número reduzido de parlamentares no Congresso ligados à classe trabalhadora e, por essa razão, destacou que projetos de interesse dos trabalhadores não prosperam. Ele defendeu a redução da jornada de trabalho para 44 horas semanais e logo ganhou o apoio de Kassab. “Vamos defender tudo aquilo que for estabelecido pelo partido”, disse o prefeito.
De acordo com Pattah, sua entrada no PSD já rendeu frutos. Ainda neste mês, a UGT deve assinar um acordo de cooperação com a Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária (CNA), presidida pela senadora Kátia Abreu (TO), para qualificação de trabalhadores rurais. “Só o fato de vir para o mesmo partido criou uma sinergia entre as entidades”, relatou.
Com a filiação de Pattah, pelo menos metade da diretoria da entidade atuará no braço sindical do PSD. Um dos dirigentes do Sindicato dos Comerciários (que reúne 470 mil trabalhadores) que era ligado ao PT explicou os motivos que o levaram ao PSD de Kassab. “Eu estava do lado esquerdo e vocês foram capazes de me trazer para o centro”, disse o sindicalista José Gonzaga da Cruz.

Michel Temer tem alta de hospital em São Paulo

O vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB), recebeu alta do hospital Albert Einstein, ontem à tarde, em São Paulo, após permanecer internado por uma noite devido a uma infecção estomacal. De acordo com sua assessoria de imprensa, Temer deve passar a noite de hoje em sua casa na capital paulista por recomendação médica, devendo viajar para Brasília apenas hoje.
Temer vinha se sentindo mal desde o último domingo. Na segunda-feira, apresentou um quadro de desidratação, quando então foi levado ao hospital da capital paulista. Ele havia passado o feriado de 7 de Setembro em Natal, no Rio Grande do Norte, onde, de acordo com a sua assessoria de imprensa, pode ter contraído a infecção.

Vereador do PP entra com ação popular contra Dr. Hélio

O vereador Rafa Zimbaldi (PP) entrou na segunda-feira com uma ação popular na qual pede o bloqueio de bens do ex-prefeito Hélio de Oliveira Santos (PDT) por supostas irregularidades em convênio firmado entre a prefeitura e Centro de Pesquisa em Políticas e Cidadania e em Finanças Públicas (CPqCFP) - Instituto Cidad, no início deste ano. Segundo o Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado (Gaeco), o Instituto Cidad é composto por entidades com fins lucrativos, como escritórios de advocacia e só poderia ser contratado por licitação, o que não ocorreu.

Debate sobre Código Florestal termina em bate-boca entre senadores

A temperatura subiu ontem no Senado durante audiência pública com juristas para discutir os aspectos legais do novo Código Florestal. A senadora Kátia Abreu (PSD, ex-DEM), presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), e o senador Pedro Taques (PDT-MT) trocaram farpas depois que o pedetista saiu em defesa do procurador da República Mário José Gisi, um dos convidados para debater a reforma do código. A votação do código está programada para hoje na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).
O clima esquentou depois que Kátia subiu o tom ao se dirigir ao procurador: “O senhor é procurador, ganha mais de R$ 20 mil por mês, pode pagar 160% acima do preço pelos (produtos) orgânicos”, provocou. Antes, Gisi havia rebatido uma manifestação da senadora, contrária à redução das áreas de produção agrícola. Ela havia alegado que a fome não se combate com palavras e, sim, “no cabo da enxada e com o trator”. Gisi rebateu: “Esse modelo de produção (defendido por Kátia) é o do trator, da terra arrasada e do agrotóxico”. Ele citou uma pesquisa segundo a qual cada brasileiro consome 5 litros de agrotóxicos por ano.
Depois que Kátia acusou o procurador de criticar os defensivos agrícolas porque podia comprar orgânicos, o senador Pedro Taques interveio, pedindo respeito ao regimento interno do Senado a fim de que os convidados para os debates sejam tratados com urbanidade. “Esse debate emocional não deve ser trazido para o Senado. Eu não jurei respeitar o estatuto da CNA”, alfinetou, insinuando que Kátia estava lá como representante do agronegócio e não como senadora.
“E o senhor não deveria ter jurado o corporativismo de ficar aqui defendendo a sua turma”, devolveu Kátia, lembrando que Taques era procurador da República e membro do Ministério Público Federal, assim como o convidado. “Quem tem turma é vossa excelência!”, retrucou o pedetista. “Corporativista”, encerrou Kátia. Na saída, o relator do código, senador Luiz Henrique (PMDB-SC), cumprimentou discretamente o Pedro Taques: “Vou te dar luvas de boxe de presente”, brincou.

Vítimas de abusos sexuais tentam processar Bento XVI em Haia

Vítimas de abusos sexuais praticados por clérigos, que estão chateadas com o fato de que nenhum prelado de alto escalão da Igreja Católica Romana tenha sido processado por esconder padres, decidiram ir ao Tribunal Penal Internacional (TPI) nesta terça-feira, tentando abrir uma possível investigação do papa Bento XVI e de cardeais por possíveis crimes contra a humanidade. O Vaticano disse que a tentativa é um golpe publicitário “ridículo”.
O Centro para os Direitos Constitucionais, uma organização não governamental sediada em Nova York, entrou com o requerimento em nome da Rede dos Sobreviventes Abusados por Padres, argumentando que a Igreja Católica de Roma manteve um “sistema longo e disseminado de violência sexual” apesar das promessas de que os predadores sexuais seriam afastados e punidos.
A queixa nomeia o papa Bento XVI, parcialmente por seu papel quando comandou a Congregação para a Doutrina e a Fé, a qual em 2001 explicitamente obteve a responsabilidade por supervisionar os casos de abusos; o cardeal William Levada, o qual agora lidera a Congregação; o cardeal Angelo Sodano, secretário de Estado do Vaticano sob o papa João Paulo II; e o cardeal Tarcísio Bertone, o qual agora ocupa esse posto diplomático na Santa Sé.
Advogados das vítimas afirmam que estupros, violências sexuais e torturas são crimes contra a humanidade, tal como esse crimes são descritos no tratado internacional que constitui o TPI. A reclamação também acusa funcionários do Vaticano de criarem políticas que tornaram os abusos permanentes, o que constituiria um ataque contra a população civil de vários países.
Barbara Blaine, presidente da sucursal nos EUA do grupo dos Sobrevivente Abusados por Padres, disse que ir ao TPI foi o último recurso. “Nós tentamos tudo o que podíamos para freá-los e não conseguimos”, disse, a respeito de padres que cometem abusos sexuais. “Se o papa quisesse, eles poderia ter tomado medidas dramáticas, tanto no passado quanto hoje, que protegeriam as crianças agora e no futuro, mas ele se recusou a tomar as ações necessárias”.
O Vaticano não é membro do TPI, o que significa que os promotores do tribunal não têm jurisdição sobre a Cidade do Vaticano. Vale notar que desde que foi criado em 2002, o TPI nunca abriu uma investigação baseado em um pedido semelhante. As acusações de genocídio, crimes de guerra e crimes têm sido comunicadas ao TPI por governos ou pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas.
O escritório da promotoria do TPI disse que as provas apresentadas serão estudadas. “Primeiro precisamos analisar se os supostos crimes caem na jurisdição do TPI”, disse em comunicado.

Governo deve expor amanhã proposta sobre royalties

O secretário nacional de Petróleo e Gás Natural do Ministério de Minas e Energia, Marco Antonio Martins Almeida, disse ontem que a proposta do governo para a definição da alíquota dos royalties deverá ser apresentada amanhã às lideranças do Congresso. A proposta fixa a alíquota em 15%. Esse porcentual pode subir ou descer de acordo com o desenrolar das discussões.
Segundo o secretário, só com a definição da alíquota poderá ser marcada a data da primeira rodada de licitação de blocos de exploração do pré-sal de acordo com o novo regime de partilha. O secretário previu que a rodada só acontecerá no segundo semestre do ano que vem.
Para Almeida, o governo não tem pressa em leiloar o pré-sal. “Queremos fazer bem feito”, afirmou ele, acrescentando que a 11ª rodada de licitação de blocos do pós-sal, que deveria ocorrer este ano, só acontecerá em 2012, possivelmente no primeiro semestre.

Emergentes vão discutir ajuda a europeus, diz Mantega

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, informou ontem que os países emergentes que integram o grupo Brics (Brasil, China, Rússia e Índia) vão se reunir na próxima semana, em Washington, para discutir uma forma de ajuda aos países da União Europeia (UE), que estão passando por uma crise. “Vamos ver o que fazer para ajudar a União Europeia a sair dessa situação”, disse o ministro, ao chegar ao Ministério da Fazenda, ontem pela manhã.
Ele não quis, porém, adiantar detalhes sobre como os Brics poderão ajudar a UE. Mantega viajará no próximo dia 19 para os Estados Unidos, onde participa de reunião anual do Fundo Monetário Internacional (FMI). O encontro entre os Brics ocorrerá antes do evento do FMI.

Dilma: investir em infraestrutura torna País mais forte

A presidente Dilma Rousseff afirmou ontem que o Brasil não é responsável pela crise internacional, mas precisa ter condições de enfrentá-la. Durante evento de lançamento da pedra fundamental do estaleiro Rio Tietê, em Araçatuba (SP), e de anúncio de investimentos na hidrovia Tietê-Paraná, Dilma atribuiu a responsabilidade pelo recrudescimento da crise a outros países, sem nominá-los. “Estamos dando um passo para tornar o Brasil mais forte para enfrentar a crise, pela qual não somos responsáveis e a qual temos condições de enfrentar”, disse. “Porque fazemos, enquanto eles discutem como fica a crise das dívidas dos seus bancos”, completou a presidente.
Para Dilma, a melhor forma de resistir à crise “é não ficar de braços cruzados, não nos atemorizar, mas continuar consumindo, produzindo, investindo em infraestrutura”, afirmou, em uma referência à obra do estaleiro, na qual o governo federal investirá R$ 432,3 milhões. Além da obra, foi anunciado um protocolo de intenções para liberação de R$ 1,5 bilhão - dos quais R$ 900 milhões do governo federal e R$ 600 milhões do estadual - para a modernização da hidrovia.
“Nós estamos aqui gastando nosso dinheiro em parcerias público-privadas, entre governo federal e governo estadual, para criarmos desenvolvimento, empregos e renda no nosso País. E isso nos torna forte, porque sabemos que é a melhor forma de resistir à crise”, disse a presidente.

Estaleiro

Em rápido discurso, Dilma lembrou que a obra é a primeira de um estaleiro a ser feita em uma cidade do interior do País, já que a indústria naval brasileira está situada nas cidades costeiras. “A gente mostra que é possível utilizar os rios para produzir, transportar e criar empregos numa cadeia complexa, que vai da agricultura ao estaleiro”, afirmou. O estaleiro deve produzir 20 comboios com empurradores e barcaças com capacidade de transporte de 4 bilhões de litros por ano de etanol.
Para a presidente, a obra é ainda um exemplo da estratégia do governo para “ampliar a força do mercado interno de um país continental, que é a grande diferença em relação a tantos outros”. Dilma citou ainda seu padrinho político e antecessor, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e lembrou que no governo dele 40 milhões de brasileiros foram alçados à classe média.

Alckmin

Dilma reeditou também o clima amistoso com o governador Geraldo Alckmin (PSDB), comum nos últimos encontros públicos entre ambos, e lembrou que os investimentos na hidrovia serão feitos em parceria entre os governos federal e estadual. “Nós estamos ancorando nessa parceria com o governo de São Paulo, que se expressou dias atrás no cartão do Bolsa-Família”, afirmou.
Já Alckmin, com quem Dilma seguiu para São Paulo, afirmou ter ficado “entusiasmado com o empenho da presidente com a hidrovia” Ele lembrou que a ampliação do sistema modal deverá ampliar de 1% para até 6% o transporte hidroviário de cargas no Estado.