SÃO PAULO - O vice-presidente da República, Michel Temer, disse na tarde deste sábado, em São Paulo, ter "plena convicção" de que o ministro da Casa Civil, Antonio Palocci, vai explicar como foi a locação do apartamento de Moema, onde mora atualmente em São Paulo. Segundo a revista Veja, o
apartamento é de uma empresa de fachada com proprietários laranjas.
- Tenho plena convicção de que ele vai explicar como aconteceu a locação. Creio que o ministro Palocci vai esclarecer os fatos. Tenho absoluta convicção que ele vai esclarecer - repetiu o vice-presidente Michel Temer, ao final da solenidade em que formalizou a filiação do deputado Gabriel Chalita ao PMDB hoje, na Assembleia Legislativa de São Paulo.
Ao responder a pergunta dos jornalistas se o ministro deveria continuar no governo Dilma, ele reafirmou apoio ao ministro da Casa Civil.
- Sou favorável a ele (Palocci). Não tenho nenhuma objeção à permanência dele. Ele deve continuar.
Segundo Temer, Palocci já esclareceu as dúvidas em torno da sua empresa de consultoria, a Projeto, que só no ano passado faturou R$ 20 milhões, mas cujos clientes o ministro se recusa a informar.
- As suspeitas do passado ele respondeu ontem. Sua capacidade administrativa é extraordinária - disse Temer.
No mesmo evento ao lado de Temer, estava o líder do PT na Câmara, deputado Cândido Vacarezza, que defendeu o ministro Palocci das acusações de enriquecimento ilícito.
- Não acho que ele teve enriquecimento ilícito - disse Vacarezza, que preferiu não comentar a denúncia da revista Veja de que Palocci aluga um apartamento de luxo em Moema em nome de laranjas.
- O ministro tem apoio integral do PT - resumiu Vacarezza.
Para o líder do PT, Palocci não está enfraquecido.
- Não vou entrar nesse assunto (do aluguel do apartamento em nome de laranjas). Os fatos (enriquecimento ilícito) são fatos do passado e não se pode maximizar essa questão.
De acordo com Vacarezza, a presidente Dilma Rousseff ainda não conversou com a bancada petista na Câmara sobre a situação do ministro no cargo na Casa Civil.
- Dilma ainda não falou nada sobre Palocci com a bancada -disse o deputado.
Ainda no evento, o líder do PMDB na Câmara, deputado Henrique Alves, disse que as explicações de Palocci vieram tarde.
- O ministro Palocci deveria ter falado 15 dias atrás. Nesse período se especulou muito - disse Henrique Alves.
O líder do PMDB, no entanto, não quer que o ministro deixe o cargo.
- Dou a ele o crédito de boa fé e confiança. Acreditamos nele - disse Henrique Alves.
Já o deputado Gabriel Chalita, que acaba de se filiar ao PMDB, depois de deixar o PSB, também defende Palocci.
- O ministro Palocci é um grande gestor. Faz um grande trabalho. A nossa torcida é que o governo Dilma dê certo - resumiu o novo deputado peemedebista, que hoje entrou no partido com uma grande festa na Assembleia Legislativa de São Paulo, com a promessa do PMDB de ser o candidato do partido à prefeito de São Paulo nas eleições do ano que vem.