Em abril, durante os três dias em que permaneceu acantonado no Instituto Lula e no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, já sob a ordem de prisão, o ex-presidente Lula gravou dois vídeos para indicar o seu substituto. Num deles, anunciava que, na sua falta, o candidato do PT à Presidência seria o ex-ministro Jaques Wagner. No outro, dizia que o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad ficaria com o posto. Ao que tudo indica, o vídeo com Jaques Wagner ficará inédito. Como antecipou a coluna Radar na última edição de VEJA, se não houver nenhuma surpresa no caminho, o escolhido de Lula será mesmo Haddad.
A estratégia definida pela cúpula do PT é de somente oficializar o nome do novo candidato perto de 17 de setembro. Essa é a data-limite para os partidos substituírem candidaturas e, também, o prazo final para que estejam concluídos todos os julgamentos de registro no Tribunal Superior Eleitoral — no dia 18, as urnas eletrônicas começam a ser programadas com o nome e a foto dos candidatos. Até lá, porém, o PT vai acirrar a batalha jurídica para tentar reverter a prisão do ex-presidente — condenado em duas instâncias pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro — e aproveitar até o último minuto a retórica do “candidato perseguido”. Quando finalmente jogar a toalha e anunciar que Lula está fora do páreo, o PT deixará claro que a troca não foi uma decisão do petista, mas uma “imposição da Justiça”, como disse a VEJA um integrante do comando do partido.
Nenhum comentário:
Postar um comentário