Os ministros Ricardo Lewandowski e Gilmar Mendes protagonizaram uma discussão no plenário do Supremo Tribunal Federal na tarde desta quarta-feira (16).
Durante o bate-boca, Mendes chegou a criticar a condução de Lewandowski no impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff.
A confusão começou quando Lewandowski questionou um pedido de vista feito por Mendes, que já havia votado. Os ministros podem mudar o voto até que o julgamento seja finalizado. A presidente do STF, ministra Cármen Lúcia, afirmou que o procedimento de Mendes estava correto.
Lewandowski: Pela ordem, o ministro Gilmar Mendes já não havia votado? Eu tenho impressão que acompanhou a divergência. Depois votou o ministro Marco Aurélio e Sua Excelência está abrindo mão do voto já proferido e pediu vista? Data vênia, é um pouco inusitado.Gilmar Mendes: Enquanto eu estiver aqui eu posso fazê-lo.Cármen Lúcia: Enquanto não estiver proclamado, o regimento permite que haja...Mendes: Vossa Excelência fez coisa mais heterodoxa...Lewandowski: Eu, graças a Deus, não sigo o exemplo de Vossa Excelência em matéria de heterodoxia, viu? Graças a Deus e faço disso ponto de honra.Mendes: Basta ver o que Vossa Excelência fez no Senado.Lewandowski: No Senado? Basta ver o que Vossa Excelência faz diariamente nos jornais. Uma atitude absolutamente ao meu ver incompatível com ...Mendes: Faço isso inclusive para poder reparar os absurdos que Vossa Excelência faz.Lewandowski: Absurdos não, Vossa Excelência retire o que disse porque isso não existe. Vossa Excelência está faltando com o decoro não é de hoje. Eu repilo qualquer... Vossa Excelência, por favor, me esqueça.Mendes: Não retiro.Lewandowski: Bom, então, Vossa Excelência se mantenha como está. Eu reafirmo que Vossa Excelência está faltando com o decoro que essa corte merece.
Não é a primeira vez que os dois ministros entram em confronto. Em setembro, Mendes criticou Lewandowski após ele afirmar durante aula na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP), onde é professor titular, que o impeachment foi um "tropeço na democracia".
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