O gigante já está acordado há muito tempo”, afirmou Nicole Verillo, da AMARRIBO Brasil, organização sem fins lucrativos que atua em sinergia com a sociedade civil, a administração pública, lideranças políticas e a iniciativa privada, para acompanhar a gestão dos bens públicos.
A frase foi proferida ontem, 6, durante o diálogo de encerramento do Fórum Transparência e Competitividade, realizado em Curitiba entre os dias 5 e 6 de novembro e organizado pelo Sistema Federação das Indústrias do Paraná (Sistema Fiep) e pelo Instituto das Nações Unidas para Treinamento e Pesquisa (Unitar).
O painel “Preparando um futuro com transparência” trouxe exemplos de ações da sociedade civil organizada no combate a corrupção que estão dando certo, como é o caso do trabalho realizado pela Amarribo Brasil e pelo Observatório Social, ONG presente em 75 cidades, que promove ações preventivas contra a corrupção.
"Quero chamar a atenção da vontade da nossa sociedade de melhorar o país. A população percebeu que só a indignação não funciona. O observatório social, por exemplo, é uma ação muito simples, de coordenação da sociedade civil organizada”, explica Ater Cristófoli, presidente do Observatório Social do Brasil.
O diferencial da ONG é a ação preventiva realizada pelos voluntários. “Depois do desvio, dificilmente a gente vê alguém punido. Em geral, corrupto no Brasil não vai pra cadeia e o dinheiro não volta. A gente percebeu que o que interessa é consertar o malfeito antes dele acontecer” aponta o presidente.
Para Sally Fegan-Wyles, diretora executiva, do Instituto das Nações Unidas para Treinamento e Pesquisa, a ação deve partir dos jovens. “Eu não creio que a resposta venha da minha geração. Os jovens por natureza são idealistas, querem mudar o mundo. E ao contrário dos jovens da minha geração, hoje eles têm as ferramentas possíveis para fazer isso”, conclui.
O Presidente do Sistema Fiep, Edson Campagnolo, sugeriu uma forma de arrecadação de recursos para a luta anticorrupção no fim do Fórum. “Nossa sugestão é que quando as multas forem arrecadadas, esse dinheiro possa ser reinvestido no combate à corrupção”.
Durante o painel anterior, intitulado “Parcerias no combate à corrupção”, o Conselheiro Regional para a América Latina e Caribe do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), Gerardo Berthin, afrimou que sozinhas, as empresas não vão conseguir combater a corrupção. “É necessária uma ação coletiva”, explica Berthin, citando quatro níveis de parceria: individual, institucional, setorial e coletiva.
O Contas Abertas cobriu o evento a convite do Sistema Federação das Indústrias do Paraná (Sistema Fiep) e do Instituto das Nações Unidas para Treinamento e Pesquisa (Unitar), organizadores do Fórum.
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