GACC - Grupo de Assistência à Criança com Câncer

GACC - Grupo de Assistência à Criança com Câncer
Desde o início de suas atividades, em 1996, o GACC - então Grupo de Apoio à Criança com Câncer - existe para aumentar a expectativa de vida e garantir a oferta e a qualidade global do tratamento oferecido integral e indistintamente a crianças e jovens com câncer, diagnosticados com idades entre 0 e 19 anos incompletos, independente de sexo, cor, religião ou posição socioeconômica.

terça-feira, 16 de abril de 2013

Desembargador diz não ter visto presos sendo executados em massacre


Um dos juízes que participaram das reuniões que autorizaram a entrada da tropa da PM ao Carandiru (zona norte de SP), hoje o desembargador Ivo de Almeida, disse que não viu nenhum preso sendo executado pelos PMs durante o massacre de 1992, como afirmou ontem (15) o ex-diretor do Carandiru Moacir dos Santos.

O magistrado foi a primeira testemunha ouvida hoje (16) a pedido da defesa. Esse é o segundo dia do julgamento dos 26 PMs suspeitos de participar de 15 mortes durante o massacre. O júri acontece no Fórum da Barra Funda (zona oeste de SP)
Almeida afirmou ainda que a entrada da PM foi necessária porque a unidade estava fora de controle. "Nossa preocupação era manter a integridade física deles. Poderia haver uma carnificina lá dentro", disse.
Almeida conta que nenhum civil conseguiu entrar no presídio com a PM. Ainda segundo ele, embora tenha autorizado a entrada, os juízes não imaginavam que o resultado seria aquele. "Não esperávamos um desdobramento desses", disse. "Foram muitos mortos."
O magistrado evitou dizer que houve, porém, um excesso por parte da polícia. "Não dá para dizer que com 111 mortos foi tudo bem."

"O doutor Pedrosa [José Ismael Pedrosa, ex-diretor do Carandiru] me disse que a situação estava insustentável", contou a testemunha sobre o momento da invasão da PM. "O coronel Ubiratan falou para nós que não havia condição para um civil entrar [no presídio]".
Durante o depoimento, a advogada dos réus, Ieda de Souza, fez perguntas que tentavam desconstruir o depoimento do agente penitenciário Moacir dos Santos, que era diretor de segurança e disciplina do presídio, o nº 2 na hierarquia do Carandiru.
Ontem, Moacir afirmou que policiais entraram no presídio atirando e que "gritavam como se fizessem um gol".
Questionado se ouviu esses gritos, Ivo de Almeida respondeu: "Se o seu Moacir viu isso eu não sei, mas do meu lado ele não poderia estar, porque eu não vi isso".
O desembargador também contou que os presos fizeram barricadas para impedir a entrada da polícia.
A segunda testemunha de defesa que será ouvida nesta terça-feira será o desembargador Fernando Antonio Torres Garcia, à época juiz da Corregedoria dos presídios.
O ex-governador do Estado de São Paulo Luiz Antônio Fleury Filho também deverá ser ouvido hoje. A expectativa é grande para o depoimento dele e do secretário da Segurança Pública na época do massacre, Pedro Franco de Campos. Os dois estão no fórum.

Editoria de Arte/Folhapress
Clique para ler

Nenhum comentário: