Na primeira aparição pública desde que deixou o governo em Caxias, o ex-prefeito José Camilo Zito dos Santos (PP) se defendeu das acusações de desvio de dinheiro na Saúde, responsabilizou o governo Washington Reis (PMDB) por parte das dívidas do município e disse que seu salário de aposentado — R$ 28 mil brutos — está dentro da lei.
— Não fui aposentado como guarda, e, sim, como servidor público. Se fosse médico, engenheiro, lixeiro... Enfim, é uma lei que não foi criada por mim — disse, em entrevista, no escritório de seus advogados, no Rio.
Apesar de ação do Ministério Público apontar desvio de R$ 700 milhões na contratação de organizações da sociedade civil de interesse público (Oscips), Zito negou irregularidades nos contratos:
— Não vejo irregularidades. Vejo forma de opção profissional. Quando assumi, chamei o secretário e dei a ele a responsabilidade de buscar segmento para atender melhor à população. A equipe fez um estudo, visitou cidades e trouxe opção que foi aprovada pela Câmara.
O ex-prefeito, que deixou o poder sob vaias, não sabe se voltará ao cenário político:
— Não sei se vale a pena me dedicar pelo meu estado e pela minha cidade. Mas estou pensando em voltar à faculdade de Direito.
O que ele disse
Férias
Zito disse ainda estar de férias e que, desde que deixou a Prefeitura de Caxias, tem ficado em casa, no bairro Doutor Laureano. “No dia em que a Polícia Federal esteve na minha casa, eu não estava. Voltei à noite”, afirmou.
Direito
Zito não foi taxativo em relação a abandonar a vida pública. Por hora, revelou, pensa em voltar à faculdade de Direito. “Talvez termine o curso. Parei no 4 período”.
Lixo em Caxias
Apesar do caos no sistema de coleta de lixo, durante o último ano de seu governo, Zito diz ter provocado uma revolução na limpeza de Duque de Caxias. Classificou o fechamento do Aterro de Jardim Gramacho como um erro, e disse que o prefeito Alexandre Cardoso (PSB) teve sorte de o Estado o ajudar. “Por que não fizeram isso antes?”, questionou.
Preconceito
Em relação à repercussão do seu salário de aposentado, ele disse que trata-se de preconceito contra os guardas municipais. Irônico, disse que as equipes das Oscips contratadas em Caxias eram formadas por “pessoas altamente qualificadas. Não foi escolhido guarda municipal”.
Mal-entendido
Danilo Gomes, ex-secretário de Saúde de Caxias, disse que está tranquilo. E que tudo (ação do Ministério Público Federal sobre o desvio de R$ 700 milhões da Saúde) não passa de um mal-entendido.
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