Estragos causados pelas chuvas desde o final de semana levaram 17 municípios do interior de São Paulo a acionar a Coordenadoria Estadual de Defesa Civil até a tarde desta terça-feira (15). Pelo menos 400 pessoas ficaram desabrigadas e recebem assistência das prefeituras. Em Itápolis, o Córrego dos Papagaios transbordou e inundou cerca de 80 casas. Seis residências sofreram desabamento parcial e os moradores foram removidos para uma escola municipal. Algumas casas ficam com um metro de água no interior - uma moradora chegou a capturar um peixe da espécie tucunaré em sua sala. Com a chuva da tarde desta terça, o córrego voltou a subir.
Duas casas foram danificadas pelo rompimento de uma galeria em Lins, na região de Bauru. Em Laranjal Paulista, região de Sorocaba, seis famílias estão desabrigadas desde segunda-feira, quando um temporal atingiu a cidade. Dezenas de casas foram inundadas pela enxurrada na rua Treze de Maio, parte baixa da cidade. Em Santo Anastácio, na região de Presidente Prudente, as chuvas destruíram pelo menos seis estradas rurais e vicinais. Pontes e aterros foram arrancados pela força das águas. A Estrada Demétrio Antonio Zacarias (SP-029) continuava interditada nesta terça.
No município de Flórida Paulista, três pontes foram arrancadas. Em Oswaldo Cruz, na mesma região, cerca de 40 famílias tiveram de deixar as casas, atingidas por alagamentos na Vila Esperança. Os moradores foram removidos para um centro comunitário do bairro e casas de parentes. Voltou a chover nesta terça em Capivari, região de Piracicaba, onde cerca de 120 pessoas estão desabrigadas desde domingo em razão do transbordamento do rio Capivari. Trinta casas foram afetadas e duas ruíram parcialmente. As famílias estão sendo atendidas num abrigo municipal.
Voluntários
Quando a chuva é intensa e o rio Sorocaba começa a encher, no distrito de Americana, em Tatuí, a 145 km de São Paulo, a dona de casa Marlene Aparecida Pires vai às casas dos vizinhos e avisa que está na hora de sair. Rapidamente os moradores pegam o essencial e se dirigem à escola, onde ficam até que as águas baixem. Um programa da Defesa Civil da cidade treinou os próprios moradores das áreas de risco para fazer o monitoramento das enchentes. Além do distrito, quatro bairros localizados em áreas ribeirinhas participam do programa.
De acordo com o coordenador João Batista Floriano, a ação já evitou prejuízos para os moradores em pelo menos duas enchentes, desde o ano passado. A voluntária Selma Longanezi, que passou a integrar o grupo depois de perder quase tudo numa das cheias, acompanha as previsões do tempo e alerta os moradores quando uma frente fria se aproxima. "Hoje, acompanho o nível do rio e sei quando é hora de dar o alarme." Nos períodos secos, o grupo faz um trabalho de conscientização sobre coleta de lixo e outros cuidados ambientais.
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