Essa é uma campanha da Valentina para que tomemos conta dos Sex-shops como aquilo que eles são: lojas de conveniência!!!!
Eu adoro sex-shops. Os físicos mesmo, apesar de ter descoberto um na internet bem servido e com um jeito nada podrão. Não me preocupo se são "para mulheres", isto é, se tem como alvo o público feminino e o espaço, produtos, etc é mais acomodado ao gosto das mulheres, para ser franca, a mistura não me dá medo, pelo contrário, acho que aumenta a variedade e as surpresas. Mesmo um tanto constrangida no início, eu tenho espírito de antropóloga no campo!
A primeira vez que entrei confesso que fiquei meio constrangida, mas eu não me faço de rogada. Escolhi um bem localizado e que não parecia ter uma freqüência muito rasteira, ou então só de homossexuais masculinos. Sei lá, tinha receio, timidez, coisas naturais para quem foi criada com uma noção de sexualidade como algo totalmente privado, que não se deve comentar ou debater.
Mas, pombas, não conversamos com amigas íntimas, lemos revistas femininas? Onde está esse recato todo? Quis ver prá conhecer. Outro lado forte da minha personalidade é gostar de me aventurar em mim mesma, aprender um pouco empurrando meus limites, meus preconceitos. Ir sem saber o que vai acontecer, o que vou ver.
Comprar um produto de vendedoras privadas, sacoleiras é mole, sair e entrar numa loja é mais complicado, mas... hoje é bem simples e natural para mim.
Entrei e vi uma loja cheia de coisas penduradas por todos os lados, mas com uma lógica de organização que deu para perceber em alguns minutos. Um balcão onde dois atendentes, um rapaz e uma moça muito simpáticos tiravam as dúvidas das pessoas e ajudavam no que fosse preciso e encaminhavam os clientes que solicitavam acesso ao buraco no fundo da loja.
Eu sabia que ali eram exibidos filmes pornográficos, mas não tinha muita noção. Hoje sei por gays conhecidos, que lá dentro rola de tudo no escuro. Ao menos em um sex-shop muito freqüentado por homens que fazem sexo com gays no centro da cidade. Como naquele só vi homens entrando no buraco, caras de todos os tipos: engravatados super normais, rapazes com cara de michê, rapazes viris, tipos bem nerds... Bem, prá mim as chances de ser tudo gay era alta!
Ninguém mexe com ninguém e isso é super legal, não tem essa de flertar. Você fica na sua, escolhe o que quer, faz suas perguntas ao atendente e tá na boa. Indo com amigos ou amigas é bom para poder trocar idéias, e num outro sex-shop já aconteceu de haver um casal, mais um outro gay, mais eu e uma amiga, e ficarmos batendo papo, trocando idéias, todos sugerindo e fazendo compras juntos, sem a menor putaria! Um barato! Só fazendo piadas, pleiteando descontos do dono... muito legal mesmo!
Passado o estranhamento inicial, é um mundo de produtos e possibilidades para aumentar o prazer de qualquer relação, para que possamos ter prazer sozinhas, curtir fetiches, taras, melhorar o desempenho (retardadores de ejaculação, ou prolongadores de ereção), camisinhas diferentes, e se tivermos um pouco de cabeça aberta podemos tirar coisas muito positivas de tudo o que está lá, até para a saúde, como os apetrechos de pompoarismo!
Vencer a inibição é o primeiro passo: deixando de ver como um lugar só de tabu, mas como uma loja de conveniência para o meu prazer foi algo que funcionou para mim, aliás eu sou movida a prazer. Gosto de sexo, do meu tabaco mais refinado, dos meus licores, dos meus perfumes, dessas coisas de detalhes que sempre me excitam os sentidos.
Achar o que nos dá prazer, tempo para dedicar a nós mesmas nessas coisas às vezes pequenas... nossa, como é bom! Como nos faz ter mais prazer com a nossa feminilidade e nossa sexualidade. Acho que até eles tem mais tesão em mulher que gosta mais de si, que tem mais prazer em si mesma e partilha esse gozo com eles!
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