A campanha da presidente Cristina Kirchner para forçar o Reino Unido a entregar as ilhas Malvinas (chamadas pelos britânicos de Falklands) pode ter chegado a seu ponto mais alto ontem, 30º aniversário da fracassada ocupação argentina do arquipélago no Atlântico sul.
Centenas de marchas patrióticas devem acontecer em todo o território argentino e Cristina deve fazer um grande discurso pedindo ao Reino Unido que conceda a soberania das ilhas. A campanha ganhou muitas facetas. Vários ganhadores do Prêmio Nobel da Paz e aliados latino-americanos da Argentina acusam o Reino Unido de militarizar a disputa.
A ameaça de um sindicato de boicotar cargas britânicas e a recusa argentina em aceitar navios de bandeira britânica, além da recusa do governo em permitir mais de um voo semanal para as ilhas prejudica o comércio. O governo de Cristina Kirchner pediu às empresas que encontrem alternativas às importações britânicas, ameaçaram processar investidores e bancos britânicos e tentou impedir a exploração de petróleo nas proximidades do arquipélago.
As medidas tornaram mais difícil a vida dos moradores, mas nenhuma delas parece estar levando a Argentina a recuperar o território, que afirma ter sido roubado pelo Reino Unido em 1833
Já o governo britânico diz que não há nada a ser negociado: os moradores locais são agora um território britânico ultramarino autogovernado e as pessoas que vivem no local há gerações determinarão seu próprio destino. Os próprios moradores das ilhas, em sua maioria, dizem que querem permanecer britânicos.
Como progressos reais não foram conquistados, a retórica se tornou mais intensa, assim como os humores dos dois lados. Por meio de e-mail ou redes sociais, os argentinos acusam os moradores das ilhas de serem “piratas” ou tentam ridicularizá-los, chamando-os de “kelpers”. A ilha é cercada por um tipo de alga chamado “kelp”.
Nas últimas quatro décadas a Argentina vem tentando retomar as ilhas pela atração, ocupação, negociação e ameaças. As ilhas estabeleceram contato aéreo direto com Buenos Aires, que fornecia gasolina e bancava a educação das crianças da ilha, na tentativa de construir laços. O Reino Unido fazia lobby com os moradores para que aceitassem uma anexação à Argentina, no estilo do que foi feito com Hong Kong, quando a junta militar no comando do governo argentino invadiu o território, em 2 de abril de 1982.
Acreditando que seriam recebidos como libertadoras, as tropas argentinas descobriram que os ilhéus queriam permanecer britânicos e que uma flotilha estava a caminho para retomar o território. A junta enviou milhares de soldados recém-formados, sem apoio logístico ou mesmo roupas apropriadas. Eles lutaram bravamente, afirmaram soldados britânicos, mas não tinham chance
As forças argentinas se renderam em 14 de junho, após batalhas que custaram a vida de 649 argentinos e 255 britânicos, além de três moradores que morreram por fogo amigo britânico.
Houve outras tentativas de aproximação na década de 1990 - uma série de acordos sobre compartilhamento de pesca e direitos sobre petróleo, ligações comerciais e outros tipos de trocas. Mas quase todos foram abandonados em 2003, quando Néstor Kirchner, marido de Cristina morto em 2010, se tornou presidente e começou a isolar as ilhas. As informações são da Associated Press.
Centenas de marchas patrióticas devem acontecer em todo o território argentino e Cristina deve fazer um grande discurso pedindo ao Reino Unido que conceda a soberania das ilhas. A campanha ganhou muitas facetas. Vários ganhadores do Prêmio Nobel da Paz e aliados latino-americanos da Argentina acusam o Reino Unido de militarizar a disputa.
A ameaça de um sindicato de boicotar cargas britânicas e a recusa argentina em aceitar navios de bandeira britânica, além da recusa do governo em permitir mais de um voo semanal para as ilhas prejudica o comércio. O governo de Cristina Kirchner pediu às empresas que encontrem alternativas às importações britânicas, ameaçaram processar investidores e bancos britânicos e tentou impedir a exploração de petróleo nas proximidades do arquipélago.
As medidas tornaram mais difícil a vida dos moradores, mas nenhuma delas parece estar levando a Argentina a recuperar o território, que afirma ter sido roubado pelo Reino Unido em 1833
Já o governo britânico diz que não há nada a ser negociado: os moradores locais são agora um território britânico ultramarino autogovernado e as pessoas que vivem no local há gerações determinarão seu próprio destino. Os próprios moradores das ilhas, em sua maioria, dizem que querem permanecer britânicos.
Como progressos reais não foram conquistados, a retórica se tornou mais intensa, assim como os humores dos dois lados. Por meio de e-mail ou redes sociais, os argentinos acusam os moradores das ilhas de serem “piratas” ou tentam ridicularizá-los, chamando-os de “kelpers”. A ilha é cercada por um tipo de alga chamado “kelp”.
Nas últimas quatro décadas a Argentina vem tentando retomar as ilhas pela atração, ocupação, negociação e ameaças. As ilhas estabeleceram contato aéreo direto com Buenos Aires, que fornecia gasolina e bancava a educação das crianças da ilha, na tentativa de construir laços. O Reino Unido fazia lobby com os moradores para que aceitassem uma anexação à Argentina, no estilo do que foi feito com Hong Kong, quando a junta militar no comando do governo argentino invadiu o território, em 2 de abril de 1982.
Acreditando que seriam recebidos como libertadoras, as tropas argentinas descobriram que os ilhéus queriam permanecer britânicos e que uma flotilha estava a caminho para retomar o território. A junta enviou milhares de soldados recém-formados, sem apoio logístico ou mesmo roupas apropriadas. Eles lutaram bravamente, afirmaram soldados britânicos, mas não tinham chance
As forças argentinas se renderam em 14 de junho, após batalhas que custaram a vida de 649 argentinos e 255 britânicos, além de três moradores que morreram por fogo amigo britânico.
Houve outras tentativas de aproximação na década de 1990 - uma série de acordos sobre compartilhamento de pesca e direitos sobre petróleo, ligações comerciais e outros tipos de trocas. Mas quase todos foram abandonados em 2003, quando Néstor Kirchner, marido de Cristina morto em 2010, se tornou presidente e começou a isolar as ilhas. As informações são da Associated Press.
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