Em uma eleição que serviu mais para medir o poder de fogo do padrinho do que a capacidade de articulação da candidata, o plenário da Câmara escolheu ontem a deputada Ana Arraes (PSB-PE) para ocupar uma vaga de ministro do Tribunal de Contas da União (TCU).
A eleição mobilizou governadores, secretários de Estado, prefeitos, vereadores, presidentes de partido e até um ex-presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e um ex-presidente da Câmara, Severino Cavalcanti. O autor da proeza de agregar tantas personalidades em sua primeira grande articulação política nacional é o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), filho de Ana Arraes.
Foi com esse time de reforço em ação no Congresso que Campos elegeu sua mãe e líder do PSB na Câmara. Ela disputou com outros cinco candidatos os votos dos 493 deputados presentes à sessão no plenário da Câmara ontem, mas pôs 73 votos de vantagem sobre o principal adversário, deputado Aldo Rebelo (PC do B-SP). Placar final: 222 a 149 dados ao comunista. O terceiro candidato mais competitivo para o TCU, deputado Átila Lins (PMDB-AM), obteve apenas 47 votos.
Afinada. Antes mesmo de assumir a vaga deixada pelo ex-deputado tucano Ubiratan Aguiar, que se aposentou em julho passado, Ana Arraes mostra que pode ser útil ao governo federal, sempre queixoso do TCU, que paralisa obras públicas sob suspeição de irregularidades como o superfaturamento de preços.
'É preciso rever essa questão da paralisação. Deve haver muito zelo com o dinheiro público, e esse zelo eu vou ter, mas o julgamento precipitado macula e a paralisação às vezes sai mais cara do que uma retificação dos problemas com continuidade da obra', afirmou Ana Arraes, logo depois de eleita.
A nova ministra avaliou que seu filho governador deu prova de força política ao reunir tanta gente em sua campanha, mas valorizou o próprio perfil de advogada e ex-assessora do Tribunal de Contas de Pernambuco.
'A candidata responde com a inteireza de seu nome para agregar', ressaltou Ana Arraes. Apesar da fartura de padrinhos oficiais, ela disse que não houve 'chapa branca na eleição' nem 'vitória de bandeja'. 'Trabalhei duro nos últimos dois meses, sem um sábado ou domingo de folga', argumentou.
Depois da eleição, Campos foi a estrela do almoço que reuniu 14 governadores na residência oficial do presidente da Câmara, Marcos Maia (PT), para discutir a Emenda 29 que trata do financiamento da saúde pública. Agradeceu a todos, sobretudo ao anfitrião, que agendou o encontro para o dia da votação do TCU e forçou a presença de governadores em Brasília.
A maioria dos governadores acionados por Campos para ajudar na campanha trabalhou por telefone com os deputados de seus Estados, mas antes do almoço o cearense Cid Gomes fez questão de passar pela Câmara. 'Não vim fazer chantagem nem pressionar ninguém. Vim pedir o voto para Ana Arraes', disse Gomes, que acompanhou a votação do cafezinho do plenário.
Cid Gomes aplaudiu o esforço de Campos para eleger sua mãe. 'Todos os meios legítimos devem ser usados.' Mas o senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) reprovou a operação política. 'É um absurdo que um governador - seja ele quem for - deixe os seus afazeres no Estado para eleger a mãe para o TCU. Se isso não é nepotismo, não é abuso do poder político e uso da máquina, eu não sei mais o que é.'
A eleição mobilizou governadores, secretários de Estado, prefeitos, vereadores, presidentes de partido e até um ex-presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e um ex-presidente da Câmara, Severino Cavalcanti. O autor da proeza de agregar tantas personalidades em sua primeira grande articulação política nacional é o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), filho de Ana Arraes.
Foi com esse time de reforço em ação no Congresso que Campos elegeu sua mãe e líder do PSB na Câmara. Ela disputou com outros cinco candidatos os votos dos 493 deputados presentes à sessão no plenário da Câmara ontem, mas pôs 73 votos de vantagem sobre o principal adversário, deputado Aldo Rebelo (PC do B-SP). Placar final: 222 a 149 dados ao comunista. O terceiro candidato mais competitivo para o TCU, deputado Átila Lins (PMDB-AM), obteve apenas 47 votos.
Afinada. Antes mesmo de assumir a vaga deixada pelo ex-deputado tucano Ubiratan Aguiar, que se aposentou em julho passado, Ana Arraes mostra que pode ser útil ao governo federal, sempre queixoso do TCU, que paralisa obras públicas sob suspeição de irregularidades como o superfaturamento de preços.
'É preciso rever essa questão da paralisação. Deve haver muito zelo com o dinheiro público, e esse zelo eu vou ter, mas o julgamento precipitado macula e a paralisação às vezes sai mais cara do que uma retificação dos problemas com continuidade da obra', afirmou Ana Arraes, logo depois de eleita.
A nova ministra avaliou que seu filho governador deu prova de força política ao reunir tanta gente em sua campanha, mas valorizou o próprio perfil de advogada e ex-assessora do Tribunal de Contas de Pernambuco.
'A candidata responde com a inteireza de seu nome para agregar', ressaltou Ana Arraes. Apesar da fartura de padrinhos oficiais, ela disse que não houve 'chapa branca na eleição' nem 'vitória de bandeja'. 'Trabalhei duro nos últimos dois meses, sem um sábado ou domingo de folga', argumentou.
Depois da eleição, Campos foi a estrela do almoço que reuniu 14 governadores na residência oficial do presidente da Câmara, Marcos Maia (PT), para discutir a Emenda 29 que trata do financiamento da saúde pública. Agradeceu a todos, sobretudo ao anfitrião, que agendou o encontro para o dia da votação do TCU e forçou a presença de governadores em Brasília.
A maioria dos governadores acionados por Campos para ajudar na campanha trabalhou por telefone com os deputados de seus Estados, mas antes do almoço o cearense Cid Gomes fez questão de passar pela Câmara. 'Não vim fazer chantagem nem pressionar ninguém. Vim pedir o voto para Ana Arraes', disse Gomes, que acompanhou a votação do cafezinho do plenário.
Cid Gomes aplaudiu o esforço de Campos para eleger sua mãe. 'Todos os meios legítimos devem ser usados.' Mas o senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) reprovou a operação política. 'É um absurdo que um governador - seja ele quem for - deixe os seus afazeres no Estado para eleger a mãe para o TCU. Se isso não é nepotismo, não é abuso do poder político e uso da máquina, eu não sei mais o que é.'
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