O eleitor deu cartão vermelho para Romário. Após ser flagrado numa partida de futevôlei na Barra da Tijuca, quinta-feira, durante a primeira sessão da Câmara dos Deputados, o Baixinho não quis saber de emenda. Assinou embaixo do seu ato e, no fim da tarde de sexta-feira, estava de novo com pés fincados na areia.
— Jogo futevôlei sempre que dá. Depois das 18h, você vai me ver aqui. Vou tentar vir sempre às quintas e sextas — diz, sem nenhum arrependimento: — Hoje, joguei duas partidas e pretendo jogar mais. Cumprirei com minha obrigação, mas vou continuar com o esporte. Essas notícias só saíram porque foi comigo. Não dormi no plenário. Na hora em que estava coçando o olho, tiraram a foto. Sempre fui polêmico e sou feliz por isso.
Já os eleitores não ficaram nada satisfeitos.
— É uma falta de responsabilidade total — dizem, em coro, as estudantes Ester Cavalcanti e Alessandra Manfredi, decepcionadas.
Para Neuza Leite Santos, de 61 anos, o melhor seria que Romário escolhesse entre o plenário e a quadra:
— Eu preferia que ele continuasse com a bola.
A atitude de Romário foi um dos assuntos mais discutidos no Twitter ontem. À noite, ele afirmou no seu microblog que não havia deixado de trabalhar. Na praia, também se defendeu:
— Marquei ponto em Brasília (quinta-feira). Fui no gabinete, despachei coisas a manhã toda no plenário. Como não tinha nenhuma sessão obrigatória, e cada um foi para os seus estados, vim para o Rio. Minha vida sempre foi feita de críticas. Sou polêmico. Na política, não seria diferente. Hoje, trabalhei muito. Fui para o escritório e me reuni com meu chefe de gabinete. Quem me conhece, sabe que eu estou trabalhando.
O deputado Alexandre Cardoso sai em defesa do parlamentar do seu partido (PSB):
’Onde está o erro?’
— Na primeira sessão, não se discute nada. Onde está o erro? O regimento permite dar presença e ir embora. Não acho que houve imoralidade. Eu falei com Romário. Ele me disse que, se estivesse no gabinete durante a sessão, não chamaria a atenção. Ele disse: "Aprendi esse negócio".
Trabalhando, de verdade, na areia, uma ambulante resumiu o sentimento do eleitor:
— No Brasil, tudo acaba em pizza ou praia.
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