Parece incrível, mas tonturas e desmaios não são sintomas tão raros no dia a dia das pessoas e se aproximam de 33% a sua incidência na população sadia. Esse problema, de origem cardiovascular, tem vários nomes: síndrome vasovagal ou síncope neurocardiogênica ou síncope reflexa. Também ocorre entre esportista e atletas em geral, principalmente do gênero feminino. Recentemente, num jogo da Superliga feminina de vôlei, no Rio de Janeiro, ocorreu isso, e foi com uma jogadora do Sesi-SP, a Sassá.
Acredita-se que foi provocado pelo excessivo calor ambiente no ginásio, lhe causando mal estar e tontura pela forte queda da pressão arterial. A primeira medida de tratamento é colocar a vítima deitada de costas, e manter elevação acentuada das pernas. O mecanismo é a dilatação acentuada das pequenas artérias do corpo, provocando a hipotensão (queda) arterial e diminuição dos batimentos cardíacos, piorando a condição clínica.
A queda de pressão, em geral quando a pessoa está de pé é chamada de hipotensão postural ou reflexa, e resulta da perda da força de contração dos músculos da panturrilha, com isso parando o bombeamento do sangue das pernas para cima, a caminho do coração. Pode ocorrer numa interrupção súbita do exercício que estava sendo feito, provocando acúmulo de sangue nas pernas e menos sangue chegando ao coração, pelo seu lado direito (átrio D), e esse acontecimento é piorado com o aumento da temperatura dos músculos e das veias, exatamente aquelas que ficam mais visíveis na pele, chamadas de vasos cutâneos.
Algumas situações diferentes daquela que comentamos também podem provocar esse reflexo agudo, por exemplo, uma grande forte dor no corpo (cólica dos rins, infarto do miocárdio, rompimento de aneurisma da artéria aorta) e até mesmo uma explosiva emoção inesperada, pode provocar a síndrome vasovagal. Nesse episódio de estresse ocorre a estimulação de centros cerebrais conhecidos como núcleos hipotalâmicos.
Outras vezes, o “gatilho” que provoca esse reflexo de tonturas e desmaio súbitos, e que nos deixa preocupados, pode vir de outras situações muito especiais, como excesso de evacuações ou quando uma pessoa se levanta de madrugada para urinar.
Um alerta para os nossos prezados esportistas, principalmente os corredores:
Colocar os dedos no pescoço para contar a pulsação, pode causar forte queda da pulsação e da pressão por hipersensibilidade das carótidas (seio carotídeo), na maioria das vezes, manifesta-se de forma abrupta, “sem aviso”. Esses fatores desencadeantes, como os estímulos locais, colarinhos muito apertados ou giro brusco do pescoço podem indicar o diagnóstico.
O que fazer em caso de tontura e desmaio da Síndrome Vasovagal ? O mais importante é a postura da pessoa acometida desse problema, nada de carrega-la pra lá ou pra cá.
1 - enquanto aguarda socorro médico, fique ao lado da vítima, a coloque deitada de costas com a cabeça no nivel do chão e total elevação das pernas,
2 - mantenha úmida sua cabeça e rosto.
3 - ofereça líquidos frios ou gelados aos goles lentamente
4 - converse para tranquilizá-la e mantê-la desperta
5 - só um médico poderá ministrar soros e outros medicamentos, se for necessário!
6 - após tudo resolvido, convém consultar um médico para os devidos esclarecimentos.
* As informações e opiniões emitidas neste texto são de inteira responsabilidade do autor, não correspondendo, necessariamente, ao ponto de vista do Globoesporte.com / EuAtleta.com.