Segundo a OAB, o resultado da pesquisa dá força para a proposta de reforma, elaborada em conjunto com o MCCE.
De cada dez brasileiros, praticamente nove querem que o país tenha uma reforma política valendo já para o ano que vem. É o que indica uma pesquisa divulgada nesta terça-feira (6), em Brasília.
A pesquisa do Ibope ouviu 1,5 mil pessoas em todas as regiões do Brasil no final do mês de julho. O levantamento foi apresentado nesta terça-feira pelo Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral, composto por 55 entidades, entre elas a Ordem dos Advogados do Brasil.
Ao todo, 85% dos entrevistados são a favor da reforma política e 7% contra. E 92% querem reforma por meio de projeto de lei de iniciativa popular.
Sobre a doação de dinheiro a partidos e candidatos por empresas privadas, 78% são contra. E 90% querem punição mais rigorosa para prática de caixa 2. Ao todo, 84% querem que as mudanças passem a valer nas próximas eleições.
“Já que a população quer reforma política já para o próximo ano, o Congresso Nacional não pode fazer pouco caso da opinião da população brasileira”, disse Marcos Vinicius Coêlho, presidente nacional da OAB.
Segundo a OAB, o resultado da pesquisa dá força para a proposta de reforma, elaborada em conjunto com o Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral. O projeto de iniciativa popular precisa de cerca de um milhão e meio de assinaturas para ser votado no Congresso. E para valer já em 2014, precisa ser aprovado um ano antes das eleições.
Pelo projeto, as empresas ficam proibidas de fazer doações a políticos ou partidos. O caixa 2 passa a ser punido criminalmente com pena de até oito anos de prisão. Segundo o Movimento de Combate à Corrupção, a proposta também proíbe que partidos pequenos usem o tempo de TV como moeda de troca.
“O partido de aluguel é um mal a ser debelado. Nós vivemos sob o multipartidarismo, mas isso não deve servir de argumento para que nós tenhamos partidos que não representam absolutamente ninguém e que só vivem de comercializar suas legendas”, apontou Márlon Reis, diretor do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral.