Prefeito Antônio Carlos está prendendo intervir
no hospital Stela Maris, conhecido como Santa Casa de Caraguatatuba, por conta
das dificuldades financeiras que a instituição atravessa. Está fazendo como o
personagem daquela fábula do português que afirmava que a aranha sem pernas
fica surda. É que o português arrancou as pernas de uma aranha e tentou fazer
com que ela andasse. Gritava e batia na mesa tentando fazê-la andar, mas como o
bicho não saía do lugar, ele concluiu que sem as pernas a aranha não ouvia a
ordem de caminhar. A Santa Casa realizava pronto atendimento e pronto socorro recebia
do SUS os pagamentos pelo serviço. O prefeito brigou com a freira do hospital,
retirou os serviços e as verbas da instituição, contratou o Grupo Bandeirantes
de Saúde para administrar os mesmo serviços por um valor 30% mais caro e de
pior qualidade por não ter equipamento hospitalares adequados como UTI.
Hoje está rolando na mídia a notícia de que ele vai intervir no hospital.
O que as pessoas precisam saber é que uma prefeitura que não consegue administrar postos de saúde, não poderá conseguir administrar o único hospital de uma cidade com 100 mil habitantes. A intervenção não vai permitir terceirização do serviço no prédio de propriedade da irmandade. Se a gestão da saúde naquele nosocômio ficar por conta do prefeito Antônio Carlos, vai ser a pior aventura da história política desse cidadão. Se intervir vai ser notificado de que será responsável pessoalmente por prejuízos que essa intervenção possa causar ao município. Certamente a irmandade vai contabilizar os prejuízos e vai exigir ressarcimento na justiça, mas a conta das aventuras políticas não poderá ser paga pela prefeitura, mas sim pelo autor da intervenção. O prefeito reduziu os recursos financeiros que eram transferidos à Santa Casa, levou a instituição ao caos e agora decretou estado de calamidade pública na saúde da cidade com o objetivo de intervir no gerenciamento da instituição. A calamidade existe para que prefeitos possam agir sem licitação com a desculpa de normalizar serviço essencial. A calamidade criada por uma prefeitura temerária e aparentemente mal intencionada, talvez não seja permitida pela justiça e se o for poderá gerar enormes fortunas para indenizar os danos que a irmandade proprietária do hospital poderá sofrer.
Se houver intervenção e dela decorrer prejuízos poderá haver responsabilizações pessoais dos autores do ato. Todo mundo sabe que a UPA deveria ter sido construída na zona sul da cidade com a finalidade de desafogar a Santa Casa, mas o prefeito ao invés de desafogar preferiu afogar o hospital e depois tomá-lo dos seus proprietários. Isso é uma loucura para quem não consegue administrar nem postos de saúde.
Por: Blog do João Lúcio