Você gostaria de transformar o seu hobby em uma profissão? Foi exatamente o que Thomas MacEntee, profissional formado em tecnologia e hoje genealogista, fez ao perder seu trabalho inesperadamente, em 2008. A mudança não foi fácil nem rápida, mas MacEntee, aos 50 anos, não poderia estar mais feliz.
“Eu segui em frente porque tive a chance de construir uma carreira que ajuda as pessoas a olharem para trás”, conta. Ele passou décadas trabalhando como treinador de tecnologia, escritor técnico, analista de sistemas e gerente de projetos para diversas firmas de advocacia. Mas depois que a última faliu na crise de 2008, McEntee decidiu mudar as coisas.
Com mais tempo livre para desenvolver seu interesse em genealogia, McEntee estudou formas de financiar seu hobby. A época vinha a calhar. Os canais NBC e PBS haviam acabado de lançar séries de programas focados no resgate dos ancestrais, e novos softwares e sites para genealogistas proliferarem suas descobertas estavam em alta.
Ao misturar as novas tecnologias on-line com a exploração ancestral, ele percebeu que poderia se tornar um genealogista especializado em tecnologia e redes sociais. Para isso, inscreveu-se no curso a distância de certificação de pesquisador genealogista da Universidade de Boston, que durava 16 semanas, com 30 horas semanais. “Era muito trabalho, mas valeu a pena porque o certificado me trouxe credibilidade”, conta.
Fora do curso, ele se infiltrou na comunidade dos genealogistas comentando em blogs e pedindo conselhos para os mais experientes. Hoje, quatro anos depois, McEntee mudou de aprendiz para mentor.
Ele começou dando palestras gratuitas e depois começou a cobrar. A maioria dos seus clientes veio de dois websites: o Geneabloggers, no qual dá notícias e conselhos para blogs de genealogia e interessados, e o High-Definition Genealogy, onde ele vende seus serviços, que incluem pesquisa de mercado, consultoria e educação.
MacEntee também mantém se faz presente no Twitter e no Facebook, onde é extremamente popular. Hoje, sua renda vem 50% de empresas que querem consultoria sobre genealogia do mercado; 30% de palestras, que vão de uma hora via internet até uma semana de cruzeiro; e 20% para textos freelances para revistas e sites.
Ele admite que ainda não ganha o que ganhava no mundo corporativo, mas pretende chegar lá em dois anos. “Eu tive de fazer alguns ajustes no meu modo de vida, mas ser capaz de fazer o que gosto e ter meu próprio negócio não tem preço”, conta.