GACC - Grupo de Assistência à Criança com Câncer

GACC - Grupo de Assistência à Criança com Câncer
Desde o início de suas atividades, em 1996, o GACC - então Grupo de Apoio à Criança com Câncer - existe para aumentar a expectativa de vida e garantir a oferta e a qualidade global do tratamento oferecido integral e indistintamente a crianças e jovens com câncer, diagnosticados com idades entre 0 e 19 anos incompletos, independente de sexo, cor, religião ou posição socioeconômica.

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Meu pai está confiante, diz filho de José Dirceu


O deputado Zeca Dirceu (PT-PR) afirmou que o pai, o ex-ministro José Dirceu, está confiante e disse ao filho que acredita que será inocentado pelo STF.
"Ele confia que o STF vai fazer um julgamento baseado nos autos e assim será inocentado", contou o deputado, que jantou com o pai nesta terça-feira (31), em São Paulo.
O ex-ministro é réu no processo do mensalão, que começará a ser julgado nesta quinta-feira (2) pelo STF (Supremo Tribunal Federal).
Zeca Dirceu afirmou que este é um momento "desagradável" e "injusto". "Meu pai foi massacrado durante sete anos, condenado sem ser julgado. Não há uma prova, nem uma testemunha, nada de concreto que possa condená-lo", disse.
Nesta quarta-feira (1º), o deputado Zeca Dirceu esteve no Palácio do Planalto para cobrar a liberação de emendas e o andamento de obras que estão em execução. Ele negou que o assunto "mensalão" tenha sido tratado na reunião que participou na Secretaria de Relações Institucionais.

Quem vai vencer o debate?


Quanto mais debate, melhor. Dificilmente, porém, esse debate hoje da TV Bandeirantes não será uma monumental chatice --e não só pelo gigantesco número de participantes, alguns deles absolutamente insignificantes.
A eleição paulistana está, por enquanto, marcada pela chatice e mediocridade, que não refletem a efervescência cultural e econômica da cidade. Todos falam em inovação, mas não se ouve uma só proposta inovadora.
Serra é candidato por falta de alternativa e tem o ânimo de quem está casando com a ex-mulher. A sensação da campanha --Celso Russomano-- é um produto midiático, cujo único tema é consumo. Fernando Haddad mostra-se quase um assessor de Lula, cujo partido faz da campanha um trampolim para ganhar o Palácio dos Bandeirantes.
Fala-se que o ponto alto dos debates seria o debate sobre o mensalão, que nada tem a ver com soluções municipais.
Gabriel Chalita quer se mostrar a cara nova, montado no PMDB que, como se sabe, tem ligações com a prefeitura.
Muitos dos nanicos estão aí apenas para ocupar espaço, servir de cabos eleitorais dos candidatos com mais chance e, assim, obter vantagens.
Pelo menos nesse momento, a chatice será o único vencedor do debate.

Veja as manchetes dos principais jornais desta quinta-feira


*
Jornais nacionais
O Estado de S.Paulo
'Fazer justiça é condenar todos', afirma procurador
O Globo
A hora do mensalão - Réus sofrem derrota na véspera do julgamento
Valor Econômico
Receitas contidas põem fim à expansão 'fácil' das teles
Correio Braziliense
Dividido, Supremo inicia hoje julgamento histórico
Estado de Minas
Adivinha quem se deu mal de novo?
Zero Hora
A hora da decisão - No banco dos réus
Brasil Econômico
Man Caminhões congela plano de investimentos de R$ 1 bilhão
*
Jornais internacionais
The New York Times (EUA)
EUA e Israel intensificam conversas sobre opções ao Irã
Le Monde (França)
Na China, os novos dissidentes são verdes
El País (Espanha)
Alemanha pressiona BCE contra plano de ajuda a Espanha e Itália
Clarín (Argentina)
Sobem os pedágios de acesso à capital

Candidatos querem evitar polêmicas no debate em SP


Os principais candidatos a prefeito de São Paulo planejam evitar confrontos no primeiro debate de TV, que será promovido hoje pela Band.
A intenção geral é aproveitar para se apresentar ao eleitor, apesar de o encontro coincidir com o primeiro dia do julgamento do mensalão.
José Serra (PSDB) quer usar o debate para enaltecer sua experiência. Contra o mote de renovação dos rivais, ele se apresentará como o homem que sabe como resolver os problemas da cidade.
O tucano recebeu dados sobre os últimos oito anos da prefeitura e as obras que ele promoveu na capital como governador até 2010.
Serra tratará suas gestões na prefeitura e no Estado como uma só para rebater as acusações de abandono do município em 2006. Ele foi orientado ainda a ser direto se questionado sobre sua permanência na prefeitura caso seja eleito em outubro.
Fernando Haddad (PT) pretende colar sua imagem ao ex-presidente Lula e à presidente Dilma Rousseff com o discurso de cooperação com o governo federal.
A ideia é evitar o assunto mensalão, relembrar sua atuação como ministro da Educação e vincular-se a vitrines eleitorais como o ProUni.
Celso Russomanno (PRB) também quer evitar embates, mas se preparou ontem para rebater fatos negativos que surgiram contra ele, como a menção nas investigações do escândalo Cachoeira.
Se a ligação do PRB com a Igreja Universal for mencionada, ele deverá frisar que o partido apoia governos ligados a Haddad (federal) e Serra (estadual e municipal).
O sorteio prévio de perguntas e a presença de oito candidatos na arena devem colaborar para evitar confrontos diretos entre os favoritos.

Alckmin diz que vai limitar vencimentos de seus secretários


O governador Geraldo Alckmin (PSDB) anunciou ontem que, a partir de agora, seus secretários só receberão o salário e o rendimento por participação em no máximo dois conselhos de empresas controladas pelo Estado.
O anúncio foi feito dois dias após o "Agora" revelar, na terça-feira, que a atuação em conselhos garantiu rendimentos de até R$ 86,5 mil em junho ao secretário da Fazenda, Andrea Calabi. A reportagem mostrou que Calabi atua em seis conselhos de empresas controladas pelo Estado.
Alckmin informou que os secretários poderão participar de mais conselhos de administração, mas só receberão por duas participações.
"Secretário que participar de conselho pode participar de quantos a lei determine, mas só pode receber por até dois. A lei permite que seja extrateto. Hoje [ontem] assinaremos o decreto que limita a dois, amanhã será publicado no 'DO' e já passa a valer", disse Alckmin.
O governador disse ainda que seus secretários também deixarão de receber bônus por resultado: "Não pode receber o bônus por resultado mais". Em junho Calabi recebeu R$ 4.400 por esse bônus.
Além de Calabi, outro que terá seu rendimento reduzido é Jurandir Fernandes (Transportes Metropolitanos). Segundo o Portal da Transparência de São Paulo, em junho ele ganhou R$ 33,1 mil por ser secretário e participar de três conselhos de administração (EMTU, CPTM e Metrô).
Com as mudanças na política salarial de seu secretariado, Alckmin limitou o teto do rendimento mensal de um secretário em R$ 26.176.
Em junho, três secretários e quatro secretários-adjuntos receberam rendimentos acima desse valor.
A partir de agora, só receberão acima desse valor secretários licenciados de cargos, pelos quais recebem um salário superior ao de titular ou adjunto de uma pasta do governo do Estado. É o caso do secretário José Aníbal (Energia), que recebe de salário R$ 26,7 mil por ser deputado federal licenciado. Como participa de dois conselhos, seu rendimento mensal é de R$ 37,8 mil. (Léo Arcoverde e Tatiana Cavalcanti)

Seus amigos no G1 Saiba o que eles estão lendo. Veja mais 02/08/2012 07h58 - Atualizado em 02/08/2012 08h32 Suspeitos de invadir casa de coronel reformado da PM são mortos em SP Vítima foi rendida quando estacionava carro em casa, segundo a polícia. Polícia foi chamada pela mulher do coronel.


Três homens armados renderam um coronel reformado da Polícia Militar quando ele chegava em casa, na Vila Leopoldina, na Zona Oeste da capital paulista, na noite de quarta-feira (1º). Os três suspeitos morreram na ação das Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota), da PM.
O coronel foi rendido quando estacionava o carro na garagem, segundo a polícia. Os três assaltantes armados e encapuzados queriam a chave da casa e ameaçaram a vítima. A mulher do policial, que estava dentro da casa, ouviu o tumulto e chamou a polícia.
Como o coronel não estava com a chave para abrir a porta de casa, ele foi agredido na garagem. O capitão Gentil Carvalho Junior, da Rota, afirmou que o coronel recebeu coronhadas na cabeça, mas conseguiu manter a calma.

Os PMs chegaram pouco tempo depois. Os suspeitos resistiram e houve troca de tiros. Os três assaltantes foram atingidos e morreram no hospital. Eles já tinham roubado um carro pra chegar até a casa.

De acordo com a polícia, os suspeitos estavam armados com duas pistolas, uma metralhadora e um revólver. A polícia não quis comentar se os assaltantes sabiam ou não, que a casa era de um policial.

Ex-ministro do Supremo diz que Toffoli deve se declarar impedido


O ex-ministro do Supremo Tribunal Federal Francisco Rezek disse ontem que será um erro se o ministro Dias Toffoli não se declarar impedido de julgar o mensalão.
"Eu tenho a convicção de que ele se declarará impedido. Eu creio que ele conhece a história da Casa, a história das circunstâncias que, no passado, levaram por bem menos [ministros a se declararem impedidos]", disse em entrevista ao"Poder e Política" , projeto da Folha e do UOL.
Quando era ministro do STF, Rezek, 68, se declarou impedido no julgamento do ex-presidente Fernando Collor. Rezek foi ministro das Relações Exteriores de Collor de 1990 a 1992, quando foi por ele reconduzido ao Supremo.
Indagado se Toffoli "errará se não se declarar impedido", ele respondeu: "Eu acho que sim. Mas eu creio, pelo que conheço do ministro, e das provas inúmeras de sensatez que deu até hoje, que ele não deixará de fazê-lo".

Francisco Rezek no Poder e Política

 Ver em tamanho maior »
Lula Marques/Folhapress
AnteriorPróxima
O ex-ministro do Supremo Francisco Rezek participa do programa "Poder e Política - Entrevista", conduzido pelo jornalista Fernando Rodrigues
O problema é que os outros ministros do STF "não têm como interferir nisso": só os réus ou o procurador-geral.
Rezek disse ter a impressão de que o processo pode render condenações, em maior ou menor grau, para todos os 38 réus, mas tem dúvidas se algum deles será preso.
Assista a trechos da entrevista, mais abaixo, vídeo com a íntegra:

Trechos da entrevista com Francisco Rezek - 14 vídeos

Toffoli errará se julgar mensalão (3:09)
Ex-ministro disse que Toffoli não deveria participar do julgamento. Ele falou ao UOL e à Folha em 1 de agosto de 2012.
Compartilhe este vídeo:
A seguir, vídeos da entrevista (rodam em smartphones e tablets). A transcrição completa

Informação

Dos 228 candidatos apenas 170 até agora estão deferidos e 58 ainda aguardam!!!

Suplente de Demóstenes vai ao Senado para primeiro dia de trabalho


Suplente do senador cassado Demóstenes Torres, o senador Wilder Morais (DEM-GO) reapareceu no Congresso no primeiro dia de trabalhos após o recesso parlamentar.
Sem circular pelos corredores da Casa, Wilder permaneceu em seu gabinete com sua equipe de trabalho e procurou os peemedebistas Renan Calheiros (AL) e José Sarney (AP) para se aconselhar sobre o mandato.
Ao contrário do esperado, a disposição de Wilder é não falar sobre a denúncia de que teria sido indicado para a suplência de Demóstenes pelo empresário Carlos Cachoeira.

Wilder Morais, primeiro suplente do senador cassado Demóstenes Torres, ao tomar posse no Senado
Wilder Morais, primeiro suplente do senador cassado Demóstenes Torres, ao tomar posse no Senado
Antes do recesso, quando Wilder tomou posse, vários senadores cobraram explicações públicas.
O presidente do DEM, José Agripino Maia (RN), chegou a afirmar que o suplente de Demóstenes faria um discurso publicamente para negar o fato.
Ele também não pretende falar sobre a ex-mulher, Andressa Mendonça, que é a atual esposa de Cachoeira.
Como tem dois filhos com Andressa, Wilder disse a interlocutores que quer preservar a imagem da ex-mulher.
Sobre a piada de que teria sido trocado por Cachoeira, Wilder reagiu seriamente em conversas com senadores: disse que o casamento já havia "acabado" quando Andressa foi morar com o empresário do ramo de jogos.
A disposição do parlamentar é se dedicar integralmente à nova função, com foco nos interesses de Goiás.
Empresário do ramo agropecuário e de construção civil, Wilder já se intitula como um "senador municipalista" que vai priorizar os interesses locais.
Wilder não pretende ocupar o apartamento funcional que era de Demóstenes. O senador já procura uma nova casa em Brasília.

STF começa julgamento com ministro sob pressão


O STF (Supremo Tribunal Federal) começa hoje à tarde a julgar os 38 réus do mensalão, escândalo de corrupção que marcou o governo Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010).
O julgamento terá início sete anos depois que o esquema de financiamento que beneficiou o PT e seus aliados foi denunciado pelo ex-deputado Roberto Jefferson em entrevista à Folha.

O destino dos 38 réus, que incluem o ex-ministro José Dirceu e políticos de quatro partidos, só deverá ser conhecido em meados de setembro, depois que os 11 ministros do STF se pronunciarem sobre os sete crimes de que os réus são acusados. Há dúvidas sobre a participação de dois ministros. Cezar Peluso terá que se aposentar ao completar 70 anos, em 3 de setembro.
Dias Toffoli trabalhou para o PT no passado e tem sofrido pressões para se declarar impedido.
editoria de arte/folhapress/editoria de arte/folhapress

Para Marco Aurélio, julgamento do mensalão pode chegar a outubro


O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Marco Aurélio Mello afirmou, nesta quinta-feira (2), que "pelo andar da carruagem", o julgamento do mensalão poderá invadir setembro e até chegar a outubro. Segundo ele, há expectativa de votos longos e os chamados "incidentes", como questões de ordem para discutir o rito processual.
Começa hoje o julgamento no STF do caso de corrupção que marcou o governo Lula.
"Há um enorme otimismo quanto à conclusão do julgamento até o fim de agosto. Mas acredito que entre em setembro e chegue até a outubro".
Nesta quinta-feira o ex-ministro Márcio Thomaz Bastos apresentará questão de ordem para desmembramento do processo. Pela proposta, dos 38 réus, só os três deputados seriam julgados pelo STF. Os demais seriam submetidos aos tribunais de origem.
Sobre essa questão de ordem em si, Marco Aurélio acredita num "score acachapante" de 10 a 1 contra a proposta, sendo ele o único a apoiá-la.
Mais uma vez, Marco Aurélio chamou de delicada a participação do ministro José Antonio Dias Toffoli no julgamento, mas disse que o tribunal só se manifestará se provocado.
"Não me cabe ser censor de um colega", afirmou o ministro.
No meio jurídico, há expectativa de que a situação de Toffoli consuma parte do debate desta quinta-feira.


Prazo para prestação de contas parcial de campanha termina hoje


Termina nesta quinta-feira (2) o prazo para que a primeira prestação de contas parcial de campanha dos candidatos, comitês financeiros e partidos políticos seja apresentada à Justiça Eleitoral.
Segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) são aguardadas 524.424 prestações de contas. Até as 14h de ontem só foram entregues 122.534, de acordo com balanço do tribunal.
A área técnica de análise dessas contas alerta que, se as prestações parciais forem deixadas para ser declaradas em última hora, poderá haver um congestionamento na rede e até mesmo a indisponibilidade do sistema. Para enviar as informações, partidos e candidatos precisam realizar cadastramento prévio nas páginas da internet dos Tribunais Regionais Eleitorais.
O prazo de entrega da segunda prestação de contas parcial termina no dia 2 de setembro, podendo ser enviada a partir do dia 28 de agosto. As contas finais de campanha de candidatos, comitês financeiros e partidos devem ser prestadas à Justiça Eleitoral até 6 de novembro. O candidato a prefeito que disputar o segundo turno em outubro deve apresentar as contas referentes aos dois turnos até 27 de novembro deste ano.

CNJ determina ficha limpa para cargos de confiança no Judiciário


O CNJ (Conselho Nacional de Justiça) aprovou nesta terça-feira uma resolução que estabelece a "ficha limpa" para os servidores que ocupem cargos em comissão ou funções de confiança no Poder Judiciário.
A decisão usa como parâmetro as vedações previstas na Lei da Ficha Limpa, aprovada em 2010 pelo Congresso e considerada válida pelo STF (Supremo Tribunal Federal) no primeiro semestre deste ano.
A partir de agora, os tribunais brasileiros não poderão contratar servidores que já tenham sido condenados, em decisão colegiada (por mais de um juiz), por improbidade administrativa ou crimes como corrupção e lavagem de dinheiro.
A decisão vale para todo o Poder Judiciário, menos o Supremo, que está acima do CNJ.
Como os tribunais ainda não sabem quais dos servidores tem a ficha suja, o conselho deu um prazo de 90 dia para que eles sejam identificados. Depois disso, as cortes brasileiras terão novo prazo, desta vez de 180 dias, para demiti-los.
Os tribunais, no entanto, deverão desde já analisar a ficha corrida das novas contratações. O texto foi proposto pelo conselheiro Bruno Dantas, ainda no primeiro semestre deste ano, logo após o Supremo julgar constitucional a Lei da Ficha Limpa.
Na época, ele afirmou que existe uma demanda "ética" da sociedade que foi evidenciada pelo movimento popular que conseguiu aprovar a legislação em questão. "A população vive num momento cívico extraordinário que culminou com a validação da Lei da Ficha Limpa pelo STF. Esse é o ponto de partida para uma transformação social, não apenas na política", explica.
A resolução não vale para os funcionários de carreira, pois uma regra do tipo só poderia ser elaborada por meio de lei, pois eles passam por concurso público e não podem ser demitidos.
O CNJ já havia iniciado a analise sobre a proposta de Dantas no semestre passado, mas o debate foi interrompido por um pedido de vista do conselheiro Fernando Tourinho Neto. Após um amplo debate interno e acordo nos bastidores, o conselho aprovou o texto nesta terça-feira, por unanimidade, sem qualquer discussão sobre o tema.

Movimento nacional defende criação de territórios exclusivos para pesca artesanal


O Movimento de Pescadores e Pescadoras Artesanais do Brasil (MPP) promete reunir, a partir da próxima segunda-feira (4), em Brasília, ao menos 2 mil trabalhadores de todo o país, dando início a uma campanha nacional pelo reconhecimento e regularização dos territórios tradicionalmente explorados por comunidades pesqueiras.
Além de mobilizar os profissionais autônomos e demonstrar à sociedade a viabilidade econômica da pesca artesanal, a campanha tem o objetivo de recolher, até 2015, 1,3 milhão de assinaturas, para apresentar ao Congresso Nacional proposta de lei de iniciativa popular. O objetivo é propor a garantia do direito das comunidades pesqueiras sobre espaços tradicionalmente ocupados pela pesca artesanal, além de regulamentar a questão.
Segundo a presidenta da União dos Pescadores da Caponga, praia da cidade de Cascavel (CE)), Maria Martilene Rodrigues, uma das coordenadoras do movimento nacional, que já se encontra em Brasília, os territórios tradicionais de pesca seriam reconhecidos e homologados pela União da mesma forma como já ocorre com as reservas indígenas e quilombos.
“Queremos preservar os lugares onde as comunidades de pescadores, há décadas ou há centenas de anos, preservam não só costumes e tradições, mas também o meio ambiente”, disse Martilene à Agência Brasil, explicando que a proposta do movimento prevê a concessão de títulos de propriedade ou de usufruto às organizações locais criadas e administradas pelos moradores da comunidade eventualmente beneficiada.
“Sabemos que é uma proposta que vai enfrentar muita resistência, já que é uma forma de resistirmos à pressão de megaprojetos econômicos que ameaçam a pesca artesanal”, prevê Martilene. Ela destacou que o impacto ambiental das atividades desenvolvidas por comunidades pesqueiras tradicionais tende a ser menor que o causado pela pesca industrial.
Embora cerca de 70% de todo o pescado consumido no país sejam provenientes da pesca artesanal, na visão do movimento de pescadores, o Estado brasileiro sempre desconsiderou a importância econômica, social e cultural do segmento, favorecendo a pesca industrial e flexibilizando a legislação ambiental, de forma a promover a expansão do hidronegócio, a exemplo do financiamento público destinado a grandes projetos de criação de peixes e camarão.
Segundo dados do Ministério da Pesca, se for considerado também o que o país exporta, a pesca artesanal responde por cerca de 45% da produção nacional de pescados. Dos cerca de 970 mil profissionais licenciados até setembro de 2011, 957 mil são autônomos, ou seja, não têm vínculos empregatícios com empresas ou donos de embarcações, podendo ser classificados como artesanais. Já a pesca industrial, caracterizada pelo uso de embarcações de médio e grande porte e pela relação empregatícia entre armadores e trabalhadores, envolve 40 mil profissionais somente no setor de captura.
O próprio ministério reconhece, em seu site, que a atividade industrial apresenta “sérias dificuldades”, atribuídas à defasagem tecnológica verificada ao longo de toda a cadeia produtiva e ao baixo estoque de pescado de qualidade, resultado do “desenvolvimento desenfreado da pesca industrial nacional na década de 1970”.
Além disso, um recente estudo desenvolvido pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aponta que o país ainda está muito distante de aproveitar todo seu potencial produtivo, mesmo dispondo de condições favoráveis à produção de pescado – como clima propício, domínio exclusivo sobre os recursos disponíveis em área marítima de 3,5 milhões de quilômetros quadrados e mais de 10 milhões de hectares de lâmina d´água em reservatórios de usinas hidrelétricas, açudes e propriedades particulares.
Entre as conclusões do estudo, intitulado Panorama da Aqüicultura no Brasil: Desafios e Oportunidades, os pesquisadores do BNDES concluem que, entre as restrições que dificultam o desenvolvimento da atividade, estão a dificuldade na obtenção de licenças, carência de assistência técnica, manejo inadequado, falta de padronização e insuficiências tecnológicas.

MPA lança novo modelo da Carteira de Identificação Profissional do Pescador


A portaria que regulamenta as regras para a criação do novo modelo da Carteira de Identificação Profissional do Pescador foi assinada hoje (1º/08), pelo ministro da Pesca e Aquicultura, Marcelo Crivella. O documento será parecido com uma carteira de identidade, com foto e um chip que contém todas as informações do trabalhador.
A nova carteira será emitida pelo MPA, terá validade em todo o território nacional e não precisará ser renovada. Em caso de extravio, furto ou roubo, o pescador poderá comunicar a ocorrência ao órgão ou entidade que estiver filiado. As antigas continuam válidas até o vencimento.
“Nós agora temos orgulho de ser pescador porque estamos saindo de uma retórica que existia de papel e discussão simbólica. Dessa forma, conseguiremos melhorar a produção pesqueira desse país” disse o presidente da Confederação Nacional dos Pescadores e Aquicultores, Abraão Lincoln.
Para evitar fraudes e que outras pessoas consigam obter irregularmente a carteira, o MPA atuará em parceria com a Confederação Nacional dos Pescadores e Aquicultores. A partir de agora, a CNPA, será responsável por recepcionar, checar os documentos referentes à inscrição e manutenção de Pescadores no Registro Geral da Atividade Pesqueira – RGP, e conferir se o trabalhador ainda exerce a atividade de pescador artesanal, antes de enviar as informações ao MPA.
“A carteira de pescador é para pescador. Aquele que vai ao mar, lança rede, rema o bote. Vamos fazer o que tem que ser feito para que esse sistema funcione e atenda aos que realmente têm direito”, declarou o ministro Crivella.
A parceria também permitirá ao trabalhador tirar a carteira de Pescador Profissional Artesanal através da entrega de documentos na Colônia mais próxima sem ter que ir, necessariamente, até a Superintendência do MPA no estado.
“Essa é uma forma de facilitar para este tipo de trabalhador que enfrenta problema de deslocamento para obter o registro e partilhar de maneira responsável com a Confederação, a responsabilidade do exercício profissional do pescador, da qualidade, da confiabilidade do registro muitas vezes questionado”, afirmou o secretário substituto de Monitoramento e Controle da Pesca e Aquicultura, Henrique Figueiredo.