Dias antes de a Câmara Municipal se reunir para votar pedido do vereador Digão (PSDB) para apurar novas fraudes que teriam sido cometidas pelo prefeito Roberto Peixoto, uma corja reuniu-se no Palácio do Bom Conselho para selar o destino de Taubaté.
As provas eram robustas demais e não havia como o prefeito Roberto Peixoto (PMDB) passar ileso por nova comissão processante, alertou um vereador inelegível após a aprovação da lei da Ficha Limpa (Lei Complementar 135/2010).
Para não dar posse a Vera Saba, corja pune Taubaté |
O problema, para este grupo, não era a cassação do prefeito canastrão. O problema era entregar a prefeitura para a vice-prefeita Vera Saba.
A certeza que a posse da vice-prefeita colocaria fim às disputas eleitorais de outubro era tanta que resolveram punir os taubateanos e manter o prefeito canastrão em seu cargo para ganhar tempo, apostando na lentidão da Justiça.
Peixoto ainda não está livre de ser defenestrado. O Tribunal Regional Federal pode afastá-lo do cargo a qualquer momento.
As provas levantadas pela Polícia Federal são irrefutáveis.
Se houvesse celeridade para punir criminosos deste naipe, o alcaide estaria atrás das grades há muito tempo.
O medo, portanto, não era cassar Peixoto, o que era iminente pelas provas coligidas pelo vereador Digão (PSDB), com apoio da vereadora Pollyana (PPS) e da ONG Transparência Taubaté.
Os crápulas reunidos no Palácio do Bom Conselho decidiram manter Peixoto no cargo a dar posse à vice-prefeita Vera Saba.
Alexandre Villela (PMDB) tirou a máscara e votou contra a instalação de nova comissão processante.
Bilili de Angelis (PSDB), pelo alto grau de comprometimento com o prefeito Roberto Peixoto e o vereador Henrique Nunes (PV), que lhe empresta o gabinete, também foi contra a instalação da CP.
Os presidentes dos diretórios municipais do PSDB, Ortiz Junior, e do PV, deputado Padre Afonso Lobato, saem chamuscados do episódio.
Ortiz Junior alegou para seus correligionários não saber que a Câmara votaria pedido de instalação de CP feita por vereador de seu partido (Digão).
Se um pré-candidato a prefeito de Taubaté desconhece o que ocorre nas entranhas de seu próprio partido e ignora o que a Câmara vai votar, deveria desistir de sua candidatura.
Embora não tenha sido cobrado publicamente, Padre Afonso Lobato se omitiu. Por quê? Porque permite que Henrique Nunes apareça como coordenador de sua campanha para prefeito.
Porque permite que Henrique Nunes continue dando as cartas no jogo político do PV e articule junto a outros vereadores para defender o prefeito canastrão.
O voto do vereador Jeferson Campos (PV) a favor da comissão processante tem o mesmo valor do voto de Alexandre Villela pela cassação de Peixoto.
Os bastidores políticos de Taubaté estão em plena efervescência.
Os políticos que pretendem assumir o poder municipal a qualquer preço urdem os fios da imoralidade longe dos olhos dos eleitores.
Redobremos, pois, nossa atenção com os futuros candidatos a prefeito desta sofrida e maltratada Taubaté.
Desta vez não podemos errar na escolha.