A polêmica em torno das desapropriações de áreas para a implantação do Contorno Sul entre Caraguatatuba e São Sebastião não passou despercebida na segunda Audiência Pública, desta vez realizada para os moradores de São Sebastião, no Teatro Municipal e que reuniu cerca de 200 pessoas. A questão dos acessos aos bairros São Francisco e Topolândia, ambos na região central, foi o mote da discussão e os empreendedores – empresa responsável pela elaboração do Estudo de Impacto Ambiental /Relatório de Impacto Ambiental (EIA/Rima) – se comprometeram a reconsiderar essas intermediárias, conforme manifestação dos presentes.
Movimentação de caminhões pelas vias urbanas, ruas estragadas, desapropriações e falta de titularidade dos imóveis foram alguns dos pontos abordados na audiência. A socióloga Ana Maria Iversson, coordenadora geral do EIA/Rima, confirmou que esses aspectos tendem a impactar mais do que a própria rodovia. “Mas este é um projeto que vem de outras administrações e haviam sido solicitadas as áreas de escape com o objetivo de facilitar a vida do morador que utilizasse o contorno e precisasse entrar nos bairros antes da sua chegada ao Porto de São Sebastião. Mas se esta é uma situação que desagrada, vamos considerar os apontamentos”.
Representante do Instituto Educa Brasil, Paulo Rego ressaltou o problema da poluição sonora que surgiriam nos bairros com as áreas de escape, citando como exemplo a rua Francisco Cruz Maldonado, no São Francisco.
Para o morador Vitório Papini o projeto não foi bem elaborado a partir do momento que a empresa buscou dados de 2000, fugindo à atual realidade. “Só vi impactos referentes ao contorno da obra, mas não o que ela vai causar na cidade”.
A comunicadora social Camila Aquino dos Santos, moradora na Topolândia, destacou a falta de detalhamento das casas que seriam atingidas no bairro, a não contemplação do fluxo de turistas que passariam pela região da Topolândia, além da falta de investimento para a qualificação de trabalhadores que poderia vir a trabalhar na obras. “Como falar em 70% da geração de mão de obra para moradores da região se não tem nenhum curso de qualificação. São raros os engenheiros daqui chamados para essas obras e com possibilidade de acompanhar as empreiteiras para outras localidades”.
Ela questionou também a falta de espaço para ciclistas e pedestres pela nova estrada. “Não vi em nenhum momento essa opção uma vez que muitos moradores utilizam este meio de transporte”.
Descida igual
Para quem apoia a implantação do Contorno Sul, outras preocupações levantadas na audiência foram relacionadas com o sistema de utilização da descida da serra por caminhões, bem como a utilização passivo ambiental gerado pela implantação dos túneis. O engenheiro civil Kramer Caldeira de Moura questionou sobre o percentual de declividade da nova descida da serra e foi informado pelo diretor de transportes dos sistemas Dersa e DER, Estanilau Marcka, que será de 6%. “Esse percentual não vai permitir a descida pela nova serra, caso contrário, o caminhão pode pegar fogo”, disse Moura. Diante disso, a explicação de Marcka foi que a atual serra continua servindo como descida e a nova, a ser construída, vai funcionar para a subida, algo semelhante ao sistema Anchieta/Imigrantes, na Baixada Santista. Só na altura da base da Polícia Rodoviária Estadual, na Rodovia dos Tamoios (SP-99) que os caminhões teriam acesso ao contorno batizado de SP-53.
Para prefeitos, projeto do traçado começou errado
A audiência de terça-feira à noite contou com a participação dos prefeitos Ernane Primazzi, de São Sebastião, e Toninho Colucci, de Ilhabela. Os dois criticaram a forma como o projeto do traçado do Contorno Sul foi elaborado. “Eu, pelo menos, vi cinco traçados e, de repente, só apareceu este sem discussão”, disse Colucci.
Na avaliação de Primazzi, o projeto começou errado. “Foi feito por quem fica atrás das escrivaninhas e não conhece nossa realidade”. Entretanto, os dois chefes dos executivos foram unânimes em ressaltar que o contorno precisa sair, mas deve ser parado e começar do zero.
“Todos esses impactos poderiam ter sido minimizados se as prefeituras fossem ouvidas. O governo precisa se sensibilizar e atender a vontade da população”, avaliou.
O secretário de Meio Ambiente de São Sebastião, Eduardo Hipólito do Rego, sugeriu que fosse analisado a possibilidade do trajeto ser executado de forma subterrânea, como apresentado nas audiências realizadas pela Petrobras, na ocasião do licenciamento de um possível túnel que deve escoar o C5+, agregado de petróleo, da unidade de gás de Caraguatatuba para São Sebastião.
Já o secretário do Meio Ambiente de Ilhabela, Rogério Ribeiro de Sá, o Catolé, fez questão de ver quantos pessoas da Ilha tinham na audiência, contabilizando só ele e o prefeito. “Isso que dá marcar audiência na alta temporada. Por isso é necessária uma nova”, destacou.
O secretário executivo do Conselho Estadual do Meio Ambiente, Germano Seara Filho, explicou que, independente da decisão judicial que determinou a realização de novas audiência, uma em cada cidade após o Carnaval, se essa era a vontade popular, elas seriam realizadas. Para tanto, ele adiantou que o novo horário será às 18h para dar mais tempo das pessoas participarem.
Movimentação de caminhões pelas vias urbanas, ruas estragadas, desapropriações e falta de titularidade dos imóveis foram alguns dos pontos abordados na audiência. A socióloga Ana Maria Iversson, coordenadora geral do EIA/Rima, confirmou que esses aspectos tendem a impactar mais do que a própria rodovia. “Mas este é um projeto que vem de outras administrações e haviam sido solicitadas as áreas de escape com o objetivo de facilitar a vida do morador que utilizasse o contorno e precisasse entrar nos bairros antes da sua chegada ao Porto de São Sebastião. Mas se esta é uma situação que desagrada, vamos considerar os apontamentos”.
Representante do Instituto Educa Brasil, Paulo Rego ressaltou o problema da poluição sonora que surgiriam nos bairros com as áreas de escape, citando como exemplo a rua Francisco Cruz Maldonado, no São Francisco.
Para o morador Vitório Papini o projeto não foi bem elaborado a partir do momento que a empresa buscou dados de 2000, fugindo à atual realidade. “Só vi impactos referentes ao contorno da obra, mas não o que ela vai causar na cidade”.
A comunicadora social Camila Aquino dos Santos, moradora na Topolândia, destacou a falta de detalhamento das casas que seriam atingidas no bairro, a não contemplação do fluxo de turistas que passariam pela região da Topolândia, além da falta de investimento para a qualificação de trabalhadores que poderia vir a trabalhar na obras. “Como falar em 70% da geração de mão de obra para moradores da região se não tem nenhum curso de qualificação. São raros os engenheiros daqui chamados para essas obras e com possibilidade de acompanhar as empreiteiras para outras localidades”.
Ela questionou também a falta de espaço para ciclistas e pedestres pela nova estrada. “Não vi em nenhum momento essa opção uma vez que muitos moradores utilizam este meio de transporte”.
Descida igual
Para quem apoia a implantação do Contorno Sul, outras preocupações levantadas na audiência foram relacionadas com o sistema de utilização da descida da serra por caminhões, bem como a utilização passivo ambiental gerado pela implantação dos túneis. O engenheiro civil Kramer Caldeira de Moura questionou sobre o percentual de declividade da nova descida da serra e foi informado pelo diretor de transportes dos sistemas Dersa e DER, Estanilau Marcka, que será de 6%. “Esse percentual não vai permitir a descida pela nova serra, caso contrário, o caminhão pode pegar fogo”, disse Moura. Diante disso, a explicação de Marcka foi que a atual serra continua servindo como descida e a nova, a ser construída, vai funcionar para a subida, algo semelhante ao sistema Anchieta/Imigrantes, na Baixada Santista. Só na altura da base da Polícia Rodoviária Estadual, na Rodovia dos Tamoios (SP-99) que os caminhões teriam acesso ao contorno batizado de SP-53.
Para prefeitos, projeto do traçado começou errado
A audiência de terça-feira à noite contou com a participação dos prefeitos Ernane Primazzi, de São Sebastião, e Toninho Colucci, de Ilhabela. Os dois criticaram a forma como o projeto do traçado do Contorno Sul foi elaborado. “Eu, pelo menos, vi cinco traçados e, de repente, só apareceu este sem discussão”, disse Colucci.
Na avaliação de Primazzi, o projeto começou errado. “Foi feito por quem fica atrás das escrivaninhas e não conhece nossa realidade”. Entretanto, os dois chefes dos executivos foram unânimes em ressaltar que o contorno precisa sair, mas deve ser parado e começar do zero.
“Todos esses impactos poderiam ter sido minimizados se as prefeituras fossem ouvidas. O governo precisa se sensibilizar e atender a vontade da população”, avaliou.
O secretário de Meio Ambiente de São Sebastião, Eduardo Hipólito do Rego, sugeriu que fosse analisado a possibilidade do trajeto ser executado de forma subterrânea, como apresentado nas audiências realizadas pela Petrobras, na ocasião do licenciamento de um possível túnel que deve escoar o C5+, agregado de petróleo, da unidade de gás de Caraguatatuba para São Sebastião.
Já o secretário do Meio Ambiente de Ilhabela, Rogério Ribeiro de Sá, o Catolé, fez questão de ver quantos pessoas da Ilha tinham na audiência, contabilizando só ele e o prefeito. “Isso que dá marcar audiência na alta temporada. Por isso é necessária uma nova”, destacou.
O secretário executivo do Conselho Estadual do Meio Ambiente, Germano Seara Filho, explicou que, independente da decisão judicial que determinou a realização de novas audiência, uma em cada cidade após o Carnaval, se essa era a vontade popular, elas seriam realizadas. Para tanto, ele adiantou que o novo horário será às 18h para dar mais tempo das pessoas participarem.