A articulação do senador Aécio Neves (PSDB-MG) para disputar a Presidência em 2014, explicitada em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo com a declaração do mineiro de que está preparado para enfrentar tanto o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva quanto a presidente Dilma Rousseff, provocou reação imediata de dirigentes tucanos em defesa de prévias.
Expoente do grupo serrista do PSDB, o senador Aloysio Nunes (SP) defendeu ontem eleições prévias no partido para escolher o candidato tucano a presidente em 2014. Ao elogiar a forma como Aécio Neves anunciou a pretensão de disputar a corrida presidencial, Aloysio destacou a prudência do mineiro, 'deixando em aberto um leque de candidaturas', entre as quais a do ex-governador José Serra.
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, endossou as ponderações do serristas. 'Temos também o Serra, que já foi nosso candidato na última eleição, e os governadores Marconi Perillo e Beto Richa. A democracia começa dentro de casa. É preciso um processo interno de escolha e é esse processo interno que legitima o candidato para que depois ele vá buscar o voto na sociedade', disse Alckmin.
Aécio e o governador de São Paulo concordam que o timing da definição da candidatura a presidente é 'o alvorecer de 2013', mas Aloysio diz que está mais preocupado com a forma de escolha que com a data. 'Sou favorável a uma prévia para valer, que dê total legitimidade à escolha', disse o senador, convencido de que o processo facilitaria a união do partido em torno do candidato pela forma 'absolutamente incontestável' de definir o nome.
Alckmin, por sua vez, não fez comentários sobre regras das prévias. 'Entendo que a escolha, como o Aécio mesmo disse, não é agora. Isso deve ocorrer a partir de 2013, mas acho que é muito bom para o País ter pessoas preparadas, com experiência, com espírito público para disputas de grande responsabilidade', disse o governador paulista.