Grupo de 43 estudantes, de 12 estados e do Distrito Federal, vai para a Rússia em busca do diploma de medicina
O estudante sebastianense Bruno Stefano Scarlatti Soalheiro, 19 anos, embarcou para a Rússia, na última terça-feira, para cursar a graduação e o mestrado em medicina. Junto com o estudante estavam mais 43 jovens, de 12 diferentes estados. Todos foram selecionados pela Aliança Russa de Ensino Superior, entidade que representa as universidades estatais russas no Brasil.
Bruno contou que nasceu no bairro São Francisco, local em que morou até seus 15 anos. “Nesta época eu me mudei para São José dos Campos, no Vale do Paraíba, para jogar basquete por um ano. Depois disso, fui para os Estados Unidos, morei lá por um ano e voltei em 2010. Por isso estudar na Rússia não será tão difícil, pois as aulas de medicina serão ministradas em inglês”.
O jovem explicou que sempre se interessou pelo curso de medicina e que optou por estudar na Rússia, pois seu irmão já esta lá também. “Sempre gostei de Medicina, desde o colegial. Sempre quis prestar o vestibular para passar. E acabei optando por estudar na Rússia pelo fato de meu irmão mais velho estar fazendo medicina lá. No mesmo lugar em que eu vou fazer”.
Bruno disse que seu irmão, Gustavo, já está morando fora do país há um ano, e que está gostando muito do curso. “Meu irmão já fala o idioma russo, e pode me ajudar bastante. Ele está gosta bastante de lá, sempre comenta muito, está entusiasmado. E este foi o motivo principal que me incentivou a ir para a Rússia. Acredito que, hoje em dia, é muito bom poder cursar uma faculdade fora do país, é bem visto pelos demais profissionais. Além do reconhecimento que a pessoa obtém”.
Questionado sobre sua volta ao Brasil ao término de seu curso, Bruno afirmou ser muito cedo ainda para ter tais convicções. Mas deixou claro que pretende fazer uma especialização na área de cirurgia plástica.
O estudante declarou ainda que não sabe se volta para o Brasil depois que terminar a faculdade de medicina, entretanto, afirma que apesar de gostar muito da cidade de São Sebastião, certamente não voltaria ao país para atuar profissionalmente no município, pois a cidade é pequena e ele idealiza, para seu futuro, trabalhar em uma grande metrópole.
Os futuros acadêmicos vão realizar seus cursos na Universidade Médica de Kursk, que possui reconhecimento da Organização Mundial de Saúde (OMS), da Cruz Vermelha Internacional e do Conselho Geral de Medicina (CGM) de nações como Inglaterra e França.
O que fazer para estudar na Rússia
A Aliança Russa de Ensino Superior explicou que para estudar na Rússia, o interessado não precisa conhecer inicialmente o idioma russo e nem o inglês, língua usada para ministrar o curso de medicina. Seu trabalho consiste na seleção dos candidatos, no processo de orientação da faculdade, na obtenção da documentação necessária para o visto da permanência legal do estudante na Rússia, na obtenção da vaga e inscrição na universidade. Além do encaminhamento do aluno para a Faculdade Preparatória (FP) e, posteriormente, para o primeiro ano do curso escolhido. Existe também uma assessoria durante a viagem até a chegada do estudante ao seu local de destino.
O candidato interessado em estudar na Rússia passa por um processo seletivo avaliado pela universidade de sua escolha e administrado pela Aliança Russa, este processo inclui reunião com os pais, análise de histórico escolar e currículo, tudo que possa garantir que o aluno se encaixe no perfil da faculdade.
Ao voltar para o Brasil, o estudante submete o diploma adquirido ao processo de reconhecimento em uma universidade brasileira, um procedimento padrão para qualquer brasileiro que faça graduação em centros de ensino estrangeiros. A novidade é que desde 2010, o chamado Diploma Único de Estudos Superiores da Europa, do qual a Rússia faz parte, passou a valer conforme o tratado de Bolonha. O objetivo desse Tratado é facilitar a mobilidade dos estudantes e profissionais do ensino superior da Europa.
De acordo com a Aliança Russa, a revalidação do diploma russo de medicina, aqui no Brasil, acontece em duas etapas, primeiro é feita uma avaliação escrita e prática, e depois uma de habilidades clínicas. A nova regulamentação tem como objetivo agilizar o método atual utilizado pelas universidades, que se baseia nas análises de currículos e documentos