A Comissão de Ética Pública deve decidir no início de setembro se irá investigar administrativamente as acusações contra servidores dos ministérios da Agricultura e do Turismo.
A informação é do presidente da comissão, Sepúlveda Pertence.
Na pasta da Agricultura, o ministro Wagner Rossi é alvo de uma série de acusações.
Na edição desta terça-feira, a Folha publicou entrevista em que o ex-chefe de Licitações do ministério Israel Leonardo Batista diz que o ministério foi "corrompido" após a chegada de Rossi à pasta, no início de 2010.
O servidor diz que o setor de licitações foi "desarranjado" e que vídeos do sistema interno de segurança da repartição revelariam a atuação de lobistas.
Segundo reportagem do O ministro da Agricultura, Wagner Rossi (PMDB), fez uso no cargo de um jatinho de uma empresa de agronegócios.
Segundo reportagem publicada hoje pelo "Correio Braziliense", Rossi fez uso no cargo de um jatinho de uma empresa de agronegócios.
No Turismo, cinco funcionários foram presos na Operação Voucher, da Polícia Federal.
O ministério afirmou hoje que o secretário-executivo da pasta, Frederico Costa, número dois na hierarquia do ministério, pedirá demissão do cargo.
Costa foi um dos presos na semana passada pela Operação Voucher, da Polícia Federal --ele já foi solto.
A operação prendeu no total 36 suspeitos de desvios de recurso em um convênio do ministério com uma entidade privada sem fins lucrativos, o Ibrasi (Instituto Brasileiro de Desenvolvimento de Infraestrutura Sustentável).
Os demais funcionários do Turismo que haviam sido presos permanecerão afastados do trabalho, recebendo salário, até o final das investigações.
As investigações da Operação Voucher começaram em abril e apontaram possíveis irregularidades em um convênio de R$ 4,45 milhões firmado entre o Ministério do Turismo e o Ibrasi.
Na semana passada, o Ministério Público decidiu apresentar denúncia contra 18 pessoas, incluindo integrantes da cúpula do Ministério do Turismo.
Há 90 anos, a mulher deixou o salto alto e a louça um pouco de lado para entrar no mundo masculinizado do futebol. Na época, a luta árdua foi para ter os mesmos direitos que os homens. Hoje, sem nenhum tipo de espaço, desmoralizadas e sem apoio, as meninas se esforçam para manter viva a esperança de serem lembradas e de não verem seus sonhos se afundarem num poço sem volta. No Rio de Janeiro, o futebol feminino agoniza, como mostra a série "Sem Grife".
O Brasil é considerado um dos quatro melhores times do mundo. Há um mês, a seleção brasileira, liderada pela estrela Marta e acompanhada por Cristiane, era tida como uma das favoritas para a Copa do Mundo, da Alemanha. Uma posição no cenário mundial que contrasta com a penúria vivida no Rio de Janeiro.
Na Cidade Maravilhosa, os grandes clubes não investem na formação de equipes — recentemente, Botafogo e Fluminense desmontaram seus times. Dos quatro grandes, o Vasco mantém um time de fachada, que sobrevive graças à ajuda da Marinha do Brasil. Duque de Caxias, Volta Redonda, Bangu, Bonsucesso, Imperial FC e o Grêmio Mangaratibense resistem ao caos.
— Tudo depende de parceria. Não há estrutura, os clubes não se importam com as equipes e nem tentam patrocínio para ajudar as meninas. Nem a prefeitura, nem o governo mostram interesse. Não há como meninas se esforçarem para jogar por algo que ninguém dá valor — diz Fernanda Magalhães, ex-técnica e supervisora do time do Botafogo, que não existe mais.
Sem salários
Quem ainda se arrisca no mundo da bola feminino sabe o quanto ele é quadrado. Se no futebol masculino, um jogador recebe até R$ 1,2 milhão, como Ronaldinho Gaúcho, as meninas não conseguem nem ajuda de custo para bancar passagens e alimentação.
— Os clubes não querem assinar carteira. Não há como sobreviver sem ajuda. Nem nas categorias de base, nem no profissional. Elas veem os homens ganhando muito dinheiro, e o futebol feminino não consegue nem pagar as passagens. É uma vergonha — diz Fernanda.
Em São Paulo, a realidade é diferente. A Federação Paulista de Futebol (FPF) e clubes, como Santos, São Paulo e alguns de menor expressão — Botucatu, Santo André — não deixam as mulheres na mão. Pagam salários entre R$ 500 e R$ 1 mil. Cristiane e Érika, da seleção, têm salários top de linha.
— Em São Paulo, os campeonatos são televisionados pela Rede Vida. Aqui, a Federação (FFERJ) mal consegue manter uma competição. É triste. Não vejo final feliz.