GACC - Grupo de Assistência à Criança com Câncer

GACC - Grupo de Assistência à Criança com Câncer
Desde o início de suas atividades, em 1996, o GACC - então Grupo de Apoio à Criança com Câncer - existe para aumentar a expectativa de vida e garantir a oferta e a qualidade global do tratamento oferecido integral e indistintamente a crianças e jovens com câncer, diagnosticados com idades entre 0 e 19 anos incompletos, independente de sexo, cor, religião ou posição socioeconômica.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Juiz que dirigia carro sem placa dá voz de prisão para uma agente da Lei Seca

RIO - Uma agente de trânsito da Operação Lei Seca, que atuava na madrugada deste domingo na Lagoa, recebeu voz de prisão por parte do juiz João Carlos de Souza Correa, que alega ter sido vítima de desacato ao ser parado na blitz. O magistrado, que passou no teste do bafômetro, dirigia um Land Rover preto sem placa e estava sem a carteira de habilitação no momento da abordagem. Ao verificar a data da nota fiscal, a funcionária constatou que o período de 15 dias para o emplacamento estava vencido e informou que o veículo seria rebocado. De acordo com ela, o juiz, que teria dito não saber deste prazo, deu voz de prisão depois que ela questionou o fato de ele não saber da exigência. Correa é titular da 1ª Vara de Búzios.
- Eu disse: o senhor é juiz e alega desconhecer a lei? Ele disse que eu o estava insultando e que me daria voz de prisão. Ele queria que o tenente da PM, que fica na operação, me prendesse. Mas como isso não ocorreu, ele mesmo deu a voz de prisão e queria que eu entrasse no carro da polícia. Mas me recusei e fui num veículo administrativo da Lei Seca até a delegacia - disse Luciana Tamburini, que trabalha na operação há dois anos, desde o início da Lei Seca.
O caso foi regsitrado na 14 DP (Leblon) como desacato. Correa disse que, ao ser abordado na blitz, parou, fez o exame e apresentou a documentação sem apresentar dificuldade:
- Minha habilitação estava na bolsa da minha mulher. Estávamos em Búzios, foi meu plantão neste sábado. Voltávamos de lá, parei para comer algo e ela foi para casa, levando meu documento. Depois ela trouxe a carteira. Sobre o emplacamento, sabia que tinha uma exigência, mas não que o prazo era tão curto. Vou cobrar do despachante, que não me alertou sobre isso. Minha placa deve ser entregue nesta segunda. Acho que faltou habilidade por parte da agente. Ela me desacatou, sou um magistrado. Imagina eu, que faço Justiça, sendo injustiçado. Ela disse: Ele é juiz, não é Deus. Foi desacato.
Luciana confirma que falou a frase, mas disse que estava conversando com um colega, sobre a intenção do juiz de levá-la no carro da polícia até a delegacia. Segundo Luciana, Correa cometeu outra infração ao retirar o carro que estava retido na blitz e conduzí-lo sem habilitação até a DP. O juiz nega que tenha saído sem autorização:
- O oficial permitiu que eu saísse.
O documento de Correa ficou com Luciana até chegarem à delegacia. Ela, o juiz e policiais que trabalham na Lei Seca prestaram depoimento e, depois de ser ouvido, Correa teve o carro rebocado. A agente disse que vai entrar com uma representação contra ele por abuso de autoridade.
- A prisão foi ilegal. Estava no exercício da minha função. Em operação já tive que me esconder de tiro próximo à favela, já vi pessoas agredirem agentes e até juiz criando caso por causa de multa. Mas nunca passei por nada parecido - disse Luciana.

Casal de banhistas é detido por atentado ao pudor

RIO - Um casal de banhistas foi detido no fim da tarde deste domingo por praticar atentado violento ao pudor na praia de Ipanema, próximo ao Jardim de Alah, Zona Sul do Rio. De acordo com informações da Secretaria de Ordem Pública (SEOP), agentes faziam uma ronda no calçadão quando foram avisados por um banhista sobre duas pessoas que praticavam relações sexuais na areia.
O agente desceu para o local e autuou o casal em flagrante. Os dois foram encaminhados para a 14ª DP (Leblon), onde a ocorrência foi registrada.

Ronaldinho Gaúcho vai morar em uma verdadeira ilha da fantasia

 

A futura casa de Ronaldinho Gaúcho na Barra: residência do vizinho, no lado direito da quadra de tênis, dá a noção exata do tamanho da mansão

Nike faz homenagem a Ronaldo através do Twitter

 




A Nike, fornecedora de material esportivo da seleção brasileira, lançou através do Twitter uma homenagem a Ronaldo, que nesta segunda-feira anunciará sua aposentadoria. A empresa está convocando os internautas a retuitarem a hashtag #prasemprefenomeno para torná-la um dos termos mais citados na rede de microblogs.

Pezão vence luta épica no Strikeforce GP e aposenta o mito russo Fedor Emelianenko

 

Pezão vence o mito russo Fedor Emelianenko


O brasileiro Antônio Silva Pezão fez história na luta principal do torneio de pesos pesados do Striforce Grand Prix (GP). Na madrugada deste domingo, em Nova Jersey (EUA), Pezão incorporou o temido monstro do folclore americano e venceu o mito russo Fedor Emelianenko, considerado o maior pesado de todos os tempos. Ao fim do combate, o russo admitiu: "Talvez esteja na hora de parar".

A vitória do paraibano Pezão foi conquistada no segundo round. Após um primeiro assalto de troca equilibrada de socos, Pezão dominou inteiramente o round seguinte. O brasileiro derrubou, conseguiu montar no russo e passou a castigá-lo com duros golpes daquela posição. Fedor ainda tentou virar de costas para se defender, mas aí teve que suar para escapar de duas justas tentativas de estrangulamento encaixadas pelo brasieliro: um mata-leão e um katagatame.

No fim do segundo round, depois de castigar muito o russo no chão, Pezão ainda tentou definir a luta com uma chave de joelho. Fedor defendeu com a alma e não bateu, mas sua sentença já estava definida. Com o olho direito ferido e completamente fechado foi impedido de continuar no combate e teve sua derrota decretada por decisão médica. Reconhecendo a importância de vencer um mito que ficou dez anos sem perder para ninguém, Pezão ajoelhou diante do russo e o reverenciou.

- Eu tinha que cumprimentá-lo. Disse a ele que sempre será o número um. Jamais haverá umlutador como Fedor - comentou Pezão sobre a rever~encia prestada após sua contundente vitória.

- Eu dei tudo de mim nesse octógono hoje. Obrigado a todos meus fãs e a Deus. Hoje talvez tenha sido a última vez em que me viram lutar” disse Fedor, para surpresa de todos, inclusive da sua tradutora que, ao passar as palavras do “Último Imperador” para o inglês, parecia ler uma carta de suicídio. Ao público, incrédulo, restou gritar: “Obrigado, Fedor!”.

O próximo passo de Pezão, no torneio que elegerá o maior peso pesado das artes marciais mistas (MMA), será contra o vencedor da luta entre o holandes Alistair Overeem contra o brasileiro Fabrício Werdum. Os dois se enfrentam na segunda fase do GP, em abril. Se Werdum vencer terá que enfrentar Pezão no segundo semestre deste ano em um confronto 100% verde e amarelo, válido pelas semifinal do torneio.

RESULTADOS
Strikeforce: Fedor vs Silva
East Rutherford, Nova Jersey, Estados Unidos
12/02/2011

GP DOS PESADOS - Card principal
Antonio “Pezão” Silva derrotou Fedor Emelianenko por interrupção médica ao final do 2ºrd.
Sergei Kharitonov nocauteou Andrei Arlovski aos 2:49min do 1ºrd.;
Valentijn Overeem finalizou Ray Sefo com um estrangulamento a 1:37min do 1rd.;
Chad Griggs derrotou Gian Villante por nocaute técnico aos 2:49min do 1ºrd.;
Shane del Rosario finalizou Lavar Johnson com um arm-lock aos 4:31min do 1R;

PRELIMINARES
Jason McLean derrotou Kevin Roddy na decisão dividida dos juízes;
Josh LaBerge venceu Anthony Leone por interrupção médica ao final do 1º rd.
Sam Oropeza.venceu Don Carlo-Clauss por nocaute técnico aos 4:10min do 1º rd.
Igor Gracie finalizou John Salgado com katagatame aos 3:04min do 2ºrd.;
John Cholish finalizou Marc Stevens com uma chave de joelho aos 3:57min do 2ºrd;

Ronaldo anuncia sua aposentadoria nesta segunda-feira

 

Ronaldo vai pendurar as chuteiras


RIO - Está chegando ao fim a carreira de Ronaldo. Conforme antecipou Renato Maurício Prado neste sábado, no blog RMP, o atacante vai anunciar sua aposentadoria nesta segunda-feira. O jogador deve confirmar a decisão em entrevista coletiva marcada pelo Corinthians para as 12h40.
A frustração pela eliminação precoce na Libertadores e a irritação com a reação violenta de determinados setores de torcida organizada estão entre os fatores determinantes para a tomada da decisão.
Duas vezes campeão mundial (1994 e 2002), três vezes eleito o Melhor do Mundo pela Fifa, Ronaldo começou a carreira nas categorias de base do São Cristóvão. Surgiu para o futebol no Cruzeiro, de onde foi vendido para o PSV, da Holanda.
Passou ainda por Barcelona, Inter de Milão, Real Madrid e Milan antes de retornar ao futebol brasileiro para atuar no Corinthians, onde conquistou a Copa do Brasil de 2009.
Foto: Reuters

Flamengo vence o Resende por 1 a 0 e segue 100%

 

Ronaldinho Gaúcho tenta lançamento. Craque do Flamengo teve atuação apagada


Já classificado para as semifinais da Taça Guanabara, o Flamengo jogou para o gasto e venceu o Resende por 1 a 0, em Macaé. Com o resultado, o Rubro-Negro terminou a primeira fase com 100% de aproveitamento e em primeiro lugar do Grupo A. O gol da vitória foi marcado por Deivid.

Com uma atuação apagada de Ronaldinho Gaúcho, que foi marcado de perto pelo jovem Gabriel, volante do Resende de apenas 17 anos, o Flamengo não conseguia criar muitas jogadas de perigo. Sob forte calor em Macaé, o Rubro-Negro só abriu o placar aos 31 minutos do segundo tempo.
Após ótimo lançamento de Leo Moura, o chileno Fierro cruzou de primeira e Deivid se antecipou a marcação e tirou do goleiro. Com a vitória, o Flamengo somou 21 pontos e garantiu a melhor campanha entre os 16 participantes da Taça Guanabara. Agora, o time da Gávea terá pela frente o Botafogo na semifinal. Na outra partida, o Fluminense, primeiro do Grupo B, pega o Boavista.

Policiais bandidos haviam montado novo quartel-general na Prefeitura do Rio

 

Delegado Carlos Oliveira


Preso sexta-feira durante a Operação Guilhotina, o ex- subchefe de Polícia Civil e subsecretário de operações da Secretaria de Ordem Pública (Seop), delegado Carlos Oliveira, já havia montado a espinha dorsal de um grupo de milicianos da favela Roquete Pinto, em Ramos, para atuar na Prefeitura do Rio. Segundo o relatório da investigação da Polícia Federal — que desbaratou quatro grupos de policiais acusados de receber propinas milionárias e de vender armas apreendidas para traficantes da favela da Rocinha, em São Conrado, e do Morro de São Carlos, no Estácio — os policiais ligados a Oliveira haviam formado na Seop o "novo quartel general para suas atividades ilícitas".
Segundo as investigações, Carlos Oliveira chegou a pedir a transferência de policiais presos na Operação Guilhotina para prestar serviços na Seop.
Grampo telefônico da Polícia Federal, feito com autorização judicial, revela que o PM Roberto Luís Dias de Oliveira, o Beto Cachorro, ligou, no dia 14 de janeiro, às 12h27m, para o inspetor Christiano Gaspar Fernandes, peça-chave da milícia da Roquete Pinto, chefiada pelo sargento da reserva Ricardo Afonso Fernandes, o Afonsinho, pai de Christiano.
Na ligação, Beto agradeceu a Christiano pela ajuda na transferência do seu filho para a prefeitura. "O Christiano, tô te ligando aí, meu filho! Pra te agradecer aí, pra te agradecer! Cantou hoje o boletim, meu filho vindo pra prefeitura. Muito obrigado mermo (sic)!", disse o PM, que foi preso na operação e é investigado pelo desvio de armas apreendidas.
Pouco depois de receber o pedido de Beto Cachorro, o inspetor Christiano Gaspar Fernandes entrou em contato com o PM Carlos Teixeira, o Bigu, cuja transferência já havia sido publicada para a prefeitura.
Na ligação, feita às 12h28m de 14 de janeiro, Christiano pede que Bigu fale com o delegado Carlos Oliveira, a fim de que o filho de Beto Cachorro trabalhe em companhia do PM. “O filho do Beto publicou também pra lá. Aí, chegando lá, quando se apresentar, fale com o Dr. Oliveira, de repente bota ele com vocês, pra não deixar ele jogado lá”, diz Christiano num trecho da ligação.
“Eu avisei pro Beto. Aí o Beto , ah, dá uma camisa pra ele. Pô eu não sei nem o que tá reservado pra mim, como é que eu vou dar camisa para os outros?”, indaga Carlos Teixeira.
A resposta de Christiano foi incisiva e não deixa dúvida de que o delegado Carlos Oliveira pode ajudar na questão do filho de Beto Cachorro. “Tá maluco cara! Vocês é que mandam! vocês é que mandam lá”, diz o inspetor na mesma ligação.
Em outra ligação, Ricardo Afonso Fernandes, o Afonsinho, chefe da milícia da Roquete Pinto, conversa com um homem e diz que o delegado Carlos Oliveira está tentando arrumar uma lotação para Beto cachorro na prefeitura. “Ele (Oliveira) já tá lá. Vou ver o seu e o do Beto, né?”, diz Afonsinho durante o telefonema, para completar em seguida: “O Bigu foi logo... acho que é por ordem alfabética que ele falou”, completou.

Policial civil que teve a prisão decretada era conhecido por andar com uniforme camuflado e fumar charutos em operações

 

Trovão durante a operação no Complexo do Alemão


Um dos policiais civis que teve a prisão decretada pela Justiça na “Operação Guilhotina” é o inspetor Leonardo da Silva Torres, de 47 anos. Ele pode ser descrito como uma figura lendária na corporação por seu vestuário e atitude nada comuns. Trovão, como é conhecido, fazia parte de um grupo de 15 policiais de ações táticas da Delegacia de Repressão a Armas e Explosivos (Drae). Em 2007, ele participou de uma megaoperação no Complexo do Alemão e, enquanto andava pelas vielas do conjunto de favelas, foi fotografado fumando um charuto e vestindo um uniforme camuflado, que não é usado pela polícia do Rio. Por conta desse visual em comum, ganhou também o apelido de “Comandos em Ação”.

Inspetor Trovão vendia armas para traficantes

 

Inspetor Trovão.


Integrado por cinco policiais e um informante, o grupo de policiais chefiado pelo inspetor Leonardo da Silva Torres, o Trovão, é apontado pela PF como responsável pela venda de pistolas, metralhadoras e fuzis apreendidos em operações policiais para os traficantes Rogério Rios Mosqueira, o Roupinol e Antonio Francisco Bonfim Lopes, o Nem da Rocinha. De acordo com a investigação, os policiais são acusados ainda de receber do tráfico uma propina mensal de R$ 100 mil.
Segundo o relatório da Polícia Federal, no dia 24 de julho de 2009, durante uma operação no Morro da Coroa, deflagrada pela Delegacia de Combate às Drogas (Dcod), onde Trovão era lotado, foram apreendidos, um fuzil dourado e duas pistolas Glock, calibre nove milímetros. Vinte e quatro horas depois, as pistolas foram vendidas pelos policiais para o traficante Roupinol. O encarregado de intermediar o negócio foi o informante Magno Pereira do Carmo, que está atualmente preso no Presídio Federal de Campo Grande, em Mato Grosso do Sul.
O mesmo grupo de policiais também é apontado como sendo o responsável pela negociação de uma metralhadora ponto 30. Capaz de derrubar helicópteros, a arma, apreendida em 2009 no Morro da Mangueira, foi vendida para traficantes do São Carlos e da Rocinha. A mesma equipe de policiais também teria participado da apreensão de um fuzil, em 4 de dezembro de 2009, no Morro da Pedreira.
Outro investigado é o PM Carlos Eduardo Nepomuceno Santos, acusado de receber R$ 20 mil mensais para passar informações à Rocinha.

Core faz operação para lacrar delegacia da Polícia Civil

 

Policiais da Core lacram, por determinação do chefe de Polícia Civil, delegado Allan Turnowski, a Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas


Três equipes da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) da Polícia Civil estão, neste momento, lacrando a Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas - Inquéritos Especiais (Draco-IE), na Zona Portuária do Rio. Ainda não se sabe qual o motivo da operação. O titular da Draco, delegado Cláudio Ferraz — nomeado o novo subsecretário de Contra-Inteligência da Secretaria de Segurança — ainda não foi encontrado. Segundo a assessoria de imprensa da secretaria, o chefe de Polícia Civil, delegado Allan Turnowski, ligou na manhã deste domingo para o secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, informando que faria a operação, devido a suspeitas de que haveria corrupção na delegacia. A assessoria afirmou que Turnowski tem autonomia para realizar a ação e que Beltrame não vai se pronunciar neste domingo sobre o fato.

Chefe de Polícia manda lacrar delegacia especializada por suspeita de corrupção

Terceiro andar da Draco é lacrada a mando do chefe de Polícia, Allan Turnowski. Ação tem como pano de fundo briga por poder na Segurança Pública do Rio

Quarenta e oito horas após a Polícia Federal deflagrar a Operação Guilhotina, que prendeu 30 policiais civis e militares suspeitos de envolvimento em corrupção, formação de milícia e saque de bens de bandidos — entre eles, o ex-subchefe de Polícia Civil Carlos Oliveira —, o chefe de Polícia Civil, delegado Allan Turnowski, mandou lacrar, neste domingo, o acervo cartorário da Delegacia de Repressão e Combate ao Crime Organizado (Draco). A delegacia especializada colaborou nas investigações da PF. Como motivo, Turnowski disse ao secretário estadual de Segurança, José Mariano Beltrame, segundo a assessoria do órgão, que há suspeitas de corrupção envolvendo a equipe do diretor da Draco, Cláudio Ferraz.
A ação teria como pano de fundo uma briga pelo poder na cúpula da segurança pública. No sábado, Beltrame disse que Allan não estava garantido no cargo. Na sexta-feira, o chefe de Polícia Civil foi chamado à PF para prestar esclarecimentos sobre os fatos que deflagraram a Operação Guilhotina. Ferraz, por sua vez, já foi cogitado algumas vezes para assumir a chefia de Polícia. Ele é homem de confiança de Beltrame. O secretário já chegou a classificar Ferraz como “a principal autoridade da segurança no combate à milícia no Rio”.
— Não fui informado oficialmente dos motivos da operação que lacrou a delegacia. Amanhã (hoje), às 10h, vou prestar depoimento na Corregedoria e saber o que está acontecendo — disse Ferraz.
Beltrame consentiu
A ação de ontem foi antecedida por um telefonema de Allan a Beltrame. Segundo sua assessoria, Beltrame não foi contra, e, hoje, irá tomar conhecimento de mais detalhes da operação.
À tarde, três equipes da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) da Polícia Civil foram à Draco, na Zona Portuária do Rio. Segundo alguns policiais, a Corregedoria deve ir hoje à Draco para recolher computadores e material na especializada.


Disputa
Quando o delegado Allan Turnowski assumiu a Chefia de Polícia Civil, em 22 de abril de 2009, no lugar de Gilberto Ribeiro, o secretário de Segurança sofreu um revés político. Seus nomes para o cargo eram Rivaldo Barbosa, então subsecretário de Inteligência, e Cláudio Ferraz, titular da Draco, mas José Mariano Beltrame se viu, administrativamente, obrigado a aceitar a indicação de Turnowski.
Agora prestigiado pelo governador Sérgio Cabral, neste início de segundo mandato, Beltrame pretende repetir, nas polícias Civil e Militar, a receita que usou ao assumir a pasta. Quando sentou no gabinete da Praça Cristiano Ottoni, em janeiro de 2007, levou delegados de sua confiança, ambos da Polícia Federal, para as duas principais subsecretarias: Roberto Sá, na de Integração Operacional, e Edval Novaes, na de Inteligência.
Depois da Operação Guilhotina, a substituição de Allan passou a ser considerada, nos corredores do prédio da Central do Brasil, apenas uma questão de tempo.
— A ordem que recebemos da Chefia de Polícia é “ninguém entra e ninguém sai” — disse um policial da Core, dando o tom do clima tenso que tomou conta da Polícia Civil, ontem.
Recentemente, a Draco passou a ser subordinada à Secretaria de Segurança, como aconteceu originalmente, na época da sua criação. Dessa forma, Cláudio Ferraz deixou de responder por seus atos a Turnowski. Na semana passada, Ferraz foi anunciado como novo titular na Superintendência de Contrainteligência da Secretaria estadual de Segurança.
Uma espécie de promoção na hierarquia da cúpula. A nomeação era esperada para esta semana.

Operação Guilhotina: arsenal da quadrilha é apresentado pela PF

 

Delegado da Polícia Federal Allan Dias apresenta material apreendido, durante a Operação Guilhotina, neste domingo, na Superintendência da PF, Zona Portuária


A Polícia Federal apresentou, na tarde deste domingo, o material apreendido durante a Operação Guilhotina, que indiciou 45 e prendeu 38 pessoas — sendo 20 policiais militares e dez policiais civis — acusadas de formarem um quadrilha que vendia armas e informações sigilosas a traficantes de drogas, além de formarem grupos de milicianos. Até o momento, de acordo com o delegado da PF Allan Dias, foram contabilizados uma granada, dois fuzis 556 (um deles com luneta), duas carabinas 38, sete pistolas calibres 380 e 40, um revólver 38, cinco mil projéteis de fuzis e pistolas de diversos calibres, 50 carregadores, 12 rádios comunicadores, duas lunetas, R$ 60 mil e 700 euros (cerca de R$ 1,5 mil) em espécie, 16 relógios.
Munição, armas e dinheiro foram encontradas em quatro residências. Só no endereço de um PM, em Jacarepaguá, estavam uma granada, um fuzil e três pisoltas. A PF também apreendeu cerca de 20 cordões de ouro e prata, que teriam sido furtados pelos policiais, em casas de traficantes, como espólio de guerra, durante as ocupações da Vila Cruzeiro e do Complexo do Alemão, em novembro de 2010.
Na moradia do policial civil Stanlei Couto Fernandes, em Bento Ribeiro, os agentes da PF apreenderam munição de fuzil e pistola, que estava dentro de uma caixa de aparelho de jantar, e os 16 relógios, avaliados em R$ 4,5 mil. A outra caixa de munição foi recolhida da 22ª DP (Penha), pois não havia qualquer registro de entrada deste material na unidade, o chamado acautelamento. Na Delegacia de Represssão a Armas e Explosivos (Drae), a PF e a Corregedoria Geral Unificada (CGU) apreendeu 60 sacolés de cocaína, que não estavam atrelados a qualquer registro.
De acordo com Allan Dias, a investigação continua, mas ele afirmou que, com o que foi feito até agora, a quadrilha “perdeu seu cérebro”. Segundo o delegado, o grupo soube que estava sendo investigado e tentou ocultar provas. Pelo menos quatro fuzis ainda estão sendo procurados.
— Ainda vamos abrir alguns malotes, mas grande parte das apreensões já está relacionada. Nós miramos as cabeças das organização criminosas. Nosso trabalho foi preparado para guilhotinar as lideranças para deixarmos acéfalos estes grupos ilegais — ressaltou Dias.
Mais um policial se entrega
O inspetor da Polícia Civil Giovanni Gaspar Fernandes é o 38º preso da Operação Guilhotina. Ele se entregou, por volta das 16h deste domingo, na 16ª DP (Barra da Tijuca). Segundo o relatório da PF, Giovanni faz parte da milícia de seu pai, Ricardo Afonso Fernandes, PM da reserva, no bairro de Ramos, Zona Norte do Rio.

Búzios é cenário de inúmeras irregularidades durante o verão, mesmo com operação de fiscalização

Embarcação próxima aos banhistas em Búzios - Foto de Hudson Pontes

RIO - Nas praias de Búzios, os banhistas são obrigados a abrir a carteira e os olhos para ameaças. Paisagens de cartão postal, mar azul e muita badalação atraem milhares de pessoas para o balneário no verão, quase na mesma proporção das irregularidades, algumas arriscadas. Neste fim de semana, uma equipe do @ILEGALeDAI esteve na cidade para um twittaço e constatou: a presença do Choque de Ordem do município e de equipes da Marinha nas areias não foi suficiente para coibir práticas ilegais, como cobrança de consumação mínima por barraqueiros e o uso de jet-skis na beira do mar.
(Veja as fotos das irregularidades em Búzios )
Na Praia da Tartaruga, a areia foi loteada. Centenas de mesas e cadeiras não deixam espaço para quem quer curtir o lugar sem virar refém dos barraqueiros. Todos exigem que os turistas, veranistas e mesmo moradores de Búzios peçam um prato de peixe e salada para dois, que pode custar até R$ 70. O funcionário de uma das barracas contou que a consumação mínima foi instituída por causa do número limitado de mesas permitido, que seria de dez para cada comerciante. Resta aos que preferem não pagar abrir sua cadeira de praia dentro d'água.
Aqui é um lugar público. Se eu quiser usar a areia vou ter que pagar? Eles não podem cobrar um valor sobre a coisa pública
Quando soube da cobrança, o empresário paulista José Carlos Pipisco, que visitava a região com a mulher e a filha, desistiu de usar as cadeiras de plástico das barracas.
— Aqui é um lugar público. Se eu quiser usar a areia vou ter que pagar? Eles não podem cobrar um valor sobre a coisa pública — disse, em tom indignado, o empresário, após recusar a proposta de um barraqueiro.
O casal de consultores Juliana Lacerda e Paulo Henrique Oliveira, que mora no Rio, aproveitou o sábado na Tartaruga com sua cadeira de praia na beira d'água.
— A gente fica refém. Não pode usar nem o espaço público. E, se não usa a mesa deles e quiser consumir, tem que pagar preços abusivos. Para vir, ou você traz suas coisas ou paga o que querem — reclamou Paulo.
Numa das entradas de Geribá, uma faixa pede aos banhistas que não paguem consumação mínima. O aviso informa que a prática fere o Código de Defesa do Consumidor. A divulgação, porém, não chega a constranger: logo adiante, o funcionário de uma barraca deixa claro que, ali, só usa as cadeiras e mesas de plástico quem pedir petisco ou um prato. A ilegalidade se repete ao longo da praia. Em frente a um dos pontos mais movimentados, onde fica o Fishbone Café, os barraqueiros pedem que o banhista consuma pelo menos R$ 60 para usar os equipamentos. A outra opção é o aluguel de duas cadeiras e uma barraca, por R$ 25. Já sabendo dos valores, a família do comerciante Irineu Andrade Silva, de Muriaé, em Minas Gerais, leva lanche e cadeiras e barraca:
— Eles tomam a praia toda. E, se a gente chega com a nossa barraca, eles olham de cara feia.
Os barraqueiros da Azeda não cobram consumação, mas o aluguel de duas cadeiras pode sair caro na praia: ontem, custava entre R$ 14 e R$ 21.
Eles tomam a praia toda. E, se a gente chega com a nossa barraca, eles olham de cara feia
— É o contrário do Rio. Aqui só te entregam a cadeira se você pagar. E uma cadeira é R$ 7. Paguei porque fica difícil sair do táxi aquático com cadeira e barraca — disse a professora de canto lírico da UFRJ Heliana Farah.
O fim de semana de sol também foi um prato cheio para os ambulantes. Alguns vendiam alimentos sem qualquer tipo de condicionamento e proteção ao lado de fiscais de posturas, que pareciam mais observar do que agir contra o festival de problemas. Na Praia de João Fernandes, a família de Mirta Cortopassi, de Buenos Aires, caiu na armadilha da promoção do camarão. O grupo pagou R$ 10 a um ambulante por quatro espetinhos, que ficavam em um tabuleiro, sem cobertura e sob sol forte.
— Não sabia que era proibido ou perigoso. Em Buenos Aires, como é frio, não teria perigo. Agora, não compro mais camarão — disse Mirta.
Todas as irregularidades flagradas pela equipe do GLOBO serão encaminhadas aos órgãos competentes.

Chefe da Polícia Civil acusa de extorsão delegado que ajudou PF a prender corruptos

Denúncias levam o chefe de Polícia Civil, Allan Turnowski, a determinar devassa na Delegacia de Repressão e Combate ao Crime Organizado (Draco). Na foto, policiais diante da delegacia - Foto de Marcelo Theobald

RIO - Dois dias após ter sido convocado a explicar na Polícia Federal o envolvimento de seu ex-subchefe operacional com uma quadrilha ligada ao desvio e venda de armas a traficantes, o chefe da Polícia Civil, delegado Allan Turnowski, determinou uma devassa na Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco), que teve as portas lacradas, no fim da tarde de domingo. Foi na unidade que começou parte da investigação que resultou na Operação Guilhotina, na qual o delegado Carlos Antônio Luiz Oliveira — ex-braço direito de Turnowski — foi preso. A iniciativa de investigar a Draco, segundo o chefe da Polícia Civil, foi tomada a partir de denúncias sobre o suposto envolvimento da equipe da unidade em extorsões contra empresários.
Escutas da PF revelam esquema de policiais corruptos no Alemão
Armas desviadas lotariam uma sala, diz PF
Procurado pelo GLOBO, o delegado Claudio Ferraz disse que não iria se pronunciar sobre a decisão de Turnowski. Na quinta-feira, Ferraz foi nomeado pelo secretário de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, subsecretário da Contra Inteligência. Na mesma ocasião, Beltrame determinou que a Draco voltasse a ficar sob o comando direto da Secretaria de Segurança, saindo assim da estrutura hierárquica da Polícia Civil. O GLOBO tentou ouvir Beltrame sobre a iniciativa de Turnowski, mas, segundo a assessoria de imprensa, o secretário só falará nesta segunda-feira a respeito do caso. Beltrame, segundo sua assessoria, iria a Brasília, mas mudou a agenda para acompanhar o desfecho do episódio. Ainda de acordo com a assessoria, ele preferiu não responder se a iniciativa de Turnowski seria uma represália à equipe da Draco.
Beltrame foi informado sobre devassa na Draco Turnowski justificou a iniciativa dizendo que há denúncias graves de corrupção por parte de empresários contra o diretor da especializada e seu chefe de investigações, Jorge Gherard. A atitude de Turnowski agrava ainda mais a crise na Polícia Civil. Na semana passada, o ex-subchefe da instituição, o delegado Carlos Antonio Luiz Oliveira, foi preso na Operação Guilhotina da Polícia Federal. Ele e mais 37 pessoas, incluindo 29 policiais são suspeitos de vários crimes, entre eles desviar armas apreendidas em operações e vendê-las a traficantes. O delegado Carlos Oliveira também é apontado como chefe da milícia que atuava na favela Roquete Pinto, em Ramos. ( Leia também: Investigação da PF revela que Carlos Oliveira transformou gabinete na prefeitura em 'quartel general' de sua quadrilha)
Segundo Turnowski, a decisão de fazer uma devassa na Draco foi comunicada a Beltrame, que já havia dito, semana passada, que quer fazer uma limpeza na Polícia Civil. Um dia após a operação, Beltrame havia dito em entrevista ao RJ-TV, da Rede Globo, que ninguém estava garantido no cargo e que nenhum subordinado tinha carta branca, referindo-se ao chefa da Polícia Civil. Beltrame acrescentou que não adiantava apresentar resultado sem lisura ou lisura sem resultado.
Após Turnowski determinar a interdição da Draco, uma equipe da Coordenadoria de Operações e Recursos Especiais (Core) esteve no prédio, onde funciona a sede da unidade, no Centro, para lacrar a porta. A determinação é de que a Corregedoria Interna da Polícia Civil faça uma correição extraordinária na delegacia, antes de Ferraz passar o cargo ao delegado Fernando Capote.
Há pelo menos três meses, uma disputa interna teria sido iniciada na cúpula da Polícia Civil. O pivô seria a mudança de comando na corporação. Na ocasião, os nomes de dois delegados — Claudio Ferraz e Rivaldo Barbosa, então subsecretário de Inteligência da Secretaria de Segurança — foram cogitados como possíveis sucessores de Turnowski.
Turnowski ingressou na Polícia Civil em 1996, depois de passar no concurso para delegado de polícia. Desde então, ele atuou na 16ª DP (Barra da Tijuca), na Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), Delegacia de Roubos e Furtos de Veículos (DRFA), sendo promovido a Diretor do Departamento de Polícia Especializada (DPE), onde ficou por seis anos. Neste último cargo, ele foi nomeado pelo ex-chefe de Polícia Civil, Álvaro Lins — que chegou a ser preso por formação de quadrilha e ainda responde a processo por lavagem de dinheiro — e mantido pelo sucessor dele, Gilberto Ribeiro. Ele assumiu o cargo de chefe de Polícia em março do ano passado.