DACAR. O governo do PT não é socialista, mas é de esquerda. A afirmação foi feita nesta terça-feira pelo ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência , Gilberto Carvalho, que respondia a críticas de uma ativista política estrangeira durante debate no Fórum Social Mundial, que acontece em Dacar, no Senegal desde domingo. A questão foi levantada durante um encontro de intelectuais sobre as relações Sul-Sul. Carvalho defendeu ainda uma relação com a África pautada pela transferência de tecnologia e anunciou a idéia do governo de criar uma espécie de Prouni para africanos que vivam no Brasil.
- Não podemos dizer que o governo Lula ou o governo Dilma é um governo socialista, mas se disser que ser de esquerda é lutar contra a fome e devolver a dignidade para milhões de pessoas, é permitir o acesso de jovens à universidade, se isso for de esquerda, nós nos consideramos de esquerda. Agora, não tem cartilha de esquerda, não tem dogma nessa história. A gente tem de lutar pela humanização do país - disse Carvalho.
Carvalho admitiu que “é verdade que o latifúndio continua imperando no Brasil”, mas defendeu o projeto de reforma agrária do governo e a política de agricultura familiar e orgânica. Ele defendeu também a construção de usinas hidrelétricas, sem citar a polêmica de Belo Monte, no Pará.
-Para nós que vivemos no ar-condicionado é fácil criticar a construção de usinas hidereletricas - disse o ministro, para quem "não é o governo que constroi uma sociedade alternativa": - O governo pode ajudar a criar condições, mas é a sociedade civil, são os movimentos sociais que empurram o país para um verdadeiro projeto de esquerda socialista. Seria falso reivindicar para o governo brasileiro uma classificação de governo socialista. Mas tenho muita clareza também que temos um enorme esforço para humanizar as relações dentro do nosso país e dar ao nosso povo condições para que ele possa se organizar e lutar.
O ministro participou de dois debates que tratavam sobre a relação com a África e defendeu que, diferentemente da “solidariedade” aos países pobres com o envio de dinheiro, o governo brasileiro defenderia a transferência de tecnologias e conhecimentos. O ministro informou que a Embrapa está em países africanos, assim como outros mecanismos de apoio do Brasil, como um laboratório da Fundação Oswaldo Cruz em Moçambique, focado no desenvolvimento de retrovirais para o tratamento da Aids. Para ele, a transferência de recursos diretos ajudou no enriquecimento de elites que governam alguns desses países e não favoreceu o povo africano.
Aos jornalistas brasileiros, que questionaram se ele havia se incomodado com a reclamação do ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, de que havia outras pessoas do governo dando opinião sobre a crise do Egito, Gilberto Carvalho deu razão ao ministro. No domingo, depois da marcha de abertura do Fórum, Carvalho afirmou que o Brasil não tentaria intervir para apressar a saída de Hosni Mubarak do governo por não ser de seu feitio esse tipo de atuação e que esperava que, na África, os países com conflitos internos não dessem espaço para governos fundamentalistas, mas para a democracia.
- Patriota tem razão. O governo tem de tomar muito cuidado. É (um assunto) muito delicado. Tentei responder com muita cautela porque não vou me furtar a responder aqui (no Fórum Social) uma questão como essa. Uma coisa é você como militante política e outra como dirigente do país. Não faço mea culpa porque não disse nada fora da linha do governo. Mas ele tem razão. É uma recomendação que eu procurarei seguir.
- Não podemos dizer que o governo Lula ou o governo Dilma é um governo socialista, mas se disser que ser de esquerda é lutar contra a fome e devolver a dignidade para milhões de pessoas, é permitir o acesso de jovens à universidade, se isso for de esquerda, nós nos consideramos de esquerda. Agora, não tem cartilha de esquerda, não tem dogma nessa história. A gente tem de lutar pela humanização do país - disse Carvalho.
Carvalho admitiu que “é verdade que o latifúndio continua imperando no Brasil”, mas defendeu o projeto de reforma agrária do governo e a política de agricultura familiar e orgânica. Ele defendeu também a construção de usinas hidrelétricas, sem citar a polêmica de Belo Monte, no Pará.
-Para nós que vivemos no ar-condicionado é fácil criticar a construção de usinas hidereletricas - disse o ministro, para quem "não é o governo que constroi uma sociedade alternativa": - O governo pode ajudar a criar condições, mas é a sociedade civil, são os movimentos sociais que empurram o país para um verdadeiro projeto de esquerda socialista. Seria falso reivindicar para o governo brasileiro uma classificação de governo socialista. Mas tenho muita clareza também que temos um enorme esforço para humanizar as relações dentro do nosso país e dar ao nosso povo condições para que ele possa se organizar e lutar.
O ministro participou de dois debates que tratavam sobre a relação com a África e defendeu que, diferentemente da “solidariedade” aos países pobres com o envio de dinheiro, o governo brasileiro defenderia a transferência de tecnologias e conhecimentos. O ministro informou que a Embrapa está em países africanos, assim como outros mecanismos de apoio do Brasil, como um laboratório da Fundação Oswaldo Cruz em Moçambique, focado no desenvolvimento de retrovirais para o tratamento da Aids. Para ele, a transferência de recursos diretos ajudou no enriquecimento de elites que governam alguns desses países e não favoreceu o povo africano.
Aos jornalistas brasileiros, que questionaram se ele havia se incomodado com a reclamação do ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, de que havia outras pessoas do governo dando opinião sobre a crise do Egito, Gilberto Carvalho deu razão ao ministro. No domingo, depois da marcha de abertura do Fórum, Carvalho afirmou que o Brasil não tentaria intervir para apressar a saída de Hosni Mubarak do governo por não ser de seu feitio esse tipo de atuação e que esperava que, na África, os países com conflitos internos não dessem espaço para governos fundamentalistas, mas para a democracia.
- Patriota tem razão. O governo tem de tomar muito cuidado. É (um assunto) muito delicado. Tentei responder com muita cautela porque não vou me furtar a responder aqui (no Fórum Social) uma questão como essa. Uma coisa é você como militante política e outra como dirigente do país. Não faço mea culpa porque não disse nada fora da linha do governo. Mas ele tem razão. É uma recomendação que eu procurarei seguir.