Referência no tratamento de câncer em São Paulo, o hospital A.C. Camargo deve deixar de atender pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) a partir de dezembro deste ano.
A informação, antecipada pelo jornal Folha de S.Paulo, foi confirmada nesta segunda-feira, 15, pela instituição. A Prefeitura informou que tem realizado reuniões com a instituição "a fim de avaliar a possibilidade de continuidade da assistência à população".
"O atual convênio com a Prefeitura Municipal de São Paulo para atendimento aos pacientes do SUS não será renovado", afirmou, em nota, o hospital A.C. Camargo, que ressaltou que a decisão faz parte de uma nova fase da instituição.
"Com o objetivo de disseminar toda expertise adquirida em oncologia, o A.C.Camargo planeja expandir a sua atuação no setor público para além do município de São Paulo, promovendo parcerias público-privadas em ações de prevenção, diagnóstico, tratamento e reabilitação, além de capacitação de profissionais da atenção primária e de hospitais para o atendimento do câncer em prol do bem público, com o objetivo de atuar e melhorar a pratica médica em oncologia em todo o Brasil", justificou.
O plano de transição, informou a instituição, prevê minimizar os impactos nos pacientes atendidos via SUS. "O A.C. Camargo garante a análise individualizada para cada paciente junto à Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo, construindo um plano de transição que minimize os possíveis impactos. A instituição ressalta que a grande maioria dos pacientes que contavam com o atendimento no A.C. Camargo já finalizou seu tratamento oncológico e está em fase de acompanhamento clínico."
Em nota, a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) disse que foi informada pela Fundação Antônio Prudente/Hospital A.C. Camargo sobre a sua intenção de interromper o convênio com a secretaria a partir de 9 de dezembro de 2022. "A pasta tem realizado reuniões com a instituição a fim de avaliar a possibilidade da continuidade da assistência à população", afirmou.
"Independentemente da manutenção dessa parceria, a assistência em oncologia aos pacientes da rede municipal seguirá sendo ofertada por meio dos demais prestadores municipais do serviço na especialidade, como o Hospital Municipal (HM) Dr. Gilson de Cássia Marques Carvalho - Vila Santa Catarina, além de unidades reguladas por meio da Central de Regulação de Oferta de Serviços em Saúde (Cross), do Governo do Estado, em razão da complexidade da especialidade e diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS)."
A pasta reforçou que, em maio deste ano, entregou à população o Centro de Alta Tecnologia em Diagnóstico e Intervenção Oncológica Bruno Covas, no HM Vila Santa Catarina, que dispõe de tratamento de alta complexidade, com implemento inclusive de robótica, inédito em um hospital municipal do SUS. "A unidade, gerenciada pela Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein, tem capacidade ambulatorial para atender 10 mil pacientes por mês, além de realizar 8 mil exames radiológicos e 450 cirurgias", informou a Prefeitura de São Paulo.
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