O Datafolha divulgou há pouco a sua pesquisa para a Prefeitura de São Paulo, encomendada pela Rede Globo. O horário eleitoral e o início efetivo da campanha nas ruas mexeram substantivamente com o quadro. É claro que muita coisa ainda pode acontecer, mas os números passaram a acenar, sim, senhores, com um possível segundo turno entre a peemedebista Marta Suplicy e o tucano João Doria. Os dois já estão tecnicamente empatados em segundo lugar. Celso Russomanno teve uma queda importante. A margem de erro é de três pontos para mais ou para menos.
Se a eleição fosse hoje, Russomanno (PRB) ainda chegaria na frente no primeiro turno, com 26%, o que indica que teve uma queda de cinco pontos em relação ao Datafolha de agosto, quando aparecia com 31%. Numericamente, Marta (PMDB) continua em segundo lugar: cresceu 5 pontos percentuais e passou de 16% para 21%. Mas o grande salto mesmo foi o de João Doria (PSDB), que disparou: 11 pontos percentuais a mais do que no levantamento anterior. Ele tinha 5% e, agora, aparece com 16%. Assim, a peemedebista pode ter entre 18% e 24%, e o tucano, entre 13% e 19%, o que caracteriza o empate técnico.
O candidato do PT, Fernando Haddad, mal se mexeu: aparecia com 8% e agora está com 9%. É difícil crer que já não seja, a esta altura, carta fora do baralho. Está empatado com Luiza Erundina (PSOL), que, muito provavelmente, caiu: passou de 10% para 7%.
Ah, sim: no dia 25 do mês passado, publiquei aqui um post em que afirmei que eu contava com a própria Erundina para derrubar Erundina: se ela começasse a participar dos debates, seria pior para ela. Bingo!
Segundo turno
Russomanno ainda venceria seus possíveis adversários no segundo turno, mas a diferença a seu favor caiu: ele bateria Marta por 45% a 38%. Em agosto, a diferença era de 51% a 32%. Venceria Doria por 52% a 28% — antes, era 63% a 16%. Contra Haddad, a mudança é irrelevante: 56% a 25% contra 56% a 27% em agosto.
Russomanno ainda venceria seus possíveis adversários no segundo turno, mas a diferença a seu favor caiu: ele bateria Marta por 45% a 38%. Em agosto, a diferença era de 51% a 32%. Venceria Doria por 52% a 28% — antes, era 63% a 16%. Contra Haddad, a mudança é irrelevante: 56% a 25% contra 56% a 27% em agosto.
Considerações
O que explica a mexida? Bem, certamente o início do horário eleitoral é o fator principal. Doria era muito pouco conhecido. O eleitorado tucano em São Paulo é grande. Sabedores de que é ele o candidato, os que se identificam com o partido passam a ter uma opção. O desafio agora é conquistar eleitores que vão além do espectro ideológico onde transita o tucanismo.
O que explica a mexida? Bem, certamente o início do horário eleitoral é o fator principal. Doria era muito pouco conhecido. O eleitorado tucano em São Paulo é grande. Sabedores de que é ele o candidato, os que se identificam com o partido passam a ter uma opção. O desafio agora é conquistar eleitores que vão além do espectro ideológico onde transita o tucanismo.
É preciso que se vejam os dados no detalhe. Não existe exatamente uma cultura peemedebista na cidade. Mas aposto que Marta se beneficia da inserção que tinha e tem na periferia, que, tudo indica, não quer saber do petista Fernando Haddad. Aposto o mindinho que é o nome preferido dos endinheirados de esquerda.
Russomanno corre o risco de repetir a façanha da campanha passada. Não sei que peso tiveram nessa queda as suas críticas ao Uber, por exemplo. O fato é que está em todo canto que ele pretende acabar com o serviço — e os taxistas são alguns dos propagadores dessa “boa-nova”, que, suponho, desperta a reação negativa de muitos milhares. Não é uma estratégia muito esperta.
E há também a qualidade da campanha. A de Doria é, de longe, a mais competente do ponto de vista técnico. O candidato do PRB não consegue fugir daquele figurino de, sei lá como chamar, “repórter” intimidando comerciante.
Consequências
Vamos ver a estratégia, agora, de cada um. A lógica indica que Marta tende a intensificar as críticas a João Doria, e João Doria tende a buscar a polarização com Russomanno. A peemedebistas tentará se manter no possível segundo lugar, e o tucano já tem razões, depois da ascensão meteórica, para aspirar ao primeiro.
Vamos ver a estratégia, agora, de cada um. A lógica indica que Marta tende a intensificar as críticas a João Doria, e João Doria tende a buscar a polarização com Russomanno. A peemedebistas tentará se manter no possível segundo lugar, e o tucano já tem razões, depois da ascensão meteórica, para aspirar ao primeiro.
Se, com folgada maioria, Russomanno podia se dar ao luxo de ficar longe dos embates, agora não pode mais. E é justamente quando ele fala e tenta defender uma ideia que começa a correr mais riscos.
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