A chefe de missão da delegação australiana, Kitty Chiller, informou neste domingo (24) que os atletas australianos dispensam a Vila dos Atletas, até que diversos problemas de gás, encanamento e eletricidade sejam resolvidos. Para ela, a vila não é "nem segura e nem está pronta". Dezenas de outras delegações também teriam reportado queixas. O local foi aberto oficialmente neste domingo pelo Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016 para as delegações esportivas nacionais e estrangeiras.
Em meio aos problemas com a hospedagem das equipes, uma das questões levantadas seria quem deveria pagar pelos gastos extras. De acordo com o jornal Estadão, delegações querem que uma alternativa seja dada pelo COI, enquanto este estaria colocando pressão sobre o Comitê Organizador.
Os atletas de outros países começaram a chegar ao condomínio por volta das 9h deste domingo. Equipes da Eslovênia, Suécia, Itália, Inglaterra, África do Sul, Portugal, Alemanha já deram entrada na Vila Olímpica .
Os australianos ficariam no edifício 23, mas optaram, pelo menos por enquanto, por hotéis próximos ao Parque Olímpico. "Por mais de uma semana nosso estafe trabalhou, durante muitas horas, para deixar nosso setor pronto para os atletas na vila", diz a nota, apontando que não houve solução.
Chiller apontou para banheiros bloqueados, vazamentos, fiação exposta, falta de iluminação e "enorme sujeira". Ela informou ainda que foi realizado um teste no sábado (24), e houve vazamento e forte cheiro de gás. Testes de incêndio e encanamento ainda serão feitos.
O presidente do Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos Rio-2016, Carlos Arthur Nuzman, disse que as críticas e os problemas encontrados são "naturais". Para ele, a Vila Olímpica do Rio é "a melhor da história das Olimpíadas". Ele destaca, contudo, que ajustes nos apartamentos são realmente necessários.
"Outros organizadores de Jogos Olímpicos já tiveram situações semelhantes ou piores. Nossa missão é corrigir o que for feito para ter Jogos espetaculares", declarou à imprensa.
Nuzman também comentou sobre o relato de furto um de notebook do Comitê organizador dentro da Vila. "Não tenho condição de saber individualmente o que saiu ou o que entrou."
"Já fizemos várias mudanças na Vila e sempre que fazemos isso sentimos que ajustes são necessários. É natural que ajustes necessários sejam feitos ao longo dos próximos dias. O trabalho de verificação já havia começado. A Verificação e importante para delegações dizerem os problemas. Mais importante é, de agora em diante, ver o que podemos entregar. Não é procurar quem errou ou deixou de errar", apontou Nuzman.
De acordo com informações do jornal Estadão, altos dirigentes do COI avaliam que as condições do local e a recusa da delegação australiana em entrar na Vila, junto com os sinais de que outras equipes possam fazer o mesmo, é um 'primeiro fracasso'.
O diretor de Comunicação do Comitê Rio 2016, Mário Andrada, contudo, disse à Agência Brasil que não houve mais problemas com outras delegações e que a Grã-Bretanha, por exemplo, não mudou de planos. “A equipe já está aqui, esperando pelos seus atletas.” De acordo com ele, a expectativa é que, ainda neste domingo, a Vila Olímpica receba em torno de 600 atletas.
A Vila Olímpica foi entregue pelo prefeito Eduardo Paes ao Comitê Rio 2016 no dia 15 de junho. O condomínio conta com 17 prédios de 31 andares, em um total de 3.604 apartamentos e capacidade para receber quase 18 mil atletas e membros de equipes técnicas durante os jogos.
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