Segundo declaração de Antônio Figueiredo Bastos, advogado do doleiro Alberto Youssef – pivô da Operação Lava Jato ao Jornal O Globo, nos processos relacionados a Operação Lava Jato. Youssef mencionou a irmã do senador Aécio Neves (PSDB).
“Primeira Irmã da República das Gerais”
Andrea Neves durante o governo de Aécio Neves, os mais diversos feitos foram lançados na conta da “Primeira Irmã da República das Gerais”. Andrea foi acusada de manejar as verbas de publicidade do estado de acordo com os interesses políticos de Aécio e de influir na imprensa mineira, a ponto, inclusive, de provocar a queda de jornalistas pouco simpáticos ao governo. Deputados da oposição chegaram a apresentar denúncias formais contra Andrea, imputando a ela e ao irmão desvio de recursos da área de comunicação do governo.
Desde 2006, preside o Serviço Voluntário de Assistência Social (Servas), entidade beneficente que remete às Pioneiras Sociais, fundada por Sarah Kubitscheck em 1951, quando JK era governador de Minas Gerais. À frente do Servas, Andrea coordena alguns dos principais programas de assistência à infância, adolescência, terceira idade, e de erradicação da pobreza no Estado.
Nem mesmo seu trabalho na área social escapa da artilharia dos adversários dos Neves. Para muitos, a presidência do Servas, umbilicalmente ligado ao governo de Minas, seria uma forma de Andrea Neves permanecer no aparelho de Estado e participar da gestão de Antonio Anastasia, mesmo sem um cargo formal. Mais do que isso: seria uma maneira de Aécio manter uma mão, nem tão invisível assim, no governo de seu sucessor.
Andrea Neves sempre foi uma das pessoas mais próximas de Aécio. Essa ligação ficou ainda mais forte a partir de 2002, quando ele assumiu o governo de Minas Gerais. Além de comandar toda a estrutura de comunicação do Estado, ela passou a ter uma ascendência ainda maior na administração da agenda pessoal e política do irmão.
“Ela é a protetora da reputação de Aécio e tem enorme influência sobre seu comportamento e postura. Andrea é o freio de um carro sempre a duzentos por hora”, diz um ex-ministro, afeito às coisas de Minas.
Envolvimento dos irmãos Neves na Lava Jato
O pagamento de uma comissão de R$ 4,6 milhões ao doleiro Alberto Youssef, numa operação que envolveu a Cemig, até recentemente a joia da coroa tucana de Aécio Neves, Andreia Neves e Anastasia, o trio citados pelo Doleiro Alberto Youssef, e pelo policial federal Jayme Alves de Oliveira Filho, conhecido como Careca, presos na Operação Lava Jato.
A transação foi classificada como suspeita pelo juiz Sérgio Moro, mas não se pediu nenhum esclarecimento adicional, justamente por não tratar da Petrobras; ocorre que o juiz Moro não tem competência legal para investigar a Petrobras, sediada no Rio de Janeiro, mas sim o doleiro Youssef, que é do Paraná; foco na Petrobras sinaliza viés político
Trata-se do inquérito 5045104-39.2014.404.7000. Eis o que escreveu Sergio Moro a respeito:
A Investminas Participações S/A confirmou, em petição de 21/10/2014 (evento 18) pagamento de 4.600.000,00 (R$ 4.317.100,00 líquidos) à MO Consultoria. Alegou que remunerou conta indicada por Alberto Youssef em decorrência de intermediação e serviços especializados deste na venda de suas ações na Guanhães Energia S/A para a Light Energia S/A, com intervenção a CEMIG Geração e Transmissão S/A. Juntou como prova os contratos e notas fiscais pertinentes, todos com suspeita de terem sido produzidos fraudulentamente. Alegou que Alberto Youssef seria ‘empresário que, à época, detinha conhecimento do setor elétrico e reconhecida expertise na área de assessoria comercial’. Aparentemente, trata-se de negócio que, embora suspeito, não estaria relacionado aos desvios na Petrobras.
A revista Época foi a primeira a levantar a suspeita do envolvimento do Governo Tucano. Em uma reportagem no mês de Outubro de 2014, a revista fala sobre os pagamentos à consultoria “de fachada do doleiro Alberto Youssef”, seriam para pagar propina a políticos e funcionários públicos.
Em um trecho, diz o texto: “Seguindo o caminho do dinheiro de Youssef, a PF e uma possível CPI chegarão não apenas ao passado da Petrobras, mas também ao presente. Em 19 de setembro de 2012, a Investminas, do empresário Pedro Paulo Leoni Ramos, conhecido como PP, depositou R$ 4,3 milhões na conta da MO Consultoria – empresa de fachada usada pelo doleiro Youssef”.
O cunhado e o primo, e suas ligações perigosas com o CEMIG
Luiz Márcio Haddad Pereira Santos, cunhado de Aécio, é diretor técnico do Sebrae-MG e vice-presidente da Fundação Biodiversitas, que desenvolve projetos ambientais para a Cemig e outros órgãos do governo de Minas.
Frederico Pacheco de Medeiros, primo de Aécio é diretor da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), ambos foram coordenadores de logística da campanha do tucano a presidente.
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