Especialistas ouvidos pelo GLOBO concordam que os candidatos Aécio Neves e Dilma Rousseff apostaram em ataques pessoais e desconstrução moral do adversário como principal tática no debate do SBT.
Enquanto a petista acusava o tucano de empregar parentes e insinuava que ele tenha dirigido alcoolizado, ele respondia relembrando as denúncias de corrupção na Petrobras e chamando-a de mentirosa.
O objetivo dessa estratégia é rebaixar o outro. Não se trata de ganhar um voto para si, mas de fazer o outro perder voto, como ficou claro pelo aumento dos índices de rejeição de Aécio nas pesquisas afirmou Wagner Mourão, cientista político da Unicamp, referindo-se às últimos pesquisas de Ibope e Datafolha.
Sobre a ausência de temas programáticos, os especialistas afirmam que o formato dos debates do segundo turno não favorece o debate de temas nacionais. No primeiro turno, a presença de candidatos nanicos forçava os candidatos favoritos a se posicionar sobre tópicos como homofobia, aborto e maioridade penal. Agora, em embate direto, nenhum dos dois puxou tais assuntos para a discussão.
Na propaganda eleitoral até se vê propostas, mas a tendência é que os debates sejam basicamente de embate pessoal disse o cientista político Cláudio Gonçalves Couto, da PUC-SP.
Para Couto, nenhum dos candidatos conquista votos em um embate com tom tão acusatório.
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