Dor ao evacuar e desconforto na região anal podem ser resultado de um problema comum chamado fissura anal. Por constrangimento, muitas pessoas não procuram um médico para tratar a questão o que acaba agravando o quadro. “A maioria das pessoas não quer falar sobre as fissuras anais. Sentem-se constrangidas”, ressalta o cirurgião Silvio Gabor.
Causas
Segundo o especialista, qualquer trauma no canal anal pode causar uma fissura. “Nas mulheres, a gravidez é uma causa comum para o aparecimento das fissuras anais, principalmente quando a mulher sofre com prisão de ventre”, completa. Coito anal, constipação crônica ou diarreia também estão entre as causas das fissuras anais.
Tipos
As fissuras são classificadas em agudas e crônicas. A aguda costuma cicatrizar entre seis e oito semanas, enquanto a crônica não cicatriza devido a formação de um tecido endurecido, conhecido por fibrose, dentro e ao redor da ferida.
Sintomas
O principal sintoma da presença de uma fissura anal é dor aguda ou queimação durante a evacuação. “A agonia resultante desse processo pode levar as pessoas adiarem a evacuação, o que só complica as coisas, tornando mais difícil a passagem das fezes”, afirma Gabor.
Além da dor, outro sintoma da fissura anal é a presença de sangue vermelho brilhante no papel higiênico ou no vaso depois de uma evacuação. De acordo com o especialista, essas feridas são comumente confundidas com hemorroidas, que ao contrário de fissuras, não causam dor durante e logo após as evacuações.
Tratamento
Em alguns casos de fissura aguda, a cicatrização acontece naturalmente e não é preciso recorrer a nenhum tipo de tratamento específico. As principais recomendações médicas em caso de fissura anal são banho de assento por duas ou três vezes por dia e almofada de aquecimento morno para sentar. “O calor aumenta o fluxo de sangue para o ânus e auxilia a cura da ferida”, explica Gabor.
Ainda de acordo com o médico, pessoas com fissuras anais devem limpar a área apenas com água porque o uso de sabonete pode secar o revestimento do canal anal. “Hidratar o esfíncter anal com um lubrificante neutro, como o óleo de coco, aplicado várias vezes ao dia e ao deitar também pode ser útil. A dor pode ser aliviada com um analgésico oral”, completa.
Em alguns casos de fissura crônica, é preciso recorrer a uma cirurgia para remover o tecido comprometido. “A remoção deve incluir não só a ferida (fissura), como também o tecido fibrótico (cicatriz endurecida) ao seu redor”, diz o especialista.
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