O antropólogo Tomás Tarquínio e o advogado Vitório Sorotink são dois dos brasileiros que aparecem na lista da embaixada do País no Chile. Presos no Estádio Nacional, foram agredidos e interrogados pelos militares chilenos alguns dias depois do golpe que instaurou uma ditadura militar no Chile.
Ex-militantes estudantis, os dois foram parar em Santiago logo depois do Ato Institucional número 5, que endureceu ainda mais a ditadura brasileira.
"Até o golpe de 1973, o Chile era um local de refúgio", conta Sorotink. Depois do golpe, no entanto, boa parte dos brasileiros foi parar no Estádio Nacional e no Estádio Chile, transformados em prisão temporária.
Tarquínio foi preso em 13 de setembro, dois dias depois do golpe. Apanhou durante alguns dias para servir de "exemplo", por ser estrangeiro, antes de ser levado ao Estádio Nacional. "Eram tantos presos que eles não sabiam mais onde colocar. Por isso levaram para o estádio. Bastava ser estrangeiro para ser levado", conta.
No estádio, eles tiveram contato com os militares brasileiros enviados ao Chile para ajudar nas torturas. Mais tarde, alguns prisioneiros, sem interesse imediato para os chilenos, foram despachados para campos de exilados das Nações Unidas. De lá, a maioria conseguiu sair para um outro exílio. Tarquínio foi para a França; Sorotink, para a Suíça. / L. P.
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