No dia 26 de outubro, a Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro votou o relatório final da CPI que apurou as irregularidades cometidas na Loterj. O relatório propõe o indiciamento, por vários crimes, do bicheiro goiano Carlinhos Cachoeira e do ex-presidente da Loterj, Waldomiro Diniz, bem como a prisão preventiva de ambos.
Os 58 deputados presentes em plenário, dentre eles sete dos oito membros da bancada do PT, aprovaram o relatório por unanimidade.
Participei da CPI por indicação da bancada do PT. O partido tinha direito a duas vagas mas, infelizmente, nenhum outro membro da bancada se considerou em condições de participar, mesmo aqueles que na, na CPI do Propinoduto, haviam se apresentado voluntariamente para integrá-la. E foi como tarefa partidária que assumi um lugar na Comissão, já que minha participação, inclusive por ser o único da bancada, trouxe dificuldades para o exercício de meu mandato – minhas atividades como presidente da Comissão Especial de Combate ao Trabalho Precarizado, por exemplo, foram substancialmente afetadas pelo pouco tempo de que dispunha.
O resultado final da CPI não me satisfez integralmente, até porque analisamos dois temas absolutamente distintos – além da Loterj, também se apurava irregularidades no Rioprevidência,o fundo de pensão dos servidores públicos estaduais. Houve falhas que apontei quando da votação do relatório na Comissão.Uma delas a ausência de testemunhas importantes, como de Hugo Leal, ex-presidente do Rioprevidência no governo Garotinho. Apesar de ter seu nome aprovado por unanimidade na Comissão no início dos trabalhos, em março, Hugo Leal não compareceu. Com isso, impediu que episódios importantes como a compra de CDBs e a licitação e venda de ações da Eletrobrás pelo Rioprevidência, fossem corretamente analisados.
Mas o trabalho da CPI trouxe resultados positivos para os quais contribuíram não só os membros da Comissão, mas a população que pôde acompanhar os trabalhos em tempo real, transmitidos ao vivo pela TV Alerj. A CPI conseguiu realizar algo que muitos consideravam impossível – a acareação entre Waldomiro Diniz e Carlos Cachoeira, com a qual conseguimos levantar dados concretos, informações e provas que justificaram pedir ao Ministério Público o indiciamento e a prisão preventiva dos dois principais personagens. Um resultado muito distante de CPIs que terminaram em pizza e que, em alguns casos, sequer terminaram.
A presença do PT na Comissão foi importante para evitar que se cometessem injustiças, como a que se pretendia perpetrar contra um funcionário de carreira da Caixa Econômica Federal, ameaçado de ser indiciado por formação de quadrilha.
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