O pré-candidato do PT à prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad, afirmou, em entrevista ao portal Terra nesta quarta-feira, que o paulistano quer um prefeito que cumpra o seu mandato, numa crítica indireta ao pré-candidato do PSDB, José Serra. O tucano deixou a prefeitura da capital em 2006 para concorrer ao governo do estado, apesar de ter prometido durante as eleições que concluiria o mandato, e deixou o cargo de governador em 2010 para disputar a Presidência da República. Na entrevista, Haddad também admitiu que estava constrangido com as conversas de uma possível aliança do PT com o PSD do prefeito Gilberto Kassab na campanha da capital.
O ex-ministro da Educação citou vários problemas da atual administração, entre eles a falta de grandes obras públicas e a construção de corredores de ônibus, para depois dizer que a população quer um governante que pense a longo prazo.
- A cidade de São Paulo quer um prefeito que cumpra o seu mandato, que tenha um horizonte de desenvolvimento urbano de mais longo prazo - afirmou.
A possibilidade de Serra ser candidato à Presidência em 2014 também foi abordada por Haddad.
- Há quem diga que disputará em 2014. Quer dizer, nem realizada a eleição de 2012 já pensam na questão nacional. Temos que nos preocupar com a cidade - afirmou.
Ao falar sobre alianças para um eventual segundo turno, Fernando Haddad fez referência à carta entregue por José Serra ao PSDB na terça-feira, em que confirma a intenção de ser pré-candidato. Na carta, o tucano diz que a eleição desse ano será uma disputa “entre duas visões distintas de Brasil”, dando um tom nacional à disputa.
- (A busca por alianças no segundo turno) Vai se desdobrar naturalmente, não oferecendo uma outra visão de país, mas outra visão de cidade. Estamos interessados na cidade e não já pensando em um segundo passo, pensando o que seria de mim em 2014, ou o que seria de um indivíduo em 2014 - disse.
Haddad admitiu que as conversas sobre uma possível aliança do PT com o PSD - que acabou decidindo apoiar Serra - não lhe deixavam confortável e incomodavam a maioria dos militantes.
- Incomodou muito a militância e teve até episódios constrangedores, como no aniversário de 32 anos do partido. A maioria dos filiados era refratária a essa posição. Como dependo da militância, eu também estava me sentindo desconfortável. Agora, de certa maneira, as coisas estão mais alinhadas - afirmou.
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