O nome Bonde do Tigrão hoje em dia soa distante aos ouvidos cariocas. Mas o trio de funkeiros da Cidade de Deus, que explodiu há dez anos com o hit “Cerol na mão”, continua na ativa e cumpre uma agenda lotada de shows no Brasil e no exterior. Enquanto ninguém ouvia falar dele por aqui, o bonde se apresentou na Europa, em Angola e até no Japão. Mas desde 2003, quando foi excluído do cenário musical do Rio, o grupo cultiva apenas um objetivo: reconquistar o berço do funk.
Hoje é uma questão pessoal poder voltar ao Rio, diz o vocalista Leandro, que atribui o afastamento do grupo a uma máfia: O funk carioca está muito manipulado e burocrático. Como não queríamos entrar no esquema, muitas portas se fecharam e acabamos desvalorizados naquela época. Por isso, optamos por fortalecer nosso nome de fora para dentro.
Mas antes de desbravar o país e cativar fãs em 15 estados brasileiros, o grupo passou por uma fase complicada.
Foram meses e meses em casa, sem fazer shows. Até pensamos em desistir. Só não passamos dificuldades financeiras por conta do que tínhamos ganhado no início da carreira — explica Leandro.
Hoje, o Bonde do Tigrão contabiliza quatro discos gravados, meio milhão de cópias vendidas e faz uma média de cinco shows por semana, todos fora do Rio.
— Às vezes, a gente precisa pegar jatinho para se apresentar em dois estados no mesmo dia — diz Leandro, que não esconde a vontade de voltar a fazer shows na cidade natal: — É a nossa casa. Queremos ficar firmes por aqui.
A nova aposta do grupo para reconquistar os palcos cariocas é o DVD que os funkeiros vão gravar em agosto, com efeitos especiais e uma mistura de antigos sucessos e novas canções.
Vamos fazer algo que nunca foi visto no mundo do funk. Terá jogo de luzes, fogos de artifício e um corpo de bailarinas no palco. Tenho fé em Deus que esse será o pontapé inicial para a nossa volta.
Nenhum comentário:
Postar um comentário