ENSINO PÚBLICO
AVALIAÇÃO PREOCUPA PAIS E EDUCADORES
Teste mostra que cidades do Vale estão longe de padrão ideal; Estado admite necessidade de revisão de metodologias
FILIPE MANOUKIAN
SÃO JOSÉ DOS CAMPOS
Prestes a ingressar na faculdade, adolescentes de 16 das 39 cidades do Vale do Paraíba mostraram desempenho no ano passado considerado “insuficiente” pelo próprio governo, segundo avaliação do Idesp (Índice de Desenvolvimento da Educação de São Paulo) de 2010. A lista é encabeçada por Lavrinhas, que, numa escala de 0 a 10, apresentou nota de 1,01, segundoo índice.
Cachoeira Paulista, Paraibuna, Ubatuba, Ilhabela, Guaratinguetá e Cruzeiro são algumas das outras cidades da região que apresentaram índices abaixo, inclusive, da média do Estado, que foi de 1,81 (veja quadro nesta página). O padrão ideal, defendido até pelo governo estadual, é que as escolas atinjam média 7 no Idesp, índice praticado em países desenvolvidos, como Finlândia e no Reino Unido, por exemplo.
O Idesp combina resultados de avaliações de matemática e língua portuguesa aplicadas aos alunos durante o ano e dados de aprovação, reprovação ou abandono,
para avaliar a qualidade do ensino público na rede estadual paulista.
Nas outros 23 municípios da região que não ficaram abaixo da média do Estado, os resultados também não impressionam (leia texto nesta página).
Justificativa
O secretário de Educação do Estado, Herman Voorwald,em nota, afirmou que técnicos da pasta estão analisando os baixos índices obtidos. No entanto, ele afirmou que “não há como dissociar o recuo desses indicadores de desempenho da necessidade de mais professores efetivos para a rede estadual de ensino, uma
vez que a rotatividade de docentes prejudica o aprendizadodos alunos”.
Ele disse ainda que “pouco depois de nomear cerca de 9.300 professores logo no inicio desta gestão, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) autorizou a contratação de mais 25 mil docentes”.
Aprovação
Para combates os índices baixos, o secretário defende uma revisão no modelo de progressão continuada, mas não sua extinção, como defendem alguns especialistas em educação. Hoje, estudantes só são reprovados ao final de dois ciclos do ensino fundamental, o que colaboraria para o déficit de aprendizado apresentado no ensino médio. A ideia de Voorwald é ampliar o número de ciclos de reprovação aos alunos. No que diz respeito ao ensino fundamental, o Idesp do
ano passado apontou números ainda mais preocupantes - 18 cidades da região ficaram abaixoda média estadual.
Nove cidades (Lavrinhas, Cachoeira Paulista, Paraibuna, Cruzeiro, Guará, Natividade da Serra, Piquete, Ubatuba e Redenção da Serra) registraram índices ruins, abaixo da média do Estado, tanto no ensino fundamental, como no médio.
Avaliação
Para o professor da Unitau (Universidade de Taubaté) Mauro Castilho Gonçalves, especialista em educação, os números ruins da região se devem à falta de organização do currículo do ensino médio. “Existe uma clássica e histórica indefinição do ensino médio no Brasil. Não se sabe se ele dá uma formação geral ou
técnica ao aluno”, disse.
Para o especialista, o resultadodo Idesp deve ser avaliado como prioridade no planejamento de políticas públicas. “Os índices são preocupantes”, afirmou o professor.
CONTRAPONTO
Cidades se destacam no ensino fundamental
São Bento do Sapucaí, São Luís do Paraitinga e Caraguatatuba foram as cidades que conquistaram os melhores resultados na avaliação do Idespde 2010 na região.
São Bento, cidade com pouco mais de 10 mil habitantes, fez a melhor média no ensino fundamental,com 2,98. A média do Estado foi de 2,52 neste caso. Caraguá, com 100 mil habitantes, também obteve índice de 2,98. No ensino médio, o melhor município da região foi São Luís do Paraitinga (também 10 mil oradores),com 2,52. São Bento vem logo atrás, com média de 2,41 no Idesp.
Ideal
Entretanto, mesmo os resultados das três cidades estão longe do nível considerado como ideal. A Secretaria de Educação do Estado propôs como meta, em um período de 20 anos, para que todas as cidades de São Paulo cheguem aos índices praticados na Finlândia e no Reino Unido. Queda. De 2009 para 2010, porém, houve redução nos números da avaliação. No ensino fundamental, o Idesp recuou de 2,84 em 2009 para 2,52 ano passado e no ensino médio o recuo foi de 1,98 para 1,81.
PIORES CIDADES
LAVRINHAS: 1,01
CAC.PAULISTA: 1,20
AREIAS: 1,21
CANAS: 1,29
BANANAL: 1,38
POTIM: 1,44
SÃO J.DO BARREIRO: 1,53
PARAIBUNA: 1,54
UBATUBA: 1,55
ILHABELA: 1,55
PIQUETE: 1,57
CAMPOS DO JORDÃO: 1,64
GUARATINGUETÁ: 1,69
CRUZEIRO: 1,72
REDENÇÃODASERRA: 1,75
NAT.DASERRA: 1,80
FRASES
“Não há como dissociar o recuo desses indicadores da necessidade de mais professores efetivos para a rede estadual de ensino”
HERMAN VOORWALD (SECRETÁRIO DE EDUCAÇÃO)
“Existe uma clássica e histórica indefinição do ensino médio no Brasil. Não se sabe se ele dá uma formação geral ou técnica ao aluno. Os índices do
Idesp na região são preocupantes”
MAURO CASTILHO GONÇALVES (PROFESSOR DA UNITAU)
FILIPE MANOUKIAN
SÃO JOSÉ DOS CAMPOS
Prestes a ingressar na faculdade, adolescentes de 16 das 39 cidades do Vale do Paraíba mostraram desempenho no ano passado considerado “insuficiente” pelo próprio governo, segundo avaliação do Idesp (Índice de Desenvolvimento da Educação de São Paulo) de 2010. A lista é encabeçada por Lavrinhas, que, numa escala de 0 a 10, apresentou nota de 1,01, segundoo índice.
Cachoeira Paulista, Paraibuna, Ubatuba, Ilhabela, Guaratinguetá e Cruzeiro são algumas das outras cidades da região que apresentaram índices abaixo, inclusive, da média do Estado, que foi de 1,81 (veja quadro nesta página). O padrão ideal, defendido até pelo governo estadual, é que as escolas atinjam média 7 no Idesp, índice praticado em países desenvolvidos, como Finlândia e no Reino Unido, por exemplo.
O Idesp combina resultados de avaliações de matemática e língua portuguesa aplicadas aos alunos durante o ano e dados de aprovação, reprovação ou abandono,
para avaliar a qualidade do ensino público na rede estadual paulista.
Nas outros 23 municípios da região que não ficaram abaixo da média do Estado, os resultados também não impressionam (leia texto nesta página).
Justificativa
O secretário de Educação do Estado, Herman Voorwald,em nota, afirmou que técnicos da pasta estão analisando os baixos índices obtidos. No entanto, ele afirmou que “não há como dissociar o recuo desses indicadores de desempenho da necessidade de mais professores efetivos para a rede estadual de ensino, uma
vez que a rotatividade de docentes prejudica o aprendizadodos alunos”.
Ele disse ainda que “pouco depois de nomear cerca de 9.300 professores logo no inicio desta gestão, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) autorizou a contratação de mais 25 mil docentes”.
Aprovação
Para combates os índices baixos, o secretário defende uma revisão no modelo de progressão continuada, mas não sua extinção, como defendem alguns especialistas em educação. Hoje, estudantes só são reprovados ao final de dois ciclos do ensino fundamental, o que colaboraria para o déficit de aprendizado apresentado no ensino médio. A ideia de Voorwald é ampliar o número de ciclos de reprovação aos alunos. No que diz respeito ao ensino fundamental, o Idesp do
ano passado apontou números ainda mais preocupantes - 18 cidades da região ficaram abaixoda média estadual.
Nove cidades (Lavrinhas, Cachoeira Paulista, Paraibuna, Cruzeiro, Guará, Natividade da Serra, Piquete, Ubatuba e Redenção da Serra) registraram índices ruins, abaixo da média do Estado, tanto no ensino fundamental, como no médio.
Avaliação
Para o professor da Unitau (Universidade de Taubaté) Mauro Castilho Gonçalves, especialista em educação, os números ruins da região se devem à falta de organização do currículo do ensino médio. “Existe uma clássica e histórica indefinição do ensino médio no Brasil. Não se sabe se ele dá uma formação geral ou
técnica ao aluno”, disse.
Para o especialista, o resultadodo Idesp deve ser avaliado como prioridade no planejamento de políticas públicas. “Os índices são preocupantes”, afirmou o professor.
CONTRAPONTO
Cidades se destacam no ensino fundamental
São Bento do Sapucaí, São Luís do Paraitinga e Caraguatatuba foram as cidades que conquistaram os melhores resultados na avaliação do Idespde 2010 na região.
São Bento, cidade com pouco mais de 10 mil habitantes, fez a melhor média no ensino fundamental,com 2,98. A média do Estado foi de 2,52 neste caso. Caraguá, com 100 mil habitantes, também obteve índice de 2,98. No ensino médio, o melhor município da região foi São Luís do Paraitinga (também 10 mil oradores),com 2,52. São Bento vem logo atrás, com média de 2,41 no Idesp.
Ideal
Entretanto, mesmo os resultados das três cidades estão longe do nível considerado como ideal. A Secretaria de Educação do Estado propôs como meta, em um período de 20 anos, para que todas as cidades de São Paulo cheguem aos índices praticados na Finlândia e no Reino Unido. Queda. De 2009 para 2010, porém, houve redução nos números da avaliação. No ensino fundamental, o Idesp recuou de 2,84 em 2009 para 2,52 ano passado e no ensino médio o recuo foi de 1,98 para 1,81.
PIORES CIDADES
LAVRINHAS: 1,01
CAC.PAULISTA: 1,20
AREIAS: 1,21
CANAS: 1,29
BANANAL: 1,38
POTIM: 1,44
SÃO J.DO BARREIRO: 1,53
PARAIBUNA: 1,54
UBATUBA: 1,55
ILHABELA: 1,55
PIQUETE: 1,57
CAMPOS DO JORDÃO: 1,64
GUARATINGUETÁ: 1,69
CRUZEIRO: 1,72
REDENÇÃODASERRA: 1,75
NAT.DASERRA: 1,80
FRASES
“Não há como dissociar o recuo desses indicadores da necessidade de mais professores efetivos para a rede estadual de ensino”
HERMAN VOORWALD (SECRETÁRIO DE EDUCAÇÃO)
“Existe uma clássica e histórica indefinição do ensino médio no Brasil. Não se sabe se ele dá uma formação geral ou técnica ao aluno. Os índices do
Idesp na região são preocupantes”
MAURO CASTILHO GONÇALVES (PROFESSOR DA UNITAU)
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