GACC - Grupo de Assistência à Criança com Câncer

GACC - Grupo de Assistência à Criança com Câncer
Desde o início de suas atividades, em 1996, o GACC - então Grupo de Apoio à Criança com Câncer - existe para aumentar a expectativa de vida e garantir a oferta e a qualidade global do tratamento oferecido integral e indistintamente a crianças e jovens com câncer, diagnosticados com idades entre 0 e 19 anos incompletos, independente de sexo, cor, religião ou posição socioeconômica.

domingo, 21 de fevereiro de 2016

Como o PMDB do Rio se tornou boia de salvação de Dilma

Dilma ao lado de Pezão, em obras do metrô do Rio em 2015; Estado se beneficia de mais recursos da União na última década

O deputado federal Leonardo Picciani foi reeleito nesta quarta-feira à liderança do PMDB na Câmara dos Deputados, em uma vitória de Dilma Rousseff - e em mais um indicativo da importância do PMDB do Rio de Janeiro, ao qual Picciani pertence, para sustentar o governo da presidente.
Bombardeada por todos os lados, Dilma encontrou no PMDB fluminense seu principal apoio político contra o impeachment.
O governador Fernando Pezão, o prefeito da capital, Eduardo Paes, e o clã Picciani se tornaram fiéis soldados na luta pela manutenção do mandato da presidente.
A vitória de Picciani é fundamental para Dilma, pois são os líderes dos partidos que escolhem os membros da comissão especial da Câmara que emitirá um parecer recomendando ou não a abertura de um processo de impeachment contra a presidente – e o PMDB é o partido com direito a mais indicações, ao lado do PT (oito cada).
Foi tamanha a importância dessa disputa que o secretário de governo de Paes, Pedro Paulo Carvalho, e o secretário estadual de Esporte e Lazer, Marco Antônio Cabral (filho do ex-governador Sérgio Cabral), foram exonerados de seus cargos para reassumirem seus mandatos de deputado e votarem em Picciani. Passada a eleição, voltarão a seus cargos. O ministro da Saúde, Marcelo Castro, indicado por Picciani, fará o mesmo.
Na visão de analistas políticos, o apoio à administração federal petista reflete uma perene aliança que tem trazido benefícios para os dois lados desde 2007, quando Cabral assume o governo do Rio pela primeira vez e forja uma relação bastante próxima com o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Dados do Tesouro Nacional revelam uma explosão nos repasses de recursos voluntários da União para o Rio de Janeiro a partir da aliança Lula-Cabral (veja os números ao longo desta reportagem).
E em tempos de forte crise financeira, a parceria se mostra mais uma vez vantajosa para o Rio – o governo Dilma acaba de autorizar que o Estado contraia dívida de R$ 3,5 bilhões a longo do ano. A primeira parcela, de R$ 1 bilhão, deve ser liberada em breve pelo Banco do Brasil.
O cientista político Geraldo Tadeu Monteiro, do Iuperj (Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro), observa que, após a redemocratização do país, com a administração José Sarney (1985-1990), quase sempre o governo do Rio esteve em oposição ao governo federal, o que prejudicou o Estado em termos de captação de recursos federais.
Foto: Reuters: Presidente Dilma Rousseff tem histórico de rivalidade com o presidente da Câmara Eduardo Cunha
Isso mudou substancialmente com a eleição de Cabral, que antes era um forte crítico de Lula, mas passou a apoiá-lo no segundo turno da eleição de 2006, quando o petista se reelegeu presidente.
"Desde então, o Rio passou a ser beneficiado enormemente com vários convênios e acordos com o governo federal, não só para a Olimpíada e a Copa do Mundo, mas também obras do PAC, do programa Minha Casa, Minha Vida", nota Monteiro.
"E, internamente, a aliança deu frutos tanto ao PMDB, como ao próprio PT, que ampliou a sua presença política no Estado, elegendo vários prefeitos, como em Niterói, com apoio do Cabral. Houve uma aliança política muito proveitosa para ambos os lados", resume.
E a "sorte" de Dilma, ressalta o professor do Iuperj, é que o PMDB do Rio é a seção mais forte dentro do partido – não só detém o governo e a Prefeitura da capital, como elegeu o maior número de deputados federais dentro da legenda (9). "Isso contrabalança a influência de setores antidilmistas dentro do partido", afirma.

Mudança de lado

Curiosamente, a principal oposição à presidente parte justamente de outra liderança do PMDB do Rio, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, responsável por deflagrar o trâmite do impeachment.
No entanto, Cunha foi alvo de uma série de denúncias de corrupção no ano passado, o que acabou levando à diminuição da sua influência dentro do PMDB.
O próprio clã Picciani esteve ao seu lado nas eleições de 2014, contra Dilma, apoiando o candidato tucano Aécio Neves, mas o abandonou após as denúncias.
Leonardo Picciani, que foi eleito líder da bancada do PMDB no ano passado com apoio de Cunha, depois se tornou principal interlocutor do governo dentro da Câmara, tendo indicado os ministros da Saúde, Marcelo Castro, e da Ciência e Tecnologia, Celso Pansera.
Cunha tentou, sem sucesso, tirar a liderança do partido de Picciani apoiando a candidatura (derrotada nesta quarta-feira) do jovem deputado Hugo Motta (PMDB-PB).
"O grupo do Picciani é muito pragmático. Quando a situação de Cunha ficou insustentável, ele viu que a única possibilidade de se fortalecer era aderindo ao governo", afirma a deputada Clarissa Garotinho (PR-RJ), adversária política do clã.
Picciani justifica seu voto em Aécio em 2014 ao fato de o PT ter lançado a candidatura de Lindberg Farias ao governo do Rio contra a reeleição de Pezão – o governador, porém, manteve seu apoio a Dilma junto com Paes.
"O que nos une ao governo (agora) é o princípio de que a presidenta venceu as eleições legitimamente, inclusive contra o meu voto, por decisão da maioria, e isso deve ser respeitado", afirmou Picciani à BBC Brasil.
Foto: Agência Brasil: Picciani é aposta do governo para se reeleger líder do PMDB na Câmara, e assim ter papel importante na escolha dos membros da comissão especial sobre impeachment

'Distorção'

O deputado reconhece que o Rio se beneficiou da parceria entre os governos e diz que isso é uma correção de uma "distorção do passado".
"É inegável que o Rio de Janeiro foi muito prejudicado durante anos por conta de brigas políticas. Os políticos se desentendiam, e o Estado perdia oportunidade."
"Acho que a partir do governo Cabral isso foi reposicionado da forma como deve ser. O Rio de Janeiro é a segunda maior economia do país, tem uma população de quase 17 milhões de brasileiros e deve ser tratado com essa dimensão", acrescentou.
Em nota, o governo do Rio de Janeiro divulgou posicionamento semelhante: "O Estado viveu um isolamento político durante décadas, que impedia o seu desenvolvimento econômico e social. As transformações, iniciadas há nove anos e dois meses, só foram possíveis por causa da união das três esferas de governo".
O comunicado destaca ainda a importância dessa parceria para enfrentar a atual crise: "Apesar da realidade econômica, tanto o Estado do Rio quanto a União vêm fazendo um grande esforço para manter todas as conquistas. São grandes os desafios pela frente, mas o avanço só é possível se houver integração".
O Palácio do Planalto não quis se manifestar, e a Prefeitura o Rio não retornou até o fechamento desta reportagem.

Alta de 420%

As transferências discricionárias (que não são obrigatórias) da União para o Estado do Rio cresceram 420% no segundo mandato de Lula (2007-2010) em comparação ao primeiro (2003-2006), passando de R$ 755,8 milhões para R$ 3,9 bilhões, de acordo com dados do Tesouro Nacional, atualizados pela inflação.
A alta – registrada exatamente no primeiro governo Cabral – foi bem superior à média dos outros Estados, já que o total desses repasses para o conjunto das unidades federativas cresceu no mesmo período 111%, para R$ 46,7 bilhões.
Com isso, a fatia do Rio nas transferências voluntárias da União para Estados pulou de 3,4% para 8,4%.
No primeiro mandato de Dilma Rousseff (2011-2014), os repasses para o Rio recuaram (R$ 2,9 bilhões), mas se mantiveram bem acima do patamar anterior à administração Cabral, representando ainda 6,8% do total repassado aos Estados (R$ 42,6 bilhões).
O Ministério da Fazenda informou que não tinha dados prontos quantos aos repasses para a Prefeitura do Rio e por isso não poderia disponibilizá-los antes do fechamento desta reportagem.

Eleições e Olimpíada

Dois eventos importantes que ocorrem neste ano – eleições municipais e Olimpíada – também têm um papel importante na aliança entre a administração Dilma e o PMDB do Rio.
Paes lançou como candidato a sucedê-lo seu secretário de governo, Pedro Paulo Carvalho, apesar das denúncias de agressão contra sua ex-mulher. A escolha tem sido alvo de muitas críticas, mas a expectativa é de que o PT mantenha seu apoio ao candidato, o que já foi sinalizado publicamente pelo presidente estadual do partido, Washington Quaquá.
Fora isso, o sucesso da Olimpíada é de interesse das três esferas de governo. Os dados mais atualizados, de agosto de 2015, indicam que no total serão investidos cerca de R$ 38 bilhões na realização da competição, somando gastos com infraestrutura, com instalações esportivas, entre outros. Parte dos recursos vem da iniciativa privada e parte dos governos municipal, estadual e federal.
Empréstimos concedidos pelo governo federal à Prefeitura do Rio para obras de legado (urbanização, saneamento e mobilidade urbana) somam cerca de R$ 7,3 bilhões, informou a Secretaria Municipal de Fazenda. Eles serão pagos em até 20 anos.
Além disso, ainda de acordo com o órgão, a União está investindo de recursos próprios R$ 3,1 bilhões, dos quais 55% já foram pagos ou liberados. Esses investimentos envolvem também obras de urbanização e mobilidade, mas o grosso se destina aos parques olímpicos da Barra e Deodoro (R$ 1,7 bilhão).

São Bernardo: Como 'bastião do lulismo' se tornou uma das grandes vítimas da crise

O retrato de Luiz Inácio Lula da Silva pendurado acima da mesa do presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC (SMABC), Rafael Marques, não deixa dúvidas sobre a importância simbólica do ex-presidente para esse sindicalista e a instituição que ele preside.
Na parede da frente, outro retrato: o da greve de 1990 na Ford, que Marques ajudou a organizar um ano depois da derrota de Lula para Fernando Collor na corrida pela Presidência.
“Foi nessa greve que conheci Lula”, lembra o sindicalista. “Ele queria encontrar alguns militantes, tinha ouvido falar que havia uma molecada nova à frente do movimento. Até hoje ele mora aqui em São Bernardo (do Campo, na Grande SP), mas na época vivia pertinho do sindicato, então fui até lá.”
Berço dos Partidos dos Trabalhadores (PT) e do movimento sindical que deu a Lula projeção nacional no início dos anos 80, a cidade de São Bernardo juntamente com toda a região do ABC paulista está sendo duramente impactada pela recessão econômica em função da forte participação da indústria e, em especial, do setor automobilístico, na economia local.
E em poucos lugares fica tão evidente como isso complica o desafio do PT de vencer a atual crise de popularidade que atinge o partido como na sede do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC.
Marques garante que o apoio ao PT ainda é grande entre metalúrgicos - e que é dos movimentos de trabalhadores que sairá uma reação forte de apoio ao governo caso a possibilidade de um impeachment volte a assombrar a Presidência. “Nas manifestações (anti-impeachment) de dezembro lotamos 40 ônibus”, conta.
No andar de baixo do prédio do sindicato, porém, a poucos metros da antiga sala ocupada por Lula, as opiniões se dividem entre dezenas de metalúrgicos que acabaram de ser demitidos de empresas espremidas pela queda das vendas.

Críticas

“O PT e o Lula traíram os trabalhadores. Mostraram que esse é um partido corrupto como outro qualquer”, diz um jovem soldador, cortado recentemente de uma empresa junto com outros 40 trabalhadores. “Foi uma pouca vergonha o que fizeram com o país”, reforça um colega, pedindo para não ser identificado.
“Confiamos nessas pessoas (do PT), o José Dirceu, mesmo o Lula, então não tem como não ficar decepcionado com essa corrupção e essa crise econômica. Hoje não é difícil encontrar entre metalúrgicos quem esteja descontente”, concorda Isael Ferreira, de 50 anos, demitido de uma fábrica de ferramentas.
Lula em greve de metalurgicos no ABC.
Certamente, também há um grande número de filiados ao sindicato alinhados com Marques. Para Itamiro Gonçalvez, por exemplo, o ressentimento com o PT é coisa de gente “mais jovem” ou que “não se lembra de como era antes (de o partido assumir o governo)”.
“Consegui avançar muito na minha vida na época do Lula. Comprei casa, dois carros, não posso reclamar”, diz Gonçalves, demitido após 20 anos na mesma empresa. "A crise, afinal, está atingindo diversos países e temos de ter confiança que logo será superada."
Roberto Rodrigues, de 26 anos – meio oficial de torneiro mecânico em uma fornecedora da Petrobras – tem uma opinião semelhante. Na sua empresa, foram dispensados cerca de 300 funcionários. Seu pai, também torneiro mecânico, está desempregado. “Mas não dá para culpar só o governo ou o PT. Com a oposição (no poder) seria pior”, opina.
Questionado sobre as acusações recentes contra Lula, Marques diz que elas são "fococa", parte de um esforço para se atacar o legado social do PT.
O Ministério Público de São Paulo investiga se o ex-presidente teria ocultado a posse de um tríplex no Guarujá reformado pela construtora OAS. Lula nega as acusações. Outra investigação em curso diz respeito a uma reforma feita por um consórcio de empresas envolvidas na operação Lava Jato em um sítio frequentado pelo ex-presidente.
"Lula é o melhor personagem da esquerda brasileira, então o ataque contra ele teria de ser o mais duro", afirma Marques. "Getúlio (Vargas) foi levado ao suicídio porque ficou isolado, não tinha time. Mas o Lula não tem esse problema: ele tem time, os movimentos sociais, movimentos sindicais como o nosso."
O líder sindical reconhece, porém, que é possível que "alguns trabalhadores estejam com muita dúvida" sobre o tema. "Ontem mesmo, encontrei um companheiro no caixa do supermercado que perguntou: 'E esse negócio do Lula, cara?' Eu fiquei nervoso, comecei a falar o que eu penso, defendendo o Lula. E a moça do caixa me apoiou. É só fazer o debate. O Lula ainda é uma figura muito forte."

Reforma

O prédio do SMABC hoje é o mesmo dos tempos em que Lula liderou a famosa greve que levou a sua prisão pelo governo militar, em 1980, embora tenha passado por uma ampla reforma.
Metalúrgicos que acabaram de perder o emprego estão divididos sobre apoio ao PT.
"Planejamos essa reforma em 2010, um ano muito bom. E terminamos em um ano nada bom (2015), tanto que nem teve inauguração - nem bandinha, não tinha clima", conta Marques.
Ele diz que nos últimos três anos a base do sindicato, que representa trabalhadores de São Bernardo e Diadema, passou de 100 mil para 83 mil metalúrgicos, o que significa que 17 mil empregos foram perdidos.
Só no ano passado, teriam sido fechados 10.900 postos de trabalho – embora boa parte dos desligamentos tenha sido feita via programas de demissão voluntária.
Dos que ainda estão empregados, mais de um terço também está trabalhando menos - e, com frequência, ganhando menos.
Isso porque para cortar custos sem demitir, muitas empresas têm adotado principalmente três estratégias.
Primeiro, as férias coletivas. Segundo, os esquemas conhecidos comolay offs, que envolvem a suspensão temporária de contratos de trabalho.
Por fim, o chamado Programa de Proteção ao Emprego (PPE), aprovado por medida provisória, que permite que os trabalhadores tenham uma redução da jornada de trabalho com redução de salário (compensada, parcialmente, por recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador).
Mais de 20 mil trabalhadores ligados ao SMABC teriam sido incorporados ao programa.
"Hoje, em vez de encontrar os amigos em churrascos de fim de semana, nós nos vemos na rua, procurando emprego”, diz Ferreira.
“Moro em um bairro com muitos metalúrgicos, onde a situação é crítica. Agora, você quebra o gelo com o vizinho perguntando: 'Está de férias?' E claro que não está”, conta o inspetor de qualidade João Ribeiro, de 22 anos.
Anapatrícia Morales Vilha, coordenadora da Agência de Inovação da Universidade Federal do ABC (UFABC), explica que a economia da região tem sofrido com o processo "dramático" de queda das vendas de veículos porque isso impacta em toda a cadeia de fornecedores das montadoras. Em 2015, a produção de veículos brasileira caiu 22,8% segundo a principal associação do setor.

Problemas antigos

Outras indústrias da região também colocaram o pé no freio, como a química, a petroquímica e a indústria têxtil. E em muitos casos as dificuldades desses setores precedem a recessão de 2015, como explicam Vilha e a economista Cristina Reis, também da UFABC.
"Vivemos há algum tempo um processo de 'desindustrialização', impulsionado pelo câmbio valorizado e problemas estruturais que minam a competitividade de nossas empresas”, diz Reis. “Isso teve um impacto significativo em emprego e renda no ABC que se acentuou com a queda do consumo."
Segundo a Fundação Seade e o Dieese, o desemprego no ABC subiu para 13,3% em dezembro. Em 2015, a taxa média foi de 12,5%, contra 10,7% de 2014.
O setor de serviços também acabou atingido pela recessão. Entre os estabelecimentos que fecharam as portas neste ano está até o restaurante São Judas Tadeu - da rota do frango com polenta de São Bernardo -, famoso por sediar reuniões políticas e os encontros do Sindicato dos Metalúrgicos.
Reis diz que a crise econômica deixou os sindicatos em uma posição "politicamente delicada", lembrando que as críticas da "esquerda" apontam medidas de austeridade adotadas pela gestão Dilma Rousseff como parte do problema.
"As lideranças têm mantido o apoio ao governo, mas um apoio crítico, deixando claro que não são a favor de algumas dessas políticas."
A percepção, nesses movimentos, parece ser a de que este é um governo "em disputa" entre interesses do mercado financeiro e dos trabalhadores. E que um afastamento poderia permitir que o outro lado ganhasse terreno.
O ex-líder sindicalista Nelson Campanholo, que participou da greve de 1980 ao lado de Lula e "põe a mão no fogo pelo ex-presidente", admite, porém, que o discurso de que o PT “acabou com o país” está ganhando terreno até em São Bernardo. “Trata-se de um resultado lamentável dessa polarização política e que põe em risco importantes ganhos dos trabalhadores”, opina.
"Na realidade é a crise política que está agravando nossos problemas econômicos, mas há alguns grupos se aproveitando desse contexto."

Polarização

Até no prédio em que Lula mora, no centro de São Bernardo, o único indício da presença do ex-presidente hoje é uma pichação ofensiva, no muro em frente: “Lula ladrão”, lê-se na mensagem.
Marques diz que nunca recebeu nenhum tipo de "abordagem negativa ou desrespeitosa" nas ruas da cidade, mas, em função a polarização, alguns companheiros hoje evitam discussões políticas em bares.
Marques diz ter lotado 40 ônibus para protesto anti-impeachment de dezembro.
"Na questão mais ideológica sinto que há certo abatimento", diz. "Muita gente deixou de frequentar o boteco que frequentava porque vai lá e a pessoa começa a falar... nosso pessoal quando estava por cima também exagerou um pouco na conta de alguns. Agora recebe o troco de quem nunca gostou da gente."
Claudio Couto, cientista político da FGV, ressalta que, diante deste cenário, será um desafio para o PT garantir os votos da região nas eleições municipais deste ano.
"Independentemente das especificidades da política local, ela acaba sendo contaminada pelo desgaste do partido no âmbito nacional, pela crise econômica e os escândalos de corrupção envolvendo o PT", diz Couto.
O atual prefeito Luiz Marinho (PT) - ex-presidente do SMABC e ex-ministro da Previdência e do Trabalho - foi reeleito no primeiro turno em 2012 com 65% dos votos válidos.
Nas eleições de 2014, porém, Dilma teve menos votos que Aécio Neves (PSDB) em São Bernardo, além de São Caetano e Santo André (ela ganhou apenas em Diadema).
E para este ano, sondagens do jornal Diário do Grande ABC colocam o candidato de Marinho - o atual secretário de Serviços Urbanos, Tarcisio Secoli - em um mero terceiro lugar, com menos de 10% das intenções de voto.
Para Brás Marinho, irmão do prefeito e presidente municipal do PT, a sondagem não é relevante.
"A campanha municipal nem começou e nosso candidato ainda é pouco conhecido. A gestão atual tem sido muito bem avaliada e estamos confiantes de que isso nos ajudará a garantir a vitória”, diz ele.
Para Couto, uma derrota nas eleições municipais em São Bernardo seria “simbólica” dado as relações históricas do PT e de Lula com a cidade.
“São Bernardo é o berço do PT. Se o partido sofrer um revés em um lugar como esse certamente será importante mesmo em meio a todas as dificuldades que já tem enfrentado.”

sábado, 20 de fevereiro de 2016

"Messi e Cristiano Ronaldo? Eu fui muito melhor que os dois", opina Romário

A disputa entre Messi e Cristiano Ronaldo pelo posto de melhor jogador do mundo divide opiniões, e muitos também debatem o lugar dos dois entre os maiores da história. No entanto, para Romário, tudo isso não passa de bobagem e perda de tempo. Eterno craque e um dos melhores de todos os tempos, o Baixinho afirmou que os dois não estão no seu nível.
 
 
Romário fez uma lista com os cinco melhores da história do futebol, e colocou Pelé em primeiro, ele em segundo, Maradona em terceiro, Ronaldo em quarto e Zidane em quinto, deixando Messi, Cristiano Ronaldo e outros nomes históricos como Cruyff, Di Stéfano e Garrincha de fora.
 
O ex-atacante justificou sua escolha: "Creio que mereço estar na lista pela minha estatura, pelo que fiz, por não ter sido um atleta e ter chegado até onde cheguei", afirmou o eterno craque.
 
Você concorda com a opinião do Baixinho?

Zé Aldo promete recuperar título e zica McGregor: "Vai ficar sem cinturão"

Em conversa com jornalistas na sede da academia Nova União, na última quarta-feira (17), o ex-campeão analisou o embate de seu algoz contra o compatriota Rafael dos Anjos, em duelo válido pelo cinturão dos leves (70 kg), e aproveitou para dar aquele zicada no rival.
 
"Eu não acho que ele vai ter nenhum dos cinturões no final do ano, e todo mundo vai esquecer dele. Ele tem esse sonho, esse objetivo, mas você pode ter certeza que ele não vai ter nem um cinturão até o fim do ano.
 
A disputa entre Dos Anjos e McGregor lidera o show de número 196 do UFC, marcado para o dia 5 de março em Las Vegas (EUA), nos EUA. Na mesma noite, Holly Holm mede forças contra Miesha Tate pelo título dos galos (61 kg).
 
 

Royce Gracie volta aos 49 anos com corrida de 7h e pronto para guerra: 'O que não falta é gás'

O que parecia impossível para muitos está perto de se tornar realidade. Depois de nove anos afastado das lutas profissionais, Royce Gracie, o primeiro campeão da história do UFC, voltará à ativa na próxima sexta-feira, quando encara seu rival histórico, Ken Shamrock, em combate válido pelo Bellator 149, organização na qual o brasileiro é embaixador. Aos 49 anos, a maior preocupação deveria ser com sua preparação física, certo? Errado, pelo menos para a lenda do jiu-jítsu, essa é a menor de suas preocupações.
 
"É como se fosse um soldado: meu saque de arma está rápido, os tiros estão agrupados, estou no alvo certo e o equipamento está funcionando perfeitamente... Só não tenho ido para guerra", disse Royce em entrevista exclusiva ao ESPN.com.br.
 
A analogia faz sentido, já que a lendas das artes marciais mistas é um apaixonado por armas e frequentemente participa de "brincadeiras" com os amigos policiais. Mais para frente da conversa, no entanto, Royce foi mais direto e explicou os motivos que o levam a não ficar preocupado com sua condição física.
 
"O que quero dizer é que não estou sentado em casa, ficando gordo, comendo porcarias, sem fazer nada. Nunca bebi e nem fumei, e estou no mesmo peso de quando o venci em 1993: 78 kg. Para você ter uma ideia, a última vez que fiz uma corrida longa, foram 41 milhas (65 km), durante sete horas, e só depois pedi um carro por sentir cãibras. Ou seja, o que não falta é gás", completou Royce.
 
Royce Gracie e Ken Shamrock foram responsáveis por uma das primeiras rivalidades da história do MMA. Como o brasileiro já falou, tudo começou em 1993, pelo primeiro UFC, em uma espécie de semifinal do evento, em que um lutador fazia até três lutas na mesma noite. Na época, o brasileiro, ainda de quimono, precisou de apenas 57 segundos para finalizar o norte-americano com um mata-leão.
 
 
 
Paixão por armas
"Vim morar nos Estados Unidos com 17 anos e, aqui, você pode ter o direito de portar uma arma. Então criei essa paixão por armas. Tenho várias, gosto de colecionar, levo minhas filhas para ver como é... Acho importante as pessoas aprenderem saber respeitar uma arma, saber que você precisa ter o controle de tudo, que tudo precisa estar sincronizado... Dou aula de jiu-jítsu para os policiais e, como eles sabem que gosto de atirar, fazer a parte tática, eles sempre me levam para fazer uma brincadeira", finalizou.

Retorno de Anderson Silva será transmitido em salas de cinema

Anderson Silva retorna ao octógono no dia 27 de fevereiro, diante do inglês Michael Bisping, no UFC Londres. E se você não é um dos fãs que já compraram os bilhetes esgotados para o evento na capital inglesa, saiba que ainda poderá assistir ao duelo de uma forma bem diferente.
 
Aproximadamente 20 salas de cinema ao redor do Brasil farão a transmissão ao vivo de todo o card principal do UFC Londres, que tem previsão para começar às 18h (pelo horário de Brasília).
 
Os comentários exclusivos serão feitos por Demian Maia, atleta peso meio-médio (77 kg) do Ultimate.
 
O projeto é uma parceria entre o Canal Combate e as Cinelive e os ingressos, ao valor de R$ 60,00, podem ser adquiridos através do site www.cinelive.com.br ou na bilheteria dos cinemas participantes.
Anderson Silva retornará ao octógono depois de quase um ano parado por conta de uma suspensão por uso de anabolizantes após a luta contra Nick Diaz, em janeiro de 2014.

MODELO DE CARTA DE DESFILIAÇÃO DO PARTIDO

 
 
AQUI SEGUE O MODELO DE CARTA PARA QUE VOC~E POSSE SE DESFILIAR DO PARTIDO.


MODELO DE CARTA DE DESFILIAÇÃO

Prezado senhor presidente do diretório Municipal do (coloque o nome do partido) – (coloque a sigla do partido) / caraguatatuba

 Eu, (coloque o seu nome aqui), brasileiro, casado, RG nº 00000000, CPF nº 000000000000, Titulo eleitor 00000000 - Zona 206 - Seção 0000, residente e domiciliado na (escreva o nome da rua, numero, bairro, cep), Caraguatatuba/SP.

Por motivos pessoais, declaro minha DESFILIAÇÃO partidária do (coloque o nome do partido) - (coloque a sigla do partido).

Se mas para o momento, encerro a solicitação acima citada.

Atenciosamente;

 Caraguatatuba, 00 de mes de 2016.
 
 Sr. Jose XXXX

Nota de esclarecimento - mais uma conquista para a saúde da nossa cidade.


Após uma série de reuniões, finalmente conseguimos contratar uma especialidade médica muito concorrida, nossa cidade contará com o serviço de Hematologia.
Atualmente temos 120 pacientes na fila de espera, nossa referência é o Hospital Regional de Taubaté, porém o tempo de espera para consulta é de 12 meses.
O nosso serviço terá início no dia 22/02, o nosso objetivo é zerar a dem...anda e fazer o tempo de espera para consulta ser no máximo 30 dias.
Algumas doenças hematológicas descobertas no início, tem 90% de chance de cura.(Doenças hematológicas: Anemias, Leucemias, hemofilias...etc).
Seja Bem Vindo Dr. Leonel ao time da Secretária de Saúde de Caraguatatuba.
DR. LEONEL NULMAN SZTERLING É Médico formado pela Faculdade de Medicina do ABC em 1975 com especialização em Hematologia e Hemoterapia. Fundador e membro do Conselho Deliberativo do Centro de Hematologia de São Paulo. Participou ativamente de programas de qualidade no Hospital Israelita Albert Einstein onde trabalhou no Serviço de Hemoterapia de 1975 a 2001. Foi um dos criadores do serviço de Transplante de Medula Óssea do Einstein.
É membro do corpo editorial da revista internacional TRansfusion and APHERESIS Science e REVISTA BRASILEIRA DE HEMATOLOGIA E HEMOTERAPIA.
Está filiado na SOCIEDADE BRASILEIRA DE HEMATOLOGIA E HEMOTERAPIA – SBHH e ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE HEMATOLOGIA E HEMOTERAPIA.
Eu e o Prefeito Antônio Carlos temos o mesmo objetivo, a saúde de nossos munícipes nas mãos de excelentes profissionais.
Um Excelente fim de semana para todos.
 

Maçons pedem fim de corrupção em manifesto na Câmara

 
Cerca de 200 maçons de várias cidades do país fizeram um protesto há pouco no Salão Verde da Câmara dos Deputados, em frente ao plenário da Câmara, para pedir a renúncia da presidente Dilma Rousseff e o combate à corrupção no país. O grupo, que usava luvas brancas simbolizando “mãos limpas”, formou um círculo e, por alguns minutos, ficou em silêncio.
 
Em seguida, os manifestantes começaram a passar, ouvido a ouvido, uma palavra de ordem. Os maçons sussurravam “Fora!”, fazendo referência à petista. Maçom e administrador de empresa, José Guilherme Negrão Peixoto, que veio de Tatuí, interior de São Paulo, explicou que o movimento estava sendo organizado via redes sociais.
 
“Somos a maçonaria brasileira contra a corrupção e o desgoverno”, disse. Ao final do protesto, que durou alguns minutos, o grupo gritou frases em coro: “Liberdade e Fraternidade. Viva o Brasil”.
 
A manifestação foi organizada pelo Movimento Avança Brasil. Ainda hoje, os maçons esperam que o manifesto seja lido em plenário e, divididos em grupos menores, eles programaram conversas com os parlamentares, com os ministros do Tribunal de Contas da União (TCU) Augusto Nardes e André Luiz de Carvalho, e com ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, Carmem Lucia e Gilmar Mendes.
“Ao longo da história, os maçons sempre estiveram presentes influenciando e atuando no combate aos inimigos da humanidade, como sejam os hipócritas, que a enganam, os pérfidos que a defraudam, os ambiciosos que a usurpam e os corruptos e sem princípios, que abusam da confiança dos povos”, destacou. Nilton Caccaos Jr., líder e porta-voz do movimento, na página do Facebook.

Por 7 votos a 4, STF autoriza prisão após condenação em 2ª instância

Por 7 votos a 4, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu hoje (17) que pessoas condenadas em segunda instância devem começar a cumprir pena antes do trânsito em julgado do processo (final do processo). Com a decisão, um condenado poderá iniciar o cumprimento da pena se a Justiça de segunda instância rejeitar o recurso de apelação e mantiver a condenação definida pela primeira instância.
 
A Corte fez uma revisão da atual jurisprudência para admitir que o princípio constitucional da presunção de inocência cessa após a confirmação da sentença pela segunda instância. Votaram a favor do cumprimento da pena antes do fim de todos os recursos os ministros Teori Zavascki, Edson Fachin, Luís Roberto Barroso, Cármen Lúcia, Dias Toffoli, Luiz Fux e Gilmar Mendes.
 
Para o ministro Luís Roberto Barroso, impossibilitar a execução imediata da pena, após a decisão de um juiz de segundo grau, é um estímulo a apresentação de recursos protelatórios para evitar o cumprimento da pena. Em seu voto, Barroso lembrou que nenhum país do mundo impede a execução da pena para esperar a manifestação da Suprema Corte, como ocorre atualmente no Brasil.

"A conclusão de um processo criminal muitos anos depois do fato é incapaz de dar à sociedade a satisfação necessária. E acaba o Direito Penal não desempenhando o mínimo que ele deve desempenhar", disse o ministro.
 
O ministro Luiz Fux acompanhou a maioria a favor da prisão antes do trânsito em julgado. De acordo com Fux, toda pessoa tem direito à presunção de inocência, garantido na Declaração Universal dos Direitos Humanos. No entanto, a presunção cessa após a definição de sua culpabilidade pela segunda instância.
 
"Ninguém consegue entender a seguinte equação. O cidadão tem a denuncia recebida, ele é condenado em primeiro grau, ele é condenado no juízo da acusação, ele é condenado no STJ [Superior Tribunal de Justiça] e ingressa presumidamente inocente no Supremo Tribunal Federal. Isso não corresponde à expectativa da sociedade em relação ao que seja presunção do inocência", afirmou Fux.

Votos contrários
 
O julgamento terminou com quatro votos a favor da impossibilidade da execução antecipada da pena antes do fim de todos os recursos. Os ministros Marco Aurélio, Rosa Weber, Celso de Mello e o presidente, Ricardo Lewandowski, divergiram da maioria.
 
Para o ministro Marco Aurélio, a Constituição determina que ninguém pode cumprir pena antes do fim de todos os recursos possíveis. "Vindo um título condenatório provisório, que ainda está sujeito a modificação mediante recurso a ser modificado, a liberdade será devolvida ao cidadão?", questionou o ministro.
 
O decano da Corte, Celso de Mello, afirmou que a Constituição estabeleceu limites para persecução penal, que não podem ser ignorados, e defendeu a manutenção da jurisprudência do tribunal.
"Quando esta Corte, apoiando-se na presunção de inocência, afasta a possibilidade de execução provisória da condenação criminal, impede que o Estado decrete arbitrariamente, por antecipação, a implementacão executiva de medidas privativas de liberdade", argumentou.
 
Lewandowski divergiu da maioria por entender que a Constituição é clara ao definir que ninguém pode cumprir pena antecipada antes do trânsito em julgado. O presidente também disse que ficou perplexo com a mudança de posicionamento da Corte, que, segundo ele, vai implicar no aumento da população carcerária.
 
"Queria manifestar minha perplexidade desta guinada da Corte com relação à esta decisão paradigmática. Minha perplexidade diante do fato dela ser tomada logo depois de termos assentado que o sistema penitenciário brasileiro está absolutamente falido. E mais, afirmamos que o sistema se encontra no estado de coisas inconstitucional. Vamos facilitar a entrada de pessoas neste verdadeiro 'Inferno de Dante', que é o nosso sistema prisional".
 
 
Juiz Moro
 
O entendimento definido pela maioria do STF coincide com a proposta do juiz federal Sérgio Moro, responsável pela investigação da Operação Lava Jato. Em suas decisões e em audiências públicas no Congresso Nacional, Moro defendeu a prisão imediata de pessoas condenadas em segunda instância, mesmo que ainda estejam recorrendo aos tribunais superiores. A decisão do STF poderá ser aplicada nos casos de condenações de investigados na Lava Jato, como o do ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, o ex-diretor da Petrobras Renato Duque, ex-deputados e executivos de empreiteiras que não fizeram acordo de delação.

Congresso promulga hoje emenda que abre janela para troca de partidos



O Congresso Nacional promulga hoje (18) a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 182/2007 que abre espaço para que os candidatos às eleições deste ano, que exercem mandatos de deputados ou vereadores, mudem de legenda.
 
A emenda abre a chamada janela partidária, um período de 30 dias após sua promulgação para que os deputados federais mudem de partido sem que haja punição por parte da Justiça Eleitoral e “sem prejuízo do mandato, não sendo essa desfiliação considerada para fins de distribuição dos recursos do Fundo Partidário e de acesso gratuito ao tempo de rádio e televisão”.
A PEC, aprovada em 2015, altera a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), de 2008, que entende que os parlamentares que mudassem de partido sem justificativa perderiam o mandato, pertencente à legenda.
 
Na mesma decisão, o STF entendeu que a desfiliação para a filiação em partido recém-criado não acarreta perda do cargo. Assim, com a  criação de novas legendas, como o Partido da Mulher Brasileira e o Rede Sustentabilidade, no ano passado, pelo menos 38 deputados mudaram de sigla, conforme informações da Secretaria-Geral da Mesa da Câmara.
 
O Partido dos Trabalhadores (PT) perdeu dez deputados desde a posse. Vinte e um deputados se filiaram ao Partido da Mulher Brasileira (PMB), que obteve registro no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em setembro. A Rede Sustentabilidade, que conseguiu registro no mesmo mês, passou a ter bancada de cinco deputados.
 
Com a perda de dez dos 69 deputados eleitos, o PT deixou de ser o partido com maior bancada na Câmara, que passou para o PMDB com 67 deputados.
 
A expectativa é que a janela resulte em mudança expressiva no quadro partidário do Congresso Nacional, empossado há pouco mais de um ano.

Pesquisadores da UFRJ mapeiam genoma do vírus Zika

Pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) conseguiram fazer o sequenciamento do genoma do vírus Zika e encontraram mais evidências de que a doença está relacionada a casos de microcefalia – uma malformação em que o bebê nasce com crânio de tamanho menor do que o normal e desenvolve danos neurológicos, afetando a cognição.
 
O anúncio é do Laboratório de Virologia Molecular, que analisou o vírus encontrado no líquido amniótico de grávidas de Campina Grande, na Paraíba. Com sequenciamento do genoma, eles identificaram a ordem completa das informações genéticas do vírus, um passo fundamental para entender como o Zika age no corpo, desenvolver vacinas e exames contra a doença.
 
“Com essas informações poderemos tentar entender porque o vírus está preferencialmente infectando células neuronais das crianças e não infectando células neuronais de adultos e, no caso, das grávidas”, explicou o professor Renato Santana, envolvido nas pesquisas.
 
Os cientistas do laboratório da UFRJ conseguiram também isolar o Zika no cérebro de fetos com microcefalia e que morreram na Paraíba, logo depois do nascimento.
 
Os casos confirmados de microcefalia no país subiram 10% de uma semana para cá. No período, passaram de 462 para 508, sendo a maioria da região Nordeste. O Ministério da Saúde não informou o total de casos relacionados ao Zika. Na semana passada eram 41. Outros 3.935 casos de malformação estão em análise. Por causa da microcefalia, 27 bebês  morreram.
 
O Ministério da Saúde acredita que houve infecção pelo vírus Zika na maior parte das mães que tiveram bebês, cujo diagnóstico final foi “microcefalia e/ou alterações do Sistema Nervoso Central, sugestiva de infecção congênita”. Pesquisadores trabalham também com a possibilidade de o Zika desencadear outras malformações em fetos.
 
 

Dilma pede apoio a igrejas evangélicas no combate ao Aedes aegypti

A presidenta Dilma Rousseff voltou a pedir o apoio de religiosos no combate ao mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, da gripe chikungunya e causador da microcefalia em bebês.  Ao se reunir hoje (18) com mais de vinte lideranças evangélicas, ela fez novamente um apelo para que as igrejas colaborem nos trabalhos de conscientização dos cuidados e da necessidade de eliminação do inseto.


Segundo o apóstolo César Augusto, presidente da Igreja Apostólica Fonte de Vida, as representações evangélicas pediram ao governo apoio logístico para que possam auxiliar nas ações. Ele disse, porém, que as igrejas já estão fazendo trabalho de convencimento dos fiéis quando promovem visitas às casas. “Cada igreja vai fazer a produção de seu próprio material. Estamos esperando que o governo nos chame para ter esse apoio. Pedimos, mas ainda não temos essa resposta”, afirmou. De acordo com o apóstolo, Dilma demonstrou preocupação com o aumento dos casos de infecção pelo zika, e destacou a necessidade de todos se unirem.

Cesar Augusto conversou com jornalistas após participar do encontro no Palácio do Planalto. Na semana passada, a presidenta já havia feito o pedido a diferentes denominações religiosas cristãs. De acordo com César Augusto, 60% do segmento evangélico estava representado na reunião. Ao todo, segundo ele, 43 milhões de pessoas frequentam igrejas evangélicas.

Diante do aumento dos casos de microcefalia em bebês  de mulheres que contraíram o vírus Zika, o debate sobre o aborto voltou à tona entre especialistas e religiosos. O apóstolo disse que a presidenta e os líderes religiosos não conversaram sobre o tema, mas ele se posicionou contra a liberação do aborto, em qualquer hipótese: “Sou contra o aborto. Temos que combater o vírus, não a vida”.

De acordo com o apóstolo, a igreja Fonte da Vida possui uma posição, que é repassada aos fieis: “Nós orientamos, hoje, as pessoas a evitar engravidar, enquanto passa este momento. Que tenha sexo conforme a vontade de cada um. Use seu preservativo e tudo bem”.

Brasil enfrenta adversários olímpicos na Copa do Mundo de Saltos Ornamentais

O Parque Aquático Maria Lenk, na zona oeste do Rio de Janeiro, recebe a partir de hoje (19) a 20ª Copa do Mundo de Saltos Ornamentais, que terá a participação de 11 atletas brasileiros e servirá como evento-teste para os Jogos Olímpicos. A competição termina no dia 24 e, para o coordenador técnico da Seleção Brasileira de Saltos Ornamentais, Ricardo Moreira, o nível será bem parecido com o da Olimpíada.


 
"Os adversários que o Brasil vai enfrentar na Olimpíada estão aqui participando da competição. É um excelente termômetro para avaliar o que é preciso fazer", afirma Moreira, acrescentando que potências esportivas como a China, os Estados Unidos e a Rússia vão mandar campeões olímpicos e mundiais para a disputa: "90% dos atletas que vão competir na Olimpíada estão na Copa do Mundo".
 
Além de testar a estrutura do parque aquático, que também sediará as competições do esporte nos jogos, a Copa do Mundo preencherá 88 vagas na Olimpíada. O Brasil tem oito vagas garantidas nos saltos sincronizados, que são feitos em dupla, e a competição vai servir de parâmetro para a definição de quem vai preenchê-las. "Pode ser que algum dos atletas já saia da prova garantido", explica Ricardo Moreira. Os atletas do país também brigam para se classificar entre as 34 vagas para provas individuais.
Um deles é Hugo Parisi, que já participou de três olimpíadas e vai competir nas provas de plataforma individual e sincronizada, ao lado de Jackson Rondelli. O brasiliense de 31 anos chama de "pressão boa" a torcida dos brasileiros que irão ao Maria Lenk: "É muito legal saber que os saltos estão ficando mais conhecidos e que as pessoas estão indo lá prestigiar os atletas do Brasil e a competição. Eu lido muito bem com o público, é uma pressão muito boa, que só incentiva o atleta a ficar mais empolgado e a fazer o salto melhor".
Na prova individual, ele conta que é importante manter a regularidade das notas nos seis saltos que serão avaliados pelos juízes. "Não adianta fazer um salto para dez e depois outro para dois", observa. Nas provas sincronizadas, ele diz que a maior dificuldade é justamente não se distrair com o companheiro: "Uma vez que você presta atenção nele, pode esquecer de prestar atenção no que você tem de fazer. É preciso prestar atenção só no que você tem de fazer. Cada um faz o seu, e a pessoa que está do seu lado não tem controle nenhum sobre isso".
A equipe brasileira que vai participar da Copa do Mundo terá também as medalhistas de prata dos Jogos Pan-Americanos de Toronto, Giovanna Pedroso e Ingrid Oliveira, que se recuperou recentemente após ter contraído dengue há três semanas. A dupla não vai disputar os saltos sincronizados para se concentrar em garantir uma vaga na prova individual. A atleta olímpica Juliana Veloso, que já participou de quatro jogos, também vai representar o Brasil na Copa do Mundo, assim como César Castro, que já esteve em três olimpíadas. Ao lado dos veteranos, faz parte da seleção o jovem Isaac Souza Filho, de 16 anos, que vai disputar a prova de plataforma individual.
 
O Brasil será representado ainda por Tammy Galera Takagi, no trampolim de 3 metros sincronizado; Luana Lira,  no trampolim de 3 metros individual; Ian Matos, nos trampolins de 3 metros individual e sincronizado; e Luiz Felipe Outerelo, no trampolim de 3 metros sincronizado.
 
Estrelas do esporte estão entre os participantes confirmados na Copa do Mundo, como o britânico Tom Daley. Também participará o campeão mundial He Chao, da China, país que mandou para o Rio Shi Tingmao, eleita a saltadora do ano de 2015 pela Federação Internacional de Natação (Fina), organizadora da Copa do Mundo.
Nos saltos individuais, sete juízes dão notas levando em conta a apresentação dos atletas, aproximação no trampolim, saída, execução e entrada na água, que deve causar a menor agitação possível. As maiores e as menores notas são descartadas e, com as restantes, é feita uma soma que depois é multiplicada pela dificuldade do salto. Nas provas sincronizadas, também é avaliada a sincronia entre os atletas e as notas são dadas por 11 juízes.

Brasil perde 533 mil postos de trabalho em um ano, diz IBGE

O Brasil perdeu 533 mil postos de trabalho entre novembro de 2015 e novembro de 2014. Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada hoje (19) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a população ocupada passou de 92,706 milhões de pessoas no trimestre encerrado em novembro de 2014 para 92,173 milhões de pessoas no mesmo período do ano seguinte.
No mesmo período, a população desocupada cresceu em 2,68 milhões de pessoas, chegando a 9,13 milhões. Além da perda de postos de trabalho, houve um crescimento no número de pessoas que antes não trabalhavam e passaram a procurar emprego. A força de trabalho brasileira (soma de pessoas ocupadas e desocupadas) cresceu de 99,2 milhões para 101,3 milhões em um ano.

Baixas
 
A maior perda absoluta de postos de trabalho ocorreu na indústria. Em novembro de 2015, havia 12,6 milhões de pessoas empregadas no setor, 821 mil a menos do que em novembro do ano anterior, ou seja, uma queda de 6,1%.
 
Já a maior queda percentual da população ocupada foi observada no segmento de informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas (-6,3%). O setor teve um recuo de 668 mil postos de trabalho, passando a empregar 9,9 milhões de pessoas.
 
Também tiveram perdas de postos de trabalho os segmentos da agricultura e pecuária (menos 179 mil pessoas) e outros serviços (menos 140 mil).
 
Ao mesmo tempo, seis setores tiveram aumento da população ocupada e, em parte, compensaram as perdas naqueles quatro segmentos. Os maiores aumentos foram observados na administração pública, educação, saúde humana e serviços sociais (com mais 332 mil pessoas) e serviços domésticos (mais 315 mil).