Eleonora Menicucci de Oliveira, nova
ministra da Secretaria de Políticas para as Mulheres, cultiva a imagem
de pesquisadora feminista com visão política independente, uma vez que é
filiada ao Partido dos Trabalhadores, mas não participa do dia-a-dia do
partido. Mineira da cidade de Lavras, nascida em 21 de agosto de 1944, é
divorciada e tem dois filhos - Maria, de 42 anos, e Gustavo, com 37 - e
três netos, Stella, João e Gregório.
Na
juventude, interessa-se pelo ideário socialista e inicia sua
participação em organizações de esquerda após o golpe militar de 64.
Passou quase três anos na cadeia em São Paulo, de 1971 a 1973. Ao sair
da prisão, reorganiza sua vida em João Pessoa, na Paraíba, onde inicia
sua carreira docente na Universidade Federal da Paraíba. É nesse período
que a militância feminista e a paixão pela pesquisa sobre as condições
de vida das mulheres brasileiras ganham relevo na sua trajetória
acadêmica e política.
Eleonora
Menicucci de Oliveira é feminista de primeira hora, da chamada "segunda
onda do feminismo brasileiro", que acontece a partir de 1975. Como
pesquisadora e professora titular da Universidade Federal de São Paulo,
publica regularmente artigos e estudos sobre temas críticos da condição
das mulheres nos campos da saúde, violência e trabalho.
Breve curriculum
Eleonora
Menicucci de Oliveira. Professora Titular em Saúde Coletiva no
Departamento de Medicina Preventiva da Universidade Federal de São Paulo
(Unifesp). Atualmente é Pró-Reitora de Extensão da Unifesp –
Universidade Federal de São Paulo.
Possui
graduação em Ciências Sociais pela Universidade Federal de Minas Gerais
(1974), mestrado em Sociologia pela Universidade Federal da Paraíba
(1983), doutorado em Ciência Política pela Universidade de São Paulo
(1990), pós-doutorado em Saúde e Trabalho das Mulheres pela Facultá de
Medicina della Universitá Degli Studi Di Milano (1994/1995) e livre
docência em Saúde Coletiva pela Faculdade de Saúde Pública da
Universidade de São Paulo (1996).
Experiência
acadêmica e docente nas áreas de Sociologia e Saúde Coletiva, com
ênfase em Sociologia da Saúde, atuando principalmente nos seguintes
campos de pesquisa: saúde e relações de gênero; violência de gênero e
saúde; mulher trabalhadora e saúde; saúde reprodutiva e direitos
sexuais.
Sua
trajetória acadêmica é marcada por participações em conselhos e
comissões e por consultorias em políticas públicas e direitos das
mulheres.
Atividades relevantes
2006 a 2011
– Membro do Grupo de Trabalho de Gênero da Abrasco (Associação
Brasileira de Pós-Graduação em Saúde Coletiva), criado em 1995 com a
finalidade de contribuir com o ensino e a produção do conhecimento sobre
os impactos das desigualdades sociais entre homens e mulheres na saúde.
2008 até o momento – Membro do Grupo de Estudos sobre Aborto (GEA), da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC).
2003 a 2007 – Assessora especial da Secretaria Nacional da Mulher Trabalhadora da CUT (Central Única dos Trabalhadores).
2002 a 2004
– Relatora para os Direitos à Saúde Sexual e Reprodutiva da Plataforma
Dhesca Brasil. A Plataforma Dhesca surgiu como um capítulo da Plataforma
Interamericana de Direitos Humanos, Democracia e Desenvolvimento
(PIDHDD), que se articula desde os anos 1990 para promover a troca de
experiências e a soma de esforços na luta pela implementação dos
direitos humanos.
1998
– Cofundadora e coordenadora da Casa de Saúde da Mulher Domingos
Delascio da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), que atende
mulheres vítimas de violência sexual.
1990 a 1994
– Membro do Conselho Nacional de Saúde, vinculado ao Ministério da
Saúde, instância máxima de deliberação do Sistema Único de Saúde (SUS),
representando a Rede Nacional Feminista de Saúde e Direitos
Reprodutivos.
1990 a 1994
– Membro da Comissão Intersetorial de Saúde da Mulher (CISMU) vinculada
ao Conselho Nacional de Saúde, para formulação, monitoramento e
controle das políticas públicas da saúde integral da mulher.
1991 – Cofundadora da Rede Nacional Feminista de Saúde e Direitos Reprodutivos e Sexuais.
1984 a 1986
– Membro e coordenadora do Grupo de Trabalho de Gênero da ANPOCS
(Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Ciências Sociais).
1983
– Membro do Grupo de trabalho que assessorou a Comissão Especial
convocada pelo Ministério da Saúde (MS) para a redação do Programa de
Atenção Integral à Saúde da Mulher (PAISM). O grupo foi constituído pela
médica Ana Maria Costa, da equipe do MS; Maria da Graça Ohana,
socióloga da Divisão Nacional de Saúde Materno-Infantil (DINSAMI);
Aníbal Faúndes e Osvaldo Grassioto, ginecologistas e professores do
Departamento de Tocoginecologia da Universidade Estadual de Campinas
(Unicamp), indicados pelo dr. José Aristodemo Pinotti, chefe daquele
departamento.
Décadas de 1980 e 1990 – Assessora especial da Comissão Nacional de Mulheres da Central Única dos Trabalhadores (CUT).
1983 – Membro da 1ª Secretaria Nacional de Mulheres do Partido dos Trabalhadores.
Participação no Conselho Nacional dos Direitos da Mulher
1-
Nas gestões de Ruth Escobar (1985/1986), Jacqueline Pitanguy
(1986/1989) e Rosiska Darci de Oliveira (1995/1999), contribuiu como
consultora técnica para as áreas de saúde integral da mulher e violência
de gênero.
2- Na gestão Jacqueline Pitanguy (1986/1989), foi membro da 1ª Conferência da Saúde e Direitos da Mulher.
3-
Na gestão de Nilcéa Freire (2004/2011), foi membro do Grupo Técnico de
elaboração dos Editais para Pesquisas de Gênero, em conjunto com o CNPq.
Artigos publicados
Ambiguidades
e contradições no atendimento de mulheres que sofrem
violência.Oliveira, E. M.; Amaral, L. V. C.; Vilella, Wilza Vieira;
Lima, L. F. P.; Paquier, D. C.; Vieira, T. F.; Vieira, M. L. In Saúde e
Sociedade (USP. Impresso), v. 20, p. 113-123, 2011.
Atendimento
às mulheres vítimas de violência sexual: um estudo qualitativo,
Oliveira, Eleonora Menicucci de; Barbosa, Rosana Machin ; Moura,
Alexandre Aníbal Valverde M. de; von Kossel, Karen; Morelli, Karina;
Botelho, Luciane Francisca Fernandes; Stoianov, Maristela. In Revista de
Saúde Pública / Journal of Public Health, São Paulo, v. 39, n. 3, p.
376-382, 2005.
Reestruturação
produtiva e saúde no setor metalúrgico: a percepção das trabalhadoras.
Oliveira, E. M. In Sociedade e Estado, v. 21, p. 169-198, 2006.