As últimas notícias do mercado financeiro, apesar de o governo ainda afirmar que o impacto no Brasil será pequeno, tem deixado brasileiros - investidores ou não - cada vez mais apreensivos.
É a alta do dólar, o crédito escasso, a volatilidade das bolsas... No trabalho, na TV, nas ruas, o assunto é a crise global. Mas, você já parou para pensar em como as crianças recebem este tipo de mensagem?
De acordo com a especialista em Educação Financeira, Cássia D´Aquino, reclamar o tempo todo de dinheiro ou do trabalho, por exemplo, pode fazer com que a criança associe o assunto a coisas ruins. "Além disso, sentimentos que indiquem ambição, frustração ou inveja com relação ao dinheiro também podem motivar uma associação negativa na cabeça das crianças", completa.
Que futuro você quer para o seu filho? Criar uma mentalidade de poupar e investir dinheiro deve ser estimulado pelos pais desde cedo, para que, futuramente, estas crianças possam exercer a sua própria independência financeira.
Para Cássia, não existe um caminho certo a tomar ou a forma correta de ensinar, o que existe são objetivos.
"O fundamental é definir uma meta e, a partir dali, começar. 'Que futuro eu quero para meu filho?' Essa é a pergunta que os pais devem responder, para saber o que devem ensinar".
Dia das Crianças Com a chegada de mais um Dia das Crianças, o apelo do comércio, e dos pequenos, para a compra do presente é normal. É a boneca recém-lançada, o videogame de última geração... Os pequenos consumidores estão cada vez mais exigentes e, motivados pelas propagandas, valorizam mais o ter do que o ser, o que prejudica as finanças da família no presente e pode, no futuro, criar adultos consumistas e endividados.
Além disso, nos dias de hoje, a dica geral para os consumidores é evitar longos financiamentos e manter uma postura de cautela nas compras, pois ninguém sabe, ao certo, o dia de amanhã.
Como estas atitudes dos pais influenciam na educação financeira dos filhos? "As crianças mais observam do que escutam", afirma Cássia. Ou seja, não adianta fazer um discurso sobre a necessidade comprar um presente mais barato, já que a situação não é das melhores e, logo em seguida, depositar suas frustrações em um belo, e caro, par de sapatos.
Considerando-se que as crianças aprendem muito pelo exemplo dado pelos pais, é preciso constantemente vigiar suas atitudes e hábitos.
Participação da família Quando parentes e amigos perguntarem o que seus filhos querem ganhar em aniversários ou outras datas, incentive a compra de presentes que ajudem na educação financeira da criança. De acordo com analistas da BlackRock, consultoria financeira, essa pode não ser a primeira opção das crianças, mas eles serão bastante gratos no futuro.
De acordo com os últimos dados da Fenaprevi (Federação Nacional de Previdência Privada e Vida), entre janeiro e julho de 2008, os planos de previdência privada para menores cresceram 44,15% frente ao mesmo período do ano anterior.
"A conscientização da necessidade de um investimento como esse já é muito grande entre algumas pessoas, principalmente de classe A e B. Dentro dessas classes, por exemplo, é comum que pais, tios e avós presenteiem as crianças com esses planos, seja no nascimento, ou em alguma data comemorativa ainda durante a infância", disse o diretor superintendente da Itaú Seguros e Itaú Vida e Previdência, Osvaldo do Nascimento.
"Isso faz parte de uma maior consciência da população sobre a necessidade de se planejar o futuro", afirmou o especialista.